Por Eduardo Soares
Tem gente que adora usar frases prontas (aqueles clichês de ontem, hoje e sempre). Preferem apertar o piloto automático das respostas evasivas e assim evitam uma análise a respeito de suas próprias vidas. Por exemplo: discordo das pessoas que dizem “não me arrependo de nada que fiz na vida”. Opa, então todos seus atos, suas escolhas, tudo que você fez foi acertado? Somos robôs programados para não errar? A única vantagem do erro é o aprendizado. Não era para ser assim, mas geralmente aprendemos com a dor. Certa vez, um amigo meu disse o seguinte: “cara, você é muito robótico. As coisas têm que acontecer na hora e da maneira como você quer. E quando não for assim? As coisas vão sair dos eixos, você vai ser desprogramado, entrará em curto circuito.”
Por outro lado, na balança de nossas vidas os erros não podem pesar mais do que os acertos. Se for o caso, é hora de parar, analisar e apontar as razões que fazem aumentar o número de insucessos obtidos ao longo do tempo.
Somos falhos. Acertamos e erramos. Vivemos numa linha entre o equilíbrio e a perda do controle. Despir-se do orgulho para reverter o quadro diante de uma escolha equivocada é tão importante quando manter a empolgação diante da conquista. E não existe meio-termo: acho que acertei ou acho que errei não aparecem nas páginas das nossas biografias. Por isso, é preciso ter ciência dos prós e contras de qualquer decisão tomada.
Gosto de colocar meus pensamentos no papel. É algo tão relaxante (e às vezes revelador) quanto uma terapia. Começa com um esboço de idéia surgindo de forma turva na cabeça. Depois essa idéia ganha cor, formato, intensidade. Deve ser a mesma sensação do pintor ou músico. De coração, não me considero escritor, longe disso. Sou um simples “escrevinhador” das minhas loucuras sãs. Dos meus erros e acertos. Da minha vida antes robotizada e hoje cada vez mais humanizada.
Queria escrever a lápis/Alguns dos meus arrependimentos de outrora/ Assim seria fácil poder tirá-los dos pensamentos em forma de páginas/ Passaria uma borracha/ Deixaria o espaço limpo/ E ali iria modificar os rumos tomados/ Reescrevendo minha história numa linha onde a covardia (grifada em forma de timidez) deixou traços fortes/ E antes de colocar o ponto final/ Reservaria duas linhas para anotar uma “OBS” como maneira de reforçar o texto revisado:
“Preciso ser mais audacioso e menos temeroso; Menos contido e mais atrevido; Mais realista e menos futurista; Menos sonhador e mais realizador; Dificultar menos; Levar a vida de forma mais comum; Por fim, preciso ser mais presente… E menos poeta (como se fosse um).” A LÁPIS (03/02/10)
Esse texto me levou looooonge…
E criou um debate interno… “Preciso ser mais audacioso e menos temeroso; Menos contido e mais atrevido; Mais realista e menos futurista; Menos sonhador e mais realizador; Dificultar menos; Levar a vida de forma mais comum; Por fim, preciso ser mais presente… E menos poeta (como se fosse um). Preciso mesmo, ser td isso (como se fosse).
Parabéns Eduardo!
É mesmo? E qual foi sua “viagem”?
Qualquer tipo de debate interno serve como uma espécie de auto conhecimento. Espero realmente que esse tenha sido o seu caso.
Beijos.
Nossa Keka, vc é um anjo, eu precisa ler isso hoje, e logo eu que não acredito em coisas do destino rs,
“Preciso ser mais audacioso e menos temeroso; Menos contido e mais atrevido; Mais realista e menos futurista; Menos sonhador e mais realizador; Dificultar menos; Levar a vida de forma mais comum; Por fim, preciso ser mais presente… E menos poeta (como se fosse um).” A LÁPIS (03/02/10)
Quem escreveu foi o Edu…..
Sempre penso nesse negócio de as pessoas dizerem que não se arrependem de nada.
Nossa! Me arrependo de tanta coisa que fiz!
E acho isso bem normal.
Normal não seria se ficasse me lamentando por aí o tempo inteiro por esses arrependimentos.
Mas identificar atitudes que geraram arrependimento é importante inclusive para não repeti-las!
Então digo com orgulho: me arrependo de um montão de coisas!
Temos um pensamento parecido, Lorena. Muitas pessoas consideram como “arrependimento” algo grandioso, com proporções inimagináveis. Acho esse sentimento existe de várias formas, através de atitudes pequenas ou colossais.
