Por Eduardo Soares
Quando Sérgio conheceu Zulmira ele se encontrava numa pindaíba de causar comoção em mendigo. O homem estava mais duro do que bunda de estátua. Do outro lado, a mulher estava numa situação um pouco melhor que a dele. Zulmira vinha de família classe média “despencante”. Como boa parte da população nacional, sofreu alguns perrengues financeiros durante quase uma década mas aos poucos conseguiu retomar e melhorar o padrão de vida. Com isso o “despencante” agora era “decolante”. O que era um alivio para ela que sempre foi metida a besta, desde criança. Ela saía de casa sempre enfeitada, parecia até árvore de Natal ambulante. Até mesmo para comprar baguete era quase um desfile infantil matutino no meio da rua. Baguete, eu disse. Rico não compra bisnaga, tampouco bengala. As três expressões significam a mesma coisa. Para quem não associou, me refiro aquele pão fino e comprido tão comum nos tempos do guaraná de rolha. Hoje em dia só vejo bisnaga (sou povão, não nego) sendo vendida no período de Natal, já que o pão é a matéria prima de qualquer rabanada. Falávamos de quê mesmo? Ah, sim! A cocotinha saía de casa toda emperiquitada (já diria minha mãe) até mesmo para dar uma volta no jardim com o lulu à tira-colo (ou coleira). Esse trajeto tinha duração máxima entre cinco e dez minutos. Epa, já ia esquecendo: o poodle também saía de casa devidamente uniformizado com direito a luvinhas e tudo. Só faltava mesmo um mordomo para o bicho. É cada doideira, vou te falar…
Como essa era uma época boa da família nenhuma extravagância soava como exagero, tudo era permitido. Afinal de contas (como diriam os mais velhos) quem pode, pode e quem não pode espia. De fato, as pessoas estranhavam aquela menina super produzida e seu cachorrinho (o coitado “ainda” era macho) usando roupinha cor-de-rosa. Alguns sacanas soltavam frases como “ nunca vi isso, esse cachorro é de chiclete?” ou “nunca vi milk shake peludo de morango”. Bom, para agravar a extravagância Zulmira era filha única, e nesse caso é natural que todos os paparicos sejam tonificados e com isso ela tornou-se uma criança pra lá de mimada. A palavra NÃO jamais esteve presente no vocabulário dos seus pais. Todas as vontades da pequena eram atendidas. Para quem tinha gênio forte, isso não poderia ser pior. Daí vocês podem ter uma pequena noção de como seria essa pessoa na fase adulta…
Zulmira cresceu e fez faculdade de moda, tornando-se uma bem sucedida estilista, renomada pelos quatro cantos do planeta. Nessa fase, ela viveu a rotina de viagens constantes e cansativas até o momento decidiu amenizar o ritmo de trabalho. Sem precisar provar nada a ninguém e com o nome já consolidado no mundo fashion ela Zulmira decidiu fazer apresentações apenas no Brasil. Foi num desses desfiles que ela conheceu Sérgio, então um segurança boa pinta e educado que não desgrudava os olhos daquela dondoca estilosa dona de uma postura impecável.
A estilista costumava dizer que os homens grã-finos eram péssimos amantes. Só queriam saber do creme facial, da musculação e do perfume da moda. Por isso nunca havia tido sucesso nos namoros. E talvez aquele segurança pobretão (se fosse rico estaria na platéia vendo o desfile) seria a solução da sua carência. Dito e feito. Lá estavam Zulmira e Sérgio, casal desenhado através de mundos opostos, como vários outros casos que conhecemos através da mídia.
Mas cadê a tal Valkiria do título? (continua)
Esperando Valkiria… kkkk…
Cheiro!
AHHHHHHHH, não vale!!!!!Continua logoooooooo!!!! bjos
Estou aqui!!!
Rs
Que bom eu ser mineira!! Aqui na minha terra ainda se encontra baguete! Com gergelim ou sem, integral ou não, para fazer sanduiches a metro na tarde de sábado! Fico esperando a Valkiria!
Sacanagem Edú…
Tenho certeza que a Valquíria , é a amante..rsrsrs
beijos sabor sushi Ká…
Inquieta pelo fim da história…
😉
FCD!!!!
Ah tah, valeu então… só pra me deixar na expectativa!!!
Quantos meses vai demorar pra continuar a história????
hunf…..