Arquivo da categoria: comportamento

Entre quatro paredes um fofo, na praia finge que não te conhece…

Por Renata Poskus Vaz

Uma querida leitora me escreveu o seguinte desabafo:

Meu namorado se afasta de mim diante dos amigos dele. Na praia, ele se senta distante. Não posso sentar no meio da perna dele, ou então, ficar bem pertinho, porque ele tem chilique. Quando tento me aproximar, ele diz que está com calor e pede para eu sair de perto. Não somos um casal normal que fica junto, que vai pro mar junto. No mar, ele vai pro fundo pra eu não ir atrás dele, sabendo que tenho medo. Ou então entra com os amigos, enquanto fico na areia sozinha, como uma baleia encalhada. Ele só se aproxima de mim quando estamos sozinhos, entre quatro paredes.
A história descrita acima é um caso real e também já aconteceu comigo e com uma porção de amigas gordas. O cara te ama, principalmente no inverno (porque todo mundo fica gordo, lindo e simpático de sobretudo). Mas e no verão? E na praia? O amor desaparece e o cara finge que você é a prima gorda da vizinha, da tia, da amiga.
Recordo-me de um namorado que, na praia, em uma viagem repleta de amigos, inventou uma situação, uma briga. Coincidentemente, após eu tirar minha saída de praia, ele mudou o semblante, ficou emburrado. Eu ia atrás dele no mar e ele no fundo, fugindo de mim. Quando eu deitava ao lado dele na areia, ele se levantava. Eu ficava igual uma barata tonta. E o biquíni lá, enfiando na bunda. E o namorado me desprezando. E o biquíni enfiando na bunda. Não sabia se lutava para entender o que estava acontecendo com o namorado ou para resgatar o tal biquíni das profundezas do meu derrier. Senti-me tão desprezada… E envergonhada e humilhada diante dos amigos que presenciavam aquela cena.
Passados 500 anos do fato, relembrei-o sobre isso. De acordo com o meu ex-ex-ex namorado e atual amigo, isso era coisa da minha cabeça. Segundo ele, estava bravo porque eu disse que o salva-vidas da praia era gato. kkk
Ou seja, sendo ou não verdade a história do salva-vidas, o que custa para eles um elogio? Um carinho? Praia para algumas gordinhas é um território hostil. Se não estamos seguras com nosso corpo, qualquer afastamento pode sim ser mal interpretado e virar um monstro em nossas mentes.
Bom, voltando ao depoimento da leitora acima, pode ser que ela interprete de forma distorcida as atitudes do namorado, que talvez seja um cavalo indelicado de nascença (desses que só sabe fazer carinho na cama e olhe lá), nada tendo o comportamento dele a ver com o peso dela. Ou então, (e esta é a hipótese mais provável) ele realmente é um moleque que tem vergonha de assumir a namorada gordinha para os amigos.
Em ambos os casos, mais fácil do que fazer com que o namorado mude o comportamento, é trocá-lo por um namorado novo ou simplesmente ficar sozinha e feliz. Aproveite! É verão, época de festas e viagens de fim de ano. Não há momento melhor para dar um pé na bunda de alguém que não te trata bem.

7 Comentários

Arquivado em comportamento, Relacionamento

Como disfarçar pepeca gorda

pepeca gordaMonte de vênus proeminente à esq. Ambos são normais.

Por Renata Poskus Vaz

Algumas de vocês podem até achar inapropriado ou constrangedor esse assunto. Acontece que eu recebo muitos e-mails de mulheres acima do peso pedindo dicas de como disfarçar o monte de vênus volumoso. Algumas se dizem envergonhadas e incomodadas com a protuberância nessa região.

Mas afinal, você sabe o que é Monte de Vênus?

Monte de vênus é a parte superior da vulva, coberta de pêlos pubianos e que cobre o osso de mesmo nome. Localiza-se abaixo do abdome e acima do prepúcio clitoriano. O Monte de Vênus é sensível em algumas mulheres e, por ser constituído de gordura, protege o osso pubiano, diminuindo o impacto durante a relação sexual. Copiei daqui, ó.

Monte de Vênus também é chamado vulgarmente de capô de fusca.