Não digo com orgulho, apenas digo que sim, me arrependo de algumas coisas.
Beijos!
Edu,
Bem que vc falou que me identificaria com esse txt, pois na minha vida houve muitas coisas que fiz que me arrependo sim, mas de fato aprendi com os erros cometidos, diria que foram experiências mal vividas, mas que serviu como aprendizado.Tambem sempre tive medo de ser audaciosa, mas decidi mudar, e, hoje estou vivendo uma historia de amor totalmente audaciosa,ele mora na França e estou indo ao seu encontro, o que vai acontecer é uma incógnita,tudo vai depender do bom destino,porem vou viver esse momento o mais intenso possível, o futuro, a Deus pertence.
Parabens pelo txt. , adorei.
Beijos no coração.
Toda experiência é válida, Fabi! Mesmo aquele tipo que te deixa no chão. Essas marcam de verdade, concorda?
Quanto a ousadia, você me conhece um pouco. Sabe que sempre fui recitente, receoso, hesitante demais. Decidi mudar isso e, assim como você, pretendo colher os frutos dessa “audácia necessária”.
Qualquer um iria chamá-la de louca devido a esse episódio da França. Numa boa: arrisque. Você não é criança, sabe distinguir o risco calculado e a inconsequência.
Seja como for, em qualquer parte do planeta, estou aqui torcendo pelo seu sucesso.
Beijão!
Nossa Edu, sorry , pensei que o texto fosse da Keka , me desculpe rs , é muito lindo ….
Marly, já falei com Keka sobre seu comentário…demos boas risadas!
Engraçado: você não é a primeira pessoa que confunde nossos textos. Dizem que ela é minha versão feminina e vice-versa. Para mim, isso é um elogio e tanto! Não sei pra ela…rs
Beijos!
Marlizinha, o Edu fala assim pq ele quase me ama. kkkkkkk
Brincadeiras à parte, embora nossos estilos sejam diferentes (adoro a forma como ele escreve eu não consigo ser tão detalhista), nossos pensamentos são muito parecidos e a gente troca muita idéia.
Boa tarde!!!
Bom acredito na frase “não me arrependo de nada que fiz”, pq??? oras, pq a gente faz escolhas, muitas vezes sabemos que não é a melhor atitude a ser tomada e mesmo assim o fazemos, pq??
Pq se não fosse assim não haveria aprendizado, por isso acredito que não devemos nos arrepender das coisas que fizemos, pode não ter sido a melhor atitude tomada, mas com certeza no momento foi a acertada, aprendemos, vivemos e não nos arrependemos… faz parde da bagagem emocional que carregamos.
Muito bom o texto… parabéns
Nada impede que você olhe para trás e diga: bom, aquilo poderia ter sido melhor se eu agisse diferente, com menos ansiedade, medo, covardia…
Erros e acertos fazem parte da bagagem emocional que carregamos.
Beijos!
Humano sim, robô nunca !
Nos deparamos com dificuldades para nos aceitármos, mas devemos ter auto-crítica e porém aprender que somos como frutas que no tempo certo amadurece. Olhar para o que passou é sublime, quando não nos torturamos pelos nossos erros, e então observamos o que melhor sabemos hoje realizar comparando com o tratamento que demos à alguns assuntos no passado.
Eu de verdade, caro Edu, não me arrependo do que fiz.
Não é justo nos cobrar tanto, somos humanos e não robôs, por isso não me frustro e por outro lado fico atenta para não errar os mesmos erros. Sofrer p aprender está em desuso, pois não sabemos por quanto tempo viveremos ! Então não perca tempo…a ousadia misturada com percepção e bom gosto só resultará em algo real e prazeroso aumentando nossa qualidade de Vida ! Bj, Gi.
Ah, Gi! Sou seu fã, tenho até um autógrafo seu, mas concordo em termos com sua colocação.
Não defendo a tese do sofrimento em prol do amadurecimento (como vc disse “sofrer p aprender está em desuso). Acho que cada um de nós deve analisar todos os atos passados para:
– Aperfeiçoar nossas virtudes;
– Minimizar nossos defeitos.
Não fico me torturando por causa daquilo que fiz equivocadamente. Apenas evito repetir o mesmo vacilo. Aprender com os erros é isso.
A ousadia é bem vinda desde que tenhamos a real noção do risco a ser tomado. Se valer a pena, pq não?
Beijos!
