Arquivo do mês: janeiro 2014

Magras que engordam como forma de auto-sabotagem

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Por Renata Poskus Vaz

Outro dia, uma leitora me disse que em sua terapia descobriu que engordou como uma forma de se punir por ser muito bonita. Ela afirmou com todas as letras que a forma que encontrou para diminuir o assédio sexual que sofria na adolescência foi engordar.  Parece algo absurdo e até um tanto quanto prepotente, mas será que isso não é realmente possível? Engordar como uma forma de se auto-sabotar?

Hoje sabemos que podemos ser bonitas, sensuais e bem-resolvidas mesmo gordas. Mas como era o conceito que fazíamos do sobrepeso antes, na adolescência?

Não foi a primeira vez que escutei ou li esse tipo de comentário. Uma querida amiga, por exemplo, dona de lindos olhos azuis, inteligentíssima, sentia-se cobrada por seus pais. Ela era, aos olhos deles (mesmo que disfarçassem e não assumissem isso publicamente) melhor em diversos aspectos que a irmã. E quanto mais bonita ela ficava, mais cobranças acerca da sua beleza ela recebia. Ao engordar essas cobranças pararam. Ela deixou de ser considerada “acima da média”, virou a “inteligente da família”, enquanto a irmã era a “mais bonita”, aos olhos dos que as cercavam.

Nasci um bebê com peso normal e sempre fui muito ativa. Fazia volei, natação, ballet… Brincava de corre-corre, pique-esconde… Nas férias vivia no mar e andava todos os dias quilômetros e mais quilômetros de faixa de areia. Era uma criança magra.

Aos 12 anos, de uma hora para a outra, enormes seios surgiram no meu corpinho esguio. Surgiram também a cinturinha fina e o quadril largo. Porém, continuava magra. Aos 14 anos pesava 52 Kg e já tinha 1,72m.

Com esse corpo novo surgiram novas cobranças: “sente de perna fechada, mocinha não pode ser assim”. “Não estufe essa barriga!”… Para completar, tenho uma tia poucos anos mais velha do que eu. Ela é mais uma espécie de irmã mais velha do que tia, a Laiza, que sempre foi muito magra e linda. Óbvio que me comparavam com ela. E isso, para uma criança, dói.

Na escola, ouvia piadas e histórias de que eu tinha não sei quantos namorados, mas a verdade é que eu demorei pacas para dar meu primeiro beijo na boca, era tímida e encalhada e mesmo assim diziam que eu “transava com sei lá quem”. Isso para mim era humilhante. Eu tinha o sonho de casar virgem, pura e mais um monte de lenga-lengas românticos e me sentia desrespeitada. Acontece que eu era uma menina com corpo de mulher e isso talvez tenha dado margens à imaginação daqueles garotos idiotas e das meninas invejosas.

Na rua, ouvia cantadas de homens mais velhos, com idade para serem meus avós. Foi aí que aprimorei minha capacidade de ser grosseira e respondia sempre com agressividade a esses tarados.

Ser magra e bonita, realmente era um inconveniente! Além do mais, porque eu era, modéstia à parte, muito inteligente. E, por incrível que pareça, até mesmo por parte dos professores havia a ideia de que alunas bonitas são burras. Foram diversas as vezes em que tive que comprovar que minhas redações eram realmente minhas e que eu merecia as notas altas que recebia.

Com o tempo, deixei de me dedicar na escola. Tirar notas médias e baixas e engordar era uma boa forma de não ser notada, de ser como todas as outras garotas.

Hoje encaro meu corpo de outra forma e sei que esse engorda/emagrece/engorda também foram responsáveis pela Renata que hoje sou. Entretanto, o vício da auto-sabotagem, não só a do corpo, também refletiu em outros aspectos de minha vida. E é disso que eu preciso cuidar, hoje.