Enfim, quando escuto das mulheres essa vergonha e necessidade de disfarçar ou esconder a pepeca, fico um pouco chateada. Acho que nós não temos que ter vergonha de ter uma pepeca gordinha, volumosa. Ela, inclusive, não é privilégio das gordas. Muitas magras tem a pepeca gorda.

Os homens não tem vergonha dos seus volumes. Não que eu saia por aí reparando nos pipis alheios, mas alguns homens guardam o dito cujo para um lado, outros para o outro. E ninguém se preocupa em esconder este volume por baixo da roupa. Nós, mulheres, também não deveríamos nos envergonhar e querer disfarçar algo que é natural, normal e comum a todas nós.

Além do mais, como pudemos verificar na descrição acima, essa gordurinha da parte superior da pepeca serve para diminuir o impacto durante a relação sexual. Ou seja, se formos olhar por essa ótica, aguentamos muito mais o tranco do que as magrinhas. Isso deveria ser encarado como uma vantagem e não como um defeito.

Ok, mas eu entendo o que isso pode lhe causar. Então dou algumas dicas para você disfarçar a sua pepeca gorda até começar a amá-la como deveria, ok?

na praia plus size 1

Biquínis Cachopa

Não vou colocar aqui biquinis com sainhas ou saídas de praia como opção, pois é óbvio que eles disfarçam qualquer coisa e a proposta aqui é que você aproveite o verão plenamente, sem esconder seu corpo. Uma dica para dar aquela disfarçada no Monte de Vênus gordinho é Investir em biquínis estampados, de preferência com fundo escuro. Ou então, investir em biquínis como esses da foto acima, com uma faixa drapeadinha na cintura baixa. Se reparar, a faixa tanto disfarça aquela barriga estilo aventalzinho, como também parte do monte de Vênus.

para passear

Vestidos Xica Vaidosa

Para passear você pode escolher uma vestido ou saia em A, que é essa evasê, abertinha. Vestidos muito grudados revelam mais nossos volumes, então se a sua intenção é não revelar sua pepeca gorda, não use vestidos tubinhos e nem saias lápis. A estampa também é aliada nos vestidos, principalmente essa com algumas nuances escuras. Cuidado ao escolher uma estampa para o desenho mais chamativo não ficar posicionado justamente no local que você deseja disfarçar, pois neste caso ela aumentará visualmente a região. Outra opção bacana são as saias-short, em que você esconde a pepeca e revela os contornos do bumbum.

Para trabalhar, escolha vestidos e saias como os descritos acima e também calças de tecido plano encorpado. Use seu tamanho, nada de roupa apertada, que evidencia o monte de vênus.

***

Um amigo meu, fotógrafo muito famoso que trabalha para revistas como VIP e Sexy, cansado de fotografar pepecas de todos os tipos, uma vez me disse que uma tática para mulheres aparentarem ter um monte de vênus menor é não depilar a pepeca toda. Quando você tira todo o pelo do monte de vênus, ele parece maior. (só não pergunte como eu e meu amigo chegamos neste papo..kkkk)

***

Outra solução para a pepeca gorda são as cirurgias de lipoaspiração na região. Há quem também se incomode com o tamanho, cor e aparência da vagina como um todo. Pesquisando sobre o assunto, encontrei um blog muito bacana chamado ELA MAIS LINDA, lá as mulheres contam sobre suas experiências com a cirurgia íntima. Muitas enviam fotos do antes e depois. E há também aquelas que, como eu, amam suas pepecas gordinhas e tortinhas como são e também enviam fotos para o blog (minha pepeca não tá lá não!rsrs). Pra espiar, clique aqui.

***

Ame sua pepeca! ❤ ❤ ❤

66 Comentários

Arquivado em comportamento, Moda Praia, Moda Verão, Sexo

A gorda que não “compensa” e é feliz assim!

Por Renata Poskus Vaz

Quando alguém gosta de você, gosta de você completa. Não gosta só da sua bunda, ou só do seu sorriso, ou só das suas formas. Você não é fragmentada, é um conjunto de qualidades que vão muito além das físicas e que te fazem especial, única.

Quando alguém te enxerga em partes, como um objeto, inevitavelmente procurará defeitos. Quando o seu corpo é encarado desta forma, como defeito, se torna uma espécie de empecilho a ser revelado por essa pessoa que acha (ou finge) que gosta de você. Ela só revela seu peso, se você lhe trouxer compensações.