Pera lá Divo … eu não me arrependo de nada no meu passado, nas minhas decisões e no caminho que trilhei. Entretanto, de maneira alguma posso dizer que tudo foi “programadamente acertado”. Todos cometemos erros mas isso não significa que eu me arrependa deles pois aí sim eu me “desumanizaria”. Os erros são muito importantes na história da minha vida…hoje sou quem sou, em grande parte, por causa deles e não somente por meus acertos…
Diva,
Quando vc tem a noção de que errou em algum momento, de certa forma essa auto critica serve como um arrependimento velado, camuflado na forma de reconhecimento.
Não preciso me desumanizar para assumir meus equivocos. Não preciso vestir a camisa da soberba para enaltecer minhas conquistas. Tudo deve acontecer na medida certa, do contrário ou a pessoa corre o risco de se penalizar por qualquer tipo de erro ou então vai se tornar insuportável a cada glória obtida.
Senti que vc ficou nervosa com esse texto…rs
Não divo, fiquei nervosa não…só que mesmo analisando os meus erros eu não faria tudo diferente e não é um arrependimento velado não… nem soberba…somente uma satisfação de ver quem eu sou e ter a consciência de que posso continuar melhorando, que muitos erros ainda vão acontecer e vão ser importantes no aperfeiçoamento do meu caráter!
Só isso 😉
Edu querido!
Já disse e repito: adoro gente que me faz refletir.
Muiiiito bom, como sempre!
Cheiro!
De vez em quando acerto a mão e sai um textozinho desse tipo, Cynthia! rsrs
Cheiro!
Duduzinho (nossaaaa, qq isso hem! ahuahauahu)
Quando ouvimos esse tipo de pergunta, sempre pensamos apenas nos grandes erros cometidos.
Se você me perguntasse a algum tempo atrás, eu diria que me arrependia de muitas coisas que fiz na vida, mas hoje, vendo a mulher que me tornei por ter conseguido superar as reações advindas destes erros, e transformado em alimento positivo para a minha essência, não digo que me arrependi ou não, apenas que, de uma forma ou de outra, a vida me ofereceu caminhos e eu fiz as minhas escolhas.
Bjos 🙂
Essa é minha Keka…!!!
Lilica,
Não creio na definição encontrada nos dicionários para o “destino” (Encadeamento de fatos supostamente fatais; fatalidade. 2 Circunstância de ser favorável ou adversa às pessoas ou coisas esta suposta maneira de ocorrerem os fatos). Assim como vc tem sua vida maravilhosa hj, qualquer um tb pode ter. Vc escolheu o que julgava ser melhor. Calculou os riscos, teve sabedoria para agir na hora certa, precisou dosar a ansiedade (sempre fortalecida depois do recomeço). No seu caso, talvez houvesse o arrependimento se seu momento atual não fosse como é. Frases do tipo “onde errei?”, “o que fiz para merecer isso?” iriam povoar sua mente. Vc teve sorte? Também. Mas, essencialmente, sua sabedoria a conduziu para o sucesso progressivo.
Meu comentário sobre o seu comentário (eita!) soa como um depoimento orkuteano, não acha?
E concordo quando vc diz que associamos arrependimento a grandes decepções. Nem sempre é assim.
Bjos.
Adoro seus textos… gosto de coisas inteligentes e que coloquem as pessoas para refletirem.
Poderia escrever várias coisas a respeito das ideias, mas nada seria suficientemente justo.
Então digo: só precisa ler e sentir!!!
Fabiana,
Gosto de trocar idéias. Questionar, concordar, analisar, refletir…
Então esqueça a questão do “suficientemente justo” e por favor, descreva algumas das várias coisas que você quase citou..rs
Obrigado pelo elogio. Vindo de uma profissional da comunicação, fico imensamente feliz.
Parabéns, Edu! Valeu!
Nossa Edu…
Vou ter uma batalha interna o resto da tarde!
Mas………..com conteúdo bom…com certeza!
bjks
Jú
Juliana,
Me prometa que vai comentar como foi o final dessa batalha interna?
Bjos.
Amei o texto e refleti bastante…
E sim eu me arrependo de algumas coisas,e sim reconheço que aprendi muito com erros…
Mas olha aprendi que essa frase”não me arrependo de nada…” pra minha vida não encaixa,tive um relacionamento antes do meu marido(uns 7 anos atras),que juro que se o tempo voltasse atras…não teria ido malhar no tal dia que conheci o tal cara,foi tão ruim…que desviaria dele.
E assumo que esse erro eu evitaria.
Massssssss como a vida me deu de presente meu marido, e minha filha ,e tantas outras coisas a vida vale a pena.