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Fashion Weekend Plus Size anuncia data e novo local

Por Renata Poskus Vaz

Evento será realizado no auditório Elis Regina – Anhembi, no domingo 23 de fevereiro, apresentando as coleções  inverno 2014


Ensaio fotográfico homenageia mulherões que possuem outras profissões, mas que também desfilam

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A nona edição do “Fashion Weekend Plus Size – FWPS” , que apresentará os lançamentos para oInverno 2014,  será realizada no domingo, 23 de fevereiro, no Auditório Elis Regina, na capital paulista. O ensaio fotográfico de divulgação do evento foi inspirado na alfaiataria masculina, evidenciando o poder sensual das mulheres bem resolvidas com suas formas.

A cada edição do FWPS, a diretora do evento, Renata Poskus Vaz, utiliza um critério diferente para escolher as modelos que participam da foto conceito para a divulgação pré-evento. Podem ser, por exemplo, os grandes destaques da moda Plus Size, ou as new faces mais encantadoras. Desta vez, as modelos fotografadas são mulherões que atuam em outras profissões, mas que sempre se organizam para poder desfilar no evento e fazer outros trabalhos como modelo Plus Size. São elas: Beatriz Yumi,Fabíola RomãoJoice BaricallaMaria Cecília Baumegger e Veronica Romera.

Renata Poskus Vaz declara: “O conceito para o ensaio fotográfico foi inspirado na alfaiataria masculina, evidenciando o poder de mulherões que podem ser mães, profissionais e também estarem começando a atuar como modelos PlusSize, valorizando a autoestima e a beleza natural de cada mulher”.

Conheça um pouco mais sobre as modelos que fazem parte do ensaio fotográfico do FWPS Inverno 2014:

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Beatriz Yumi – Com 24 anos de idade, manequim 46, a consultora de finanças paulistana participou da última edição do FWPS, no desfile da marca de acessórios Korukru, a convite da amiga Sofia Scalopi. Beatriz declara: “A maior parte das pessoas não consegue me ver como modelo Plus Size, me acham fofinha, um pouco acima do peso, mas não uma modelo Plus Size como as pessoas imaginam. O que me inspira a buscar trabalhos como modelo é, além do orgulho da minha família e amigos, mostrar que beleza não tem tamanho e que não são só roupas largas que caem bem em mulherões”.

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Fabíola Romão – A paulistana de 29 anos veste manequim 46/48, é consultora de vendas e, além de já ter desfilado em três edições do FWPS, foi a primeira musa Plus Size do Carnaval de São Paulo, em 2012, e já fotografou para catálogo Plus Size e desfilou para a marca de lingerie DuLoren e em um desfile de noiva. Fabíola conta que quando foi eleita musa do Carnaval de São Paulo a maioria das pessoas não entendeu e ela precisava explicar que quem veste manequim acima do 46 também pode ter samba no pé e pode desfilar na avenida. Ela sempre desejou ser modelo, mas, por ser gordinha, achava que não conseguiria. Até que um dia leu uma matéria sobre casting para mulheres acima do 46, foi participar e  foi elogiada, A partir daí, decidiu seguir em frente, sua autoestima aumentou. Fabíola declara: “O que me inspira a ser modelo Plus Size é ser mulherão! Ter autoestima, ser feliz, sou uma mulher que se aceita e gosto de mostrar através do meu sorriso e da minha expressão corporal o quanto estou satisfeita com a pessoa que me tornei e que muitas possibilidades surgiram por eu ser gordinha e que não teriam surgido se não fosse o meu biótipo”.

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Joice Baricalla – A fotógrafa catarinense tem 33 anos e veste manequim 46/48. Ela participou da última edição do FWPS, realizada em julho de 2013, e já trabalhou em algumas campanhas publicitárias e catálogos. Em outubro de 2013, foi eleita Miss Santa Catarina Plus Size 2014. Joice conta que foi um momento único, no qual se lembrou de todas as dificuldades que enfrentou para encontrar uma roupa ou ter um atendimento de qualidade em uma loja. Ela decidiu ser modelo Plus Size quando conheceu a história da brasileira Fluvia Lacerda, que foi descoberta em um ônibus em New York e hoje é uma das principais modelos Plus Size do mundo. “Conhecer a história de Fluvia foi um incentivo, pois ela se aceita linda como ela é, independente de seu peso. E, se pararmos para analisar e deixarmos de nos influenciar pelo que a sociedade pensa a nosso respeito, seremos livres de preconceitos e mais felizes”, declara Joice. Sobre o FWPS, Joice destaca: “Tive a maravilhosa oportunidade de desfilar da última edição do FWPS, conheci de perto modelos que só via em matérias e anúncios e, o mais gratificante, aprendi mais sobre o mundo da moda. Agradeço à Renata Poskus Vaz os ensinamentos, pois quem desfila no FWPS realmente cresce bastante na área”. E completa: “Além de uma realização pessoal, o que me inspira a seguir na carreira é poder ajudar mulheres a se aceitarem e a cuidarem mais de si, recuperando a autoestima”.