* Ah, ela é gorda, mas convida ela para a festa pra ajudar a limpar o salão.

* Cara, tô pegando a gordinha. Ela faz tudo o que eu quero na cama, não sabe dizer não.

* Tudo bem, eu fico com você, mas não fala para os meus amigos.

* Bota a gordinha para trabalhar no feriado, ela não reclama de nada.

É aí que você, se não for ainda detentora de segurança e amor próprio, se esforçará para compensar seu corpo gordo e agradar aos outros.

Você não precisa compensar nada! Seu corpo é apenas seu corpo, não te faz inferior a ninguém. Não precisa se esforçar para ser legal, muito menos para ser aceita. Não precisa ficar com o primeiro cara babaca que aparecer na sua frente, só porque acham que gorda não pode ser seletiva.

Se quiser ficar por ficar, fazer sexo sem compromisso, vai fazer apenas o que quiser e com quem quiser. Vai dizer não quando quiser dizer, sem medo de ser ofendida. E se for ofendida, vai ligar o foda-se e voltar para casa de cabeça erguida. Espero que você não precise, mas  lembre-se sempre que nosso País tem leis que enquadram certinho esse tipo de cara.

Você não precisa desculpar piadas de mal gosto, ofensas e discriminações. Não precisa forcar o riso. Muito menos ficar com vergonha de comer na frente dos outros.

Você não precisa ser a amiga que não sabe dizer não, que faz tudo para todo mundo, que escuta, é prestativa, mas não recebe nenhuma atenção ou consideração em troca.

Eu sei que é difícil e o medo de ficar sozinha é tão grande que pode te desencorajar, muitas vezes, a deixar de se comportar como a mulher que é gorda, mas compensa.

Neste mundão está repleto de pessoas dispostas a serem suas amigas de verdade, colegas de trabalho respeitosos, ou ainda loucos para se apaixonarem por alguém como você. Alguém completa, com qualidades, com alma, coração e não só peso. Mas, antes, você precisa se libertar deste tipo de gente preconceituosa que só convive com você por achar que traria algum tipo de compensação. Gente que, cá entre nós, é que não compensa sua amizade.

11 Comentários

Arquivado em comportamento, Uncategorized

O dia em que a eleição mostrou que somos mulherzinhas

Por Renata Poskus Vaz

Durante as eleições não viemos aqui defender Dilma, Aécio ou quem quer que seja. Não nos omitimos por aqui ser um blog de moda e comportamento, mas porque acreditávamos que essa decisão teria que ser sua, apenas sua. Teríamos que nos alongar para defender nossas escolhas. Faltaria tempo, faltaria espaço.

Em meu perfil pessoal do Facebook e do Instagram externei meu voto. Aécio, 45. Perdi uns 5 amigos de infância, mais meia dúzia de leitoras gordinhas que me acompanharam por lá. Sem cerimônia alguma as pessoas entravam na minha timeline para me ofender ou confrontar. Há quem defenda essa atitude como democracia. Já não penso assim. Internet é uma extensão da nossa vida, e os perfis pessoais, embora com centenas de amigos, é uma extensão da nossa casa. Se sou Corinthiana e estendo uma bandeira do meu time na sacada, espero que minha residencia não seja invadida por Palmeirenses querendo me convencer a torcer para o time deles, muito menos me xingando, ofendendo e me depreciando por minha escolha.

Da mesma forma, durante toda a campanha não entrei no perfil pessoal de ninguém para debater, criticar ou o que quer que seja. E esperava ser tratada com a mesma educação e respeito, o que não ocorreu. Vi muita gente se revelando com uma pequenez de caráter sem tamanho, agredindo amigos sem pensar que, amanhã, estarão todos juntos,  trabalhando, estudando, se divertindo, levando suas vidas como sempre.

Mas, o que mais me chocou foi a onda de agressões aos nordestinos. Sinceramente, não esperava isso de mulheres gordas, que se dizem perseguidas por conta do peso. Na cabeça delas, ser chamada de gorda é um crime, mas desmerecer pessoas por conta de sua origem não. Sou contra também qualquer conversa separatista, isso me lembra o muro de Berlim, não é mesmo?

Mulherões agregam, somam, mudam para melhor. Nunca para pior!

