Em tempos que todos preferem viver no mundo da fantasia e num país de maravilhas, me dou ao luxo de imaginar-me, uma Cinderela moderna. Não – somente – por ter achado meu príncipe encantado, tampouco pelo meu encanto acabar à meia noite – tento fazê-lo “last forever” rs – mas sim por me render facilmente à magia do sapatinho de cristal dos tempos modernos: as Melissas.
Assim como o artigo de cristal da Cinderela, nossas Melissas, quando combinadas à um look fantástico, nos fazem bem mais bonitas, elegantes, charmosas…
Não sei bem se é um sentimento só meu, ou se é de senso comum a mágica que esses sapatos fazem no pé. E olha que, cá entre nós, eles nem sempre são tão confortáveis e macios e em muitas das vezes, nos damos ao luxo de usá-los mesmo que aperte o calcanhar ou massacre aquele dedinho lá na frente, justamente por essa mágica; arrisco dizer que só pode ser feitiço de fada-madrinha mesmo.
Um ponto que uma história destoa da outra, na minha opinião, é que as Melissas são bem mais democráticas que o sapatinho de cristal de outrora… elas chegam desde as princesas, até a peble e sem perder a compostura – nada que 3x sem juros pro mês que vem não resolva, né? rs Fora que, ao contrário de roupas e suas numerações nem sempre condizentes com a realidade – ainda mais em grandes grifes – as Melissas chegam aos pés de magrinhas e gordinhas. Sinceramente, é uma das únicas coisas que nunca vi alguém criticar por segregação [talvez no preço, mas como comentei antes, no final das contas a gente sempre dá um jeitinho rs]
Mas e a permanência no gosto popular? Outro ponto em comum. A Cinderela que conhecemos advém da história de Perrault baseada no conto italiano A Gata Borralheira e data 1697. Mas até hoje temos novas versões e adaptações da mesma princesa loirinha que nos fascinam da mesma forma, pela incrível capacidade de reinvenção dos autores.
Cinderela e suas diversas adaptações
Assim como acontece com a Melissa. Seu lançamento foi em 1979, e ainda que minha mãe nem sonhasse em botar uma bebê tão gordinha e gata como eu no mundo, eu bem sei que muuita gente desejava as melissas combinadas à meia de lurex de Dancin’ Days, e as mais jovens, a “melissinha que vem com pochetezinha… relojinho… estojinho…” rs
E o impressionante, é que a novela coincide com o lançamento da marca [1979], o comercial da garotinha, data 1986… e Melissas são muito desejadas até hoje, 2010. Talvez com o correr das informações [mil blogs sobre o assunto, com destaque para Plastic Fantastic, Look Melissa e Melisseiras no Exterior] e os e-commerces tão bem difundidos [ destaque para o Melisseiras com grande variedade entre as coleções atuais, descontinhos ótimos e várias formas de pagamento] nos dias de hoje, sejam até mais desejadas. E também não é um desejo infundado, convenhamos; as coleções ficam melhores e mais bem elaboradas a cada dia que passa.
Campanhas da Melissa – desde a década de 80 até a coleção atual
Isso sem falar nas divas de várias coleções, quando já tivemos Claudia Schiffer, Camila Pintanga… e agora, ninguém mais, ninguém menos que Dita Von Teese, passando tudo o que sabe sobre o mundo burlesco na nova coleção Melissa Et Circenses, que nos faz mergulhar no mundo do circo.
Dita Von Teese, na capa da revista-desejo Plastic Dreams, usando a Melissa + Jean Paul Gaultier da nova coleção
Por fim, acho que a única discrepância que ainda existe entre a Cinderela dos livros e nós, as Cinderelas Modernas, é que nosso sapatinho têm matéria prima bem menos glamourosa… Se bem que, e a Lady Dragon + J. Maskrey, trabalhada na aplicação de cristais Swarovski em todo o contorno dos pés? Acho que não nos falta mais nada. rs
Vistam suas Melissas e aproveitem o baile. Quem sabe nossa fada-madrinha não é melhor que a da Cinderela e nos concede mais do que uma noite de encanto, né?