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Maria Cecília Baumegger – A paulistana de 26 anos é estudante de canto erudito e fez seu primeiro trabalho como modelo Plus Size em 2008, para aumentar a autoestima e depois não se interessou mais. Em 2013, diversas pessoas da área de moda Plus Size insistiram para que ela tentasse a carreira. Na época, estava sendo realizado o casting para o FWPS e ela imaginou que seria uma ótima maneira de começar a carreira. Maria Cecília declara: “Eu sempre gostei de moda e, com certeza, se não fosse tão apaixonada por música, por ópera, seguiria alguma carreira ligada à moda. Como a profissão de cantor erudito exige muito tempo de estudo, eu pensei que ainda nos meus primeiros anos de estudante eu poderia me dedicar também a outra coisa que me fizesse feliz e que ainda me ajudaria a combater a timidez, além de estar em outro mundo muito interessante, pois quando você está modelando você está interpretando um personagem, você empresta sua imagem para uma ideia, a uma roupa, ao desejo de quem quer ter essa roupa e isso é incrível”. Maria Cecília conta sua história pessoal: “Aos 13 anos tive minha primeira crise de depressão, depois de várias crises fui diagnosticada com Transtorno Bipolar. Eu me senti muito sozinha e com ódio de mim mesma por ser assim e com os remédios engordei 30 kg e eu até então estava dentro do padrão. Hoje eu vejo que é possível levar uma vida normal, ter controle sobre o próprio corpo e sobre a mente e que eu não sou a doença, como eu acreditava antes. Sendo modelo, eu sei que posso inspirar muitas mulheres a verem o lado bom da vida, pois se não fosse por tudo que passei eu não estaria aqui e, honestamente, por pior que tenha sido, eu não hesitaria duas vezes, pois a sensação de vitória é inexplicável e o mais engraçado é que eu sou muito mais feliz hoje, gorda, do que quando era magra”!

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Veronica Romera – A psicóloga paulistana de 39 anos veste manequim 46 e atualmente trabalha como coordenadora de recrutamento e seleção de uma multinacional francesa. Já desfilou no FWPS e foi modelo de prova de uma marca Plus Size. Veronica diz que as pessoas ainda não entendem o conceito da moda Plus Size e ridicularizam a tendência. Além disso, acredita que o mercado brasileiro de moda Plus Size ainda é pequeno e pouco explorado. Veronica declara: “Minha inspiração é poder realizar alguns trabalhos, independente do número do meu manequim e também da minha idade, o mais interessante é poder mostrar a beleza de mulherões da vida real. Tenho quase 40 anos e posso mostrar minha beleza fora do padrão imposto pela sociedade e fazer com que as mulheres mais velhas também possam se reconhecer como participantes do mundo da moda, se sentirem bonitas”.

Renata Poskus Vaz declara: “Os confeccionistas de moda Plus Size estão cada vez mais atentos ao que os consumidores querem e o Inverno 2014 será poderoso,  realçando a força e a beleza de mulheres bem-sucedidas e bem-resolvidas”.

Ficha Técnica:

 Fotos Conceito  ‘FWPS Inverno 2014’

Produção: Renata Poskus Vaz e Carol Santos

Fotógrafa: Adriana Líbini

Make & Cabelo: Patrícia Refineti

Modelos: Beatriz YumiFabíola RomãoJoice BaricallaMaria Cecília Baumegger e Veronica Romera.