Confesso que estou com medo sim do resultado dessas eleições. Eu tinha uma sede por mudança e, ao meu ver (HEY, AO MEU VER, REITERO: AO MEU VER!!!) isso viria com alternância de poder. Mas já que é o que tem para hoje, vamos seguir em paz, orar por um Brasil mais justo e próspero para todos nós.

🙂

6 Comentários

Arquivado em comportamento

Experimento explora rejeição que pessoas acima do peso sofrem

Por Renata Poskus Vaz

Outro dia eu contei aqui no Blog Mulherão como funciona o Tinder, um aplicativo do celular para conhecer pessoas, paquerar etc. O site Catraca Livremostrou uma experiência do Simple Pickup envolvendo o Tinder, para mostrar como a aparência é importante nas redes sociais.

Nessa experiência, eles pegaram modelos que tinham perfil no Tinder e os transformaram com maquiagem e enchimento para parecerem bem mais gordos. Ou seja, a pessoa ia ao encontro pensando que encontraria um homem ou uma mulher com corpo escultural, mas chegando lá encontrava um gordinho (a).

gorda 1

gorda 3

A maioria dos homens que encontraram pessoalmente a gordinha, inventaram desculpas para ir embora. Alguns diziam que eram casados e outros saiam para ir ao banheiro e desapareciam. Já as mulheres que conheciam o gordinho foram mais atenciosas, educadas e ele ganhou até mesmo um beijinho.

Os organizadores do experimento, ao elaborarem a ideia, relataram que: “o maior medo de uma mulher ao participar de aplicativos online de encontros é que ela vá se encontrar com um serial killer. O maior medo dos homens é que a mulher seja gorda”.

gordo 2

gorda 4

Na minha opinião, a gente nunca tem que mentir como é fisicamente. Postar uma foto de 10 anos atrás, magra, não deixa de ser uma forma de iludir quem está conversando com você. Para mim, está no mesmo nível de um cara dizer que é solteiro, mas na verdade ser casado. Ao postar uma foto magra, você ficará refém da internet, nunca poderá encontrar o cara pessoalmente. E se encontrar corre o risco de levar um baita fora. Assuma-se. Como já disse e não canso de repetir, tá cheio de cara por aí querendo uma gordinha linda.

Não consigo ter raiva dos caras do experimento que desdenharam a gordinha, pois se um cara fizesse isso comigo, mentisse uma característica física etc, eu também pularia fora. Não pelo físico em si, mas pela mentira. Quem mente uma vez, mente sempre.

A pesquisa é interessante, mas ao meu ver, foi tendenciosa. A modelo de corpo escultural marcou encontro apenas com caras sarados, jovens etc. Qual seria a reação de um cara normal, um gordinho etc ao vê-la diferente das fotos do Tinder? Será que um cara que era magro e engordou não toleraria o fato da gordinha ter omitido que engordou e que não tem mais aquela silhueta da foto?

E vocês, o que acham?

Vejam os videos:

6 Comentários

Arquivado em comportamento

Gorda que se ama faz dieta?

Por Renata Poskus Vaz

Lembre-se:  antes de ser gorda,  você é  uma mulher bem resolvida. E ser bem resolvida independe do seu peso. Amor próprio não está condicionado a um corpo imutável. Se você tem personalidade bem definida, caráter e autoestima, emagrecer ou engordar não te fará uma mulher mal resolvida. Os motivos que te levam a engordar e emagrecer sim, podem representar a falta de amor próprio. Emagrecer para ter mais saúde ou mais disposição é uma coisa, emagrecer para agradar alguém que não você mesma, é outra.

Nós envelhecemos e aprendemos a manter nosso amor  próprio mesmo com as rugas que o tempo nos traz. O tempo passa, o corpo muda, e o amor próprio continua lá. Podemos também mudar o cabelo,  pintá-lo, cortá-lo,  alisá-lo ou enrolá-lo e todas essas mudanças não são sinônimo de insatisfação pessoal, é apenas desejo de variar e se reinventar, sem perder sua essência. Com nosso peso é a mesma coisa.

“Se você se gosta gorda, por qual motivo quer emagrecer?”,  irão te perguntar. E você, se quiser, nem precisa responder. Afinal, se o dono da pergunta se amasse de verdade não estaria tomando conta da sua vida. Neste caso, vale a pena perder seu tempo e responder para alguém que nada entende de amor próprio?

7 Comentários

Arquivado em comportamento

Ser gorda me fez mais sensual

renata poskus lingerie 2

Por Renata Poskus Vaz

Tem mulher que praticamente já nasce sensual. Eu não sou uma dessas. Cresci como uma garota magra e entrei na primeira fase adulta de minha vida com menos de 60 Kg. Alta, loira, magra, características que, modéstia à parte, muitas mulheres gostariam de ter. Menos eu. Eu era estranha, não curtia meu próprio corpo. Queria emagrecer, mudar, aumentar isso ou diminuir aquilo, em uma insatisfação comigo mesma que parecia não ter fim. Nessas, ser sensual parecia algo impossível. Pode ser que um ou outro me enxergasse sensual, mas eu não. Eu não me via assim. E ao não me ver assim, transmitia isso para as pessoas. Eu as repelia.

Engordei. No começo não queria. Lutei contra isso. Como podem ver, do alto dos meus quase 90 Kg, perdi a batalha. E nessa de aceitar a “derrota” e aprender a conviver com os quilos extras, fui redescobrindo um novo corpo e uma sensualidade que deliciosamente me transbordava.

Os quilos extras se alojaram nos lugares exatos:  maças do rosto mais salientes, seios fartos, um bumbum que não existia e finalmente resolveu aparecer.  As pernas ganharam contornos. Lá estava eu:  um mulherão! E ao me enxergar assim, despertei minha sensualidade. Eu me via bonita. E mulher bonita e bem-resolvida, independente do peso, é sensual.

Aprendi que o olhar, que não me emagrece e nem me engorda, é responsável pelo menos por 50% da nossa sensualidade. Uma mulher com olhar seguro se torna irresistível. Uma mulher que olha para si mesma com menos crítica e mais doçura, se torna mais sensual. A nossa sensualidade nos faz sorrir, conversar, observar, conquistar, sem esforço e sem medo. Mulher sensual se destaca. Mulher sensual nunca está sozinha.

Mulher sensual pode ter 50, 100 ou 150 Kg. É a sensualidade que conquista, não o corpo. O corpo é  apenas complemento.  😉

9 Comentários

Arquivado em comportamento

Como se tornar uma gordinha sexy

tess munster sexy

Tess Munster, top model, mostrando como é que se faz… rsrsrs

Por Renata Poskus Vaz

Oi, garota! Você é um mulherão super sexy, ciente de suas infinitas qualidades e amante de cada curva do seu próprio corpo? Parabéns, hoje, esse texto não é para você.

Agora se você busca uma receita milagrosa de como se tornar um mulherão sensual e provocante, mesmo com alguns quilos extras na balança, temos muito o que conversar. Porém, já vou logo adiantando: não existem milagres!

Sensualidade vem de dentro para fora. Ok, sei que provavelmente você já deve escutar muito isso.  E parece algo muito óbvio e ao mesmo tempo inaplicável. Coisa que a gente sabe bem como funciona na teoria, mas na prática não consegue aplicar. Certamente deve pensar: “como eu que engordei tanto, que me acho feia, posso me sentir sexy?”. É, se não se ama, não pode mesmo. E aí talvez esteja a grande solução para esse seu desafio de redescobrir a própria sensualidade: a autoaceitação. Um passo de cada vez.

Primeiro você deve se observar, como se fosse uma segunda pessoa. Como se estivesse se olhando de longe. Agora se pergunte: “eu não tenho nenhuma qualidade mesmo?”. Impossível! Todo mundo tem qualidades e isso não é conversa de mãe. Observe-se com atenção… Pare de se fazer de vítima! Você com certeza tem qualidades como mulher que nenhuma outra tem. E, de quebra, qualidades físicas também.

Cuide-se. Não é se cuidar para os outros, mas para si mesma. Unha, cabelos, pele, alimentação…  Cuidar do corpo e da beleza dá um baita “up” na autoestima. Vista-se bem, nem  que seja para ir só até a padaria. Crie um ritual de beleza. Desfile.  Sorria.

Ser sexy não tem a ver com bunda, peito e muito menos com calcinha de periguete… Inclusive, também não estou falando de vulgaridade. Ser sexy tem a ver com estado de espírito. Quer um exemplo? Não é um cabelão que faz daquela mulher sