Por Renata Poskus Vaz
Calma, mulherões! A ideia acima não é minha e nem de ninguém que atua ou já atuou no Blog Mulherão. A ideia do título deste artigo foi defendida na internet por uma mulher comum, magra, que diz em seu perfil do Facebook ter estudado Direito nas Faculdades Integradas de Itapetininga e que, segundo consta, trabalha em uma empresa que vende farinha de trigo: Silvia Abrahão.
Não, eu não a conhecia. A frase chegou até mim por meio de um desabafo de uma leitora. Como a publicação foi pública e, diretamente ofendeu minha leitora e indiretamente me ofendeu, senti-me no direito de publicá-la na Fan Page do Blog Mulherão.
Vejam:
O que mais me chateou é que este comentário de Silvia, uma moça comum, representa o de milhares de pessoas por aí. Ela não é única… Existem muitas, muitas Silvias que realmente questionam o direito do gordo a um atendimento médico de qualidade. Como se todo gordo ficasse gordo porque quer, por ser relaxado e comprometesse o atendimento médico dos outros (leia-se magros super saudáveis).
Já contei algumas vezes aqui no Blog Mulherão que minha mãe morreu aos 40 anos vítima de uma embolia pulmonar. Era gorda. Ela não gostava de ser gorda por conta das humilhações e preconceitos que sofria e evitava ir ao médico por se sentir culpada por não conseguir emagrecer. Ela merecia atendimento médico. Ela merecia estar viva.
Dizer que um gordo não merece ser tratado do joelho porque se mantém gordo propositadamente é a mesma coisa do que dizer que uma pessoa com câncer no pulmão não merece tratamento médico por ter abusado do cigarro, ou os portadores de HIV positivo não merecem tratamento porque pegaram AIDS por querer… Enfim, preconceito puro!
Até o momento, quase 200 pessoas compartilharam a infeliz declaração de Silvia Abrahão no Facebook. Espero que isso sirva de exemplo para outras pessoas ao emitirem suas opiniões preconceituosas publicamente. No mais, segue essa sugestão de leitura para Silvia. Clique e leia.