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A saga do ruivo perfeito: Como cheguei no tom do ruivo ‘natural’

Por Isabella Trad

Olá tudo bem?
Quem pinta o cabelo de ruivo com certeza já foi parada no meio da rua/shopping ou no banheiro da balada com a seguinte pergunta:
Qual é a tinta que você passou pra chegar nesse tom?

Nesses quase 3 anos de ruivisse, no meu caso, foram váárias!
Eu enfrentei uma luta, uma verdadeira saga pra chegar no tom que tenho hoje. Os tons acobreados são viciantes e a cada dia que você pinta dá vontade de testar cada tinta nova que chega!
No começo eu era bem louca e pintava cada mês um tom, hoje nem lembro mais os tons que usei.
Vou tentar simplificar pra vocês, vamos lá?

Meu cabelo natural é um Loiro escuro acinzentado e quando passei a primeira tinta ele estava virgem. Fui a um salão, mas infelizmente a cabeleireira não entendeu a cor que eu queria e passou um tom bem mais escuro do que eu esperava.

Ficou na altura de um 5.4 (castanho claro acobreado) com oxigenada de 20– Na foto ficou bem mais claro, mas se vc prestar atenção nas pontas o cabelo esta escuro.

Ruivo perfeito 1

Já vi várias meninas passando pelo mesmo que passei.
Isso dificultou muito pra que depois eu conseguisse clarear o tom.  A cabeleireira poderia ter me dado dicas, feito mechas ou qualquer outra coisa, eu deixei claro pra ela que o tom que eu queria não era escuro. Tinta não clareia tinta, se ela tivesse passado um tom mais claro como eu pedi teria sido bem mais fácil conseguir o tom que eu tenho hoje (Fiquei brava só de lembrar gente hahaha).

Então, antes de irem a qualquer cabeleireiro certifique-se de que ele tem noção do tom que você deseja.  A base do ‘ruivo natural’ que eu queria era loira(na altura do 8 -9) E a nuance era acobreada( numero  4). Ou seja, pedi pra que ela passasse um 8.4 (Loiro claro acobreado) no meu cabelo e ela passou um castanho(numero 5) com a nuance acobreada, 3 tons mais escuro do que eu queria.
No mesmo mês, passei loiro 9.0(Sem nuance) por cima pra clarear, desses de farmácia(Fiquei com medo de usar o Dekap Collor)  Não funcionou muito, a raiz clareou mas o meu cabelo continuou o mesmo praticamente.

Comecei a usar a 7.7 da Igora com oxigenada de 40, sou louca sim, mas precisava dar um jeito de clarear meu cabelo até encontrar coragem e um profissional que descolorisse e me desse segurança do que ia fazer. (A igora tem numerações diferente, então ao invés da nuance acobreada ser 4 é 7. Então tomem cuidado, não se deixem confundir.)

Ficou assim:

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E eu gostava muito dela desbotada:

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Depois de vários testes, decidi passar a 8.34 da Elisa Affair com oxigenada de 40, é claro! (louca)
Senti que clareou pelo menos meio tom do meu cabelo. Eu adorei a cor, mas desbotada achei que ficava muito dourada e perdia facilmente o cobre.
A única foto que tenho da 8.34 é essa, tinha pintado no dia:

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O certo é usar um tonalizante pra segurar a cor enquanto não pintava, mas eu tenho muito cabelo e alem de tudo é comprido, gasto no mínimo 3 caixas de tinta ou tonalizante. Então para não gastar muito, ou era a tinta ou tonalizante. Voltei pra Igora que desbotada ainda ficava bonita e aguentei mais um ano.

Foi um belo dia, no desespero de 2 meses sem pintar o cabelo e em uma cidade que eu não achava a minha tinta eu resolvi mudar, corte e coloração.
Passei a Koleston 7744(Vermelho super intenso) com ox40. Na caixa ela aparentava puxar um pouco pro laranja, mas é que ela era tão vermelha que eu me enganei.

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 Quando pintou ficou bem bonito, não vou negar.

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Fiquei um dois meses com essa cor de cabelo, sem retocar. Tava sentindo muita falta do meu acobreado até que encontrei uma cabeleireira maravilhosa que me entendia e conseguiu me passar a segurança e me ajudar a finalmente clarear e chegar no meu tom dos sonhos.
Ela descoloriu as pontas do meu cabelo e depois a raiz(que ficou bem clara porque a base do meu cabelo é acinzentada). Pelo o que eu me lembro, o cabelo descolorido ficou na altura de um 9.0.
A minha salvadora fez a mistura da 8.3(Loiro claro dourado) com a 8.4(Loiro claro acobreado) da alfaparf  colocando um pouco mais da 8.4 pra ficar ‘’mais laranjinha’’  e aplicou no meu cabelo com oxigenada de 20.

Ficou assim:

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FICOU PERFEITO! Eu me olhei no espelho durante 3 dias, admirando a obra prima da cabeleireira!
Mas, me mudei pra longe e não consegui ir sempre nela e como não sou seguramente profissional para descolorir minha raiz e fazer a misturinha sagrada feita por ela, mudei a tinta.

Faz um ano que pinto com a 8fa(Loiro claro acobreado alaranjado) da Itelly.
Passo com oxigenada de 40 na raiz e 20 nas pontas, pra tentar manter o tom claro.
Logo quando pinto o cabelo com ela fica bem gritante, mas a cor segura e depois desbotada fica cada dia mais natural.

Ruivo perfeito 9Desbotado:

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Depois de todo esse processo é inevitável hidratar sempre o cabelo.

(Fotos: Isabella Trad)

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Decepção: a coleção plus size da Mango

Por Cintia F Rojo

Violeta Mango

Quando a grife gringa Mango anunciou o lançamento de uma linha plus size todo mundo comemorou! Batizada de “Violeta”, os Mulherões (inclusive no Brasil) mal podiam esperar para ter as roupas da grife, que tem uma pegada bem fashion e descolada. A foto de divulgação também nos deixou empolgadas: a top Robin Lawley, de costas, exibe suas curvas num vestido preto com renda nas costas. O que você espera de uma coleção cujo preview é a foto acima? Eu esperava uma coleção cheia de peças sexy, bem cortadas e com tecidos estruturados.

Contudo, quando a coleção foi oficialmente lançada e começaram a pipocar na internet as primeiras imagens das peças… ué, cadê a pegada fashion e descolada? Cadê os tecidos estruturados, as peças femininas e sensuais?

Mango Violeta Plus size

Apesar dos acessórios serem bonitos, confesso que foi a maior decepção. Se a Mango fosse uma grife de roupas básicas, nós saberíamos o que esperar e a coleção Violeta certamente não teria decepcionado. Mas a Mango não é assim e a linha plus size não traduz, de fato, a marca. As peças da Violeta perdem em charme para qualquer boa grife, inclusive as brasileiras e o  cúmulo, na minha opinião, foi a calça jeans com elástico (!).

O que será que passou pela cabeça dos designers e executivos da empresa? É assim que as mulheres se vestem, na visão deles? Blusas largas e não acinturadas e jeans sem caimento? Quem sempre esteve acima do peso sabe que antigamente era esse o tipo de roupa que encontrávamos nos tamanhos maiores. Todo mundo queria nos colocar dentro de jeans que cobrissem o máximo possível e as blusas eram estilo saco-de-batata. Mas, felizmente, as boas grifes plus size procuram traduzir as tendências de moda das passarelas e produzir roupas que atendam as nossas necessidades: roupas modernas, tecidos de qualidade, estampas, costuras reforçadas e bom corte. Hoje quem veste manequim maior que 48 sabe que não precisa vestir uma calça jeans com elástico. Aguardemos, portanto, as próximas coleções da Mango. Enquanto isso, vou  ficar com as boas grifes brasileiras mesmo…

 

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Casting para o Fashion Weekend Plus Size Inverno 2014

Por Renata Poskus Vaz

Quer brilhar nas passarelas do Fashion Weekend Plus Size? O evento que reúne mais de 10 grifes de todo o País?

Participe do casting que vai acontecer nesta sexta-feira!

casting fwps

 

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Uma mensagem aos incomodados com nosso peso

Por Cintia F Rojo

“Infelizmente, até hoje percebo, MUITO, o incômodo que uma mulher como eu provoca quando está com roupas menos volumosas, digamos assim…” (mensagem de uma leitora via facebook)

Pinup plus size na janela

Tenho recebido muitos relatos de mulheres lindas que descobriram que não precisam esconder o corpo dentro de um casaco super largo ou de qualquer outro esconderijo. Tudo começou com a confissão da Melissa McCarthy, contada nesse post aqui, que escolheu um casaco gigante, não valorizando suas curvas, para fazer a capa de uma edição especial da Revista ELLE americana no final do ano passado. Então pipocaram os relatos  incríveis na caixa de comentários e nas redes sociais.

O trecho que está em destaque é de um desses Mulherões que também ficou indignada com a escolha de Melissa e compartilhou a experiência de ter ido à uma costureira para confeccionar um determinado modelo sob medida. O curioso é que a tal costureira tentou dissuadí-la da idéia,  dando mil justificativas diferentes. A nossa amiga respondeu, então, que queria a roupa exatamente daquele jeito. Pra fechar o episódio, a costureira terminou seu trabalho dizendo que dava para ver a felicidade estampada no rosto do mulherão “mesmo ela sendo gorda”. E a palavrinha usada por ela e que acredito que traduza bem situações como essa que lemos é INCÔMODO.

Os padrões impostos pela mídia são especialmente cruéis com as mulheres gordas. Entretanto, o fortalecimento do movimento plus size, a relevância e o destaque que a moda GG vem recebendo no mercado e a valorização de diferentes padrões estéticos, de certa forma, nos ajudaram na luta pela libertação dessa opressão e ditadura da beleza. Entretanto, gente magra também sofre com a imposição desses padrões e a amiga do parágrafo acima quase respondeu à costureira: “dá para ver sua infelicidade mesmo você sendo magra”.

A grande verdade é que os padrões estéticos vieram com força total sobre qualquer pessoa, gorda ou magra, mas só vai causar estrago se tiver espaço para tal. O padrão photoshopado de beleza é inatingível simplesmente porque ele não existe e sabendo/aceitando/entendendo isso não vamos nos acabar de tristeza ou nos esconder porque temos espinha no rosto,  celulite no braço e estria na barriga. E se nós não estivermos incomodadas com isso, porque dar ouvidos aos comentários azedos de gente como essa costureira?

No final das contas, descobrimos que os incomodados com a nossa auto-aceitação são justamente aqueles insatisfeitos com o próprio corpo. “Como é possível essa gorda estar tão felizinha com o corpo que tem se eu, que sou magra, não estou?”. E eu não tenho uma fórmula secreta ou uma resposta correta para responder isso. Esse é o grande mistério da beleza genuína, aquela beleza que desfila na rua, no metrô, no shopping e – de  biquíni! – na praia e não está plastificada na capa das revistas.

(Foto: Internet via Google Images)

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Modelo plus size enfrenta câncer e não para de fotografar

Por Isabella Trad

Em julho do ano passado, Elly Mayday,  modelo plus size canadense, anunciou em sua página no Facebook que foi diagnosticada com um câncer raro no ovário.  Esse tipo de tumor atinge apenas 5% das mulheres diagnosticadas com câncer no ovário. Mesmo assim,  Elly não se deixou abater. Ela fez uma cirurgia para remover o tumor e começou a quimioterapia em setembro do ano passado.

Apesar de toda essa experiência,  a modelo continua aproveitando sua vida ao máximo e trabalhando. Recentemente em sua página no facebook ela postou sobre sua perda de peso por conta da quimioterapia:

‘’Eu tenho visto que muitas pessoas comentaram sobre o meu peso ultimamente devido a essa experiência. Eu perdi 18kg na extensão desse meses e a perda de peso é devido a dieta, quimioterapia e stress. Para combater isso, eu tive que dar ao meu corpo a melhor chance, eu me alimento de comidas limpas e sucos todas as manhãs. O peso saiu naturalmente, mas as curvas ficaram. Não de importância aos números que você vê na balança, ame esse lindo corpo que você tem e perceba que é tudo que você tem.  Então é melhor alimentá-lo e tratá-lo bem.’’

Elly é a prova de que não existem dias ruins e a felicidade está ao alcance de todas. Ela nunca se rebaixou por estar acima do peso, nem mesmo quando algumas agencias se recusaram a representa-la por ser muito grande ou inexperiente. Ela conta que nada disso a impediu de provar que era capaz. Elly estava determinada que podia fazer isso, mesmo de forma independente e não por uma agencia.

Em entrevistas, ela afirmou que não vai deixar o câncer destruir toda sua trajetória: “Sinto que passei por isso pra ajudar essas pessoas e não há nada que vai diminuir o meu ritmo. Vitimizar-me por conta da minha doença não vai mudar nada. Meu pai sempre dizia que os mais pobres de todos nós são aqueles sem propósitos.  Eu perderei meu cabelo para a quimioterapia logo e tenho certeza que vou enfrentar algum problema de confiança, mas eu preciso compartilhar o que eu prego e estou determinada a mostrar pras pessoas que a beleza vai alem disso, e é isso que importa.’’

 Atualmente ela já perdeu seu cabelo e esta em tratamento,  reagindo bem. Elly publica diariamente fotos em sua pagina oficial, mostrando seu trabalho e força.

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Nós não devemos nos entristecer com o que acontece no nosso dia a dia, porque, de alguma  forma as coisas podem ser piores. O seu peso, altura ou cor de cabelo não é capaz transmitir a sua força de vontade e amor próprio, a beleza e o bem estar te seguem onde quer que você vá. O segredo está em ser capaz de observar tudo isso.

(Fotos: Página do facebook da modelo)

 

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La Farfa: revista plus size para as “Marshmallow Girls”

Por Cíntia F Rojo

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O que vem à cabeça de vocês quando ouvem a palavra “marshmallow”? Eu penso naquele doce redondinho, macio, colorido e que deixa meu sorvete ainda mais gostoso. Só podia ser gordice, né?! 😛 Pois saibam vocês que chamar as mulheres gordinhas de “garotas marshmallow” é uma das novidades que vem do Japão.

A outra novidade que está fazendo a alegria dos Mulherões na terra do Sol Nascente é o lançamento da revista “La Farfa”,  a primeira publicação do país com uma linha editorial totalmente voltada para o público plus size.

No meu mundo ideal as publicações não deveriam ser segmentadas. Nós ficamos super contentes quando vemos a Preta Gil ou a Fabiana Karla, por exemplo, na capa de publicações femininas de grande circulação. Queríamos ver mais Mulherões estampando a capa das edições brasileiras de publicações como a Vogue e a Harper’s Bazaar. Mas também vale lembrar que a imagem da mulher japonesa comum, amplamente divulgada pela mídia, é da mulher magra, de baixa estatura e estrutura pequena. Pode ser tímida mas não deixa de ser uma vitória para as mulheres japonesas que estão acima do peso.

Na opinião de vocês, como seria recebida, no Brasil, uma publicação para o público plus size? Isso seria positivo ou vocês acham que devemos continuar nossos esforços para que mais Mulherões estejam em publicações não segmentadas?

(Fotos: Internet)

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De gorda tímida a nova blogueira do Mulherão

Por Isabella Trad

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Olá! Tudo bem? 

Sabe aquela vontade de levantar e dizer ao mundo que eu existo e posso conseguir tudo que eu quero,  aquela  vontade de gritar que eu sou capaz e posso ser feliz do jeito que eu sou? Então, passei por isso assim como várias outras mulheres e sempre deixei minha timidez e insegurança me impedir de sorrir.

Todos os dias levantava, me olhava no espelho e procurava todos os defeitos que as pessoas apontariam ao longo do dia , e como um modo de defesa, sempre escondi  todos esses defeitos com roupas pretas, largas, compridas e muitas das vezes bem masculinizadas.

 Tinha vergonha de buscar pizza quando era entregue na porta de casa, não comia direito na casa de amigos e parentes e sempre me calava ao escutar comentários sobre o meu peso e saúde.  Eu meu achava inferior pelo simples fato de ser gorda.

Passei anos tentando me esconder e achando que todo mundo ao meu redor me notava e reparava no meu peso o tempo inteiro. Jurando que todas as pessoas que cruzavam o olhar comigo eram donas de um pensamento negativo e maldoso. Foi depois de um tempo que eu comecei a prestar atenção em quem me amava e realmente me dei conta de que aquelas pessoas não pensavam e nem se importavam com o meu porte físico.

Foi  reclamando do meu peso pra uma dessas pessoas que escutei a seguinte frase:
– Você reclama tanto do seu peso, as vezes me parece que você só ta criando um escudo pra que as pessoas saibam como você é. É como se você quisesse que as pessoas sentissem dó de você por isso. Eu não sinto dó de você. Você é linda, saudável e não precisa desse escudo.

Eu fiquei com muita vergonha.

Eu esperava algo como ‘’Você reclama tanto do seu peso, por que não emagrece?’’ mas não foi isso, essa minha amiga me abriu os olhos pela primeira vez, eu não era inferior e ninguém precisava sentir pena de mim por isso.

Depois de um tempo, mantendo essas amizades e quem me ama por perto,  fui criando uma certa independência sobre o meu porte físico. Foi como se eu fosse reeducada e foi quando me apresentaram as modelos Plus Sizes pela primeira vez.

Eu tive vontade de ser uma delas, era como se eu conseguisse esse posto poderia realmente me amar e aceitar. Participei de concursos, tirei diversas fotos, fui a eventos, agencias e no final eu descobri que não precisava de nada disso.

Eu já me amava, eu superei toda essa timidez pra tentar ser algo que eu não precisava ser. Eu já  sou uma dessas mulheres. Eu já sou linda, gorda, saudável e amada.

Lendo blogs, conversando com outras meninas senti a necessidade de passar isso pra todas, criei um grupo, reuni as gordas e lá fiz outras amizades, conheci outras historias e aprendi muito mais sobre o amor próprio.

Antes que eu me esqueça:  Meu nome é Isabella, tenho 19 anos, peso 88kg, tenho de 1,55 de altura e me sinto cada dia mais um mulherão.

E como cheguei  a ser uma Blogueira aqui? Isso eu não conto! É um segredo que um mago da gordolândia compartilhou comigo em uma dessas historias.

Um beijo! E até mais! Isabella Trad (4)

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Globo de Ouro: a (boa) resposta da plus size Gabourey Sidibe

Por Cintia F Rojo

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A gente fica toda felizinha quando vê um Mulherão fazendo o maior sucesso em premiações badaladas não é mesmo?! Por outro lado, também ficamos jururu-da-vida quando vemos essas profissionais incríveis e reconhecidas serem vítimas de comentários preconceituosos por estarem acima do peso.

Ontem aconteceu a premiação do Globo de Ouro, uma cerimônia do cinema que tem a mesma pompa do Oscar, que acontece no próximo mês. O tapete vermelho é concorridíssimo e todos ficam de olho no que as beldades estarão vestindo, nas maquiagens, jóias e acessórios.

Gostei da escolha do vestido de Gabourey Sidibe e, apesar do penteado não ser o meu favorito, confesso que a atitude da atriz, na hora de encarar os fotógrafos, me cativou. Ela parece estar preocupada com o que vão dizer do seu vestido, do cabelo, do peso, do corpo? Nada disso. Ela está segura e confiante e fez bonito num dos momentos mais glamourosos do cinema mundial. Minha teoria é de que ela só não sorriu mais para não ficar com os olhos fechados (coisa de gente bochechuda, acontece comigo também).

Contudo, vocês sabem como é a associação global dos recalcados anônimos. Um grupo de pessoas, provavelmente infelizes consigo mesmas e que se escondem em perfis perfeitinhos das redes sociais, usou o twitter para tecer comentários maldosos sobre a atriz e seu vestido. Sabe qual foi a resposta dela? No próprio twitter ela escreveu: “para as pessoas fazendo comentários maldosos sobre minhas fotos GG, eu realmente quase chorei naquele jatinho particular a caminho do meu emprego dos sonhos noite passada”.

Esfregar o sucesso profissional e financeiro na cara dos recalcados foi uma boa resposta, vocês não acham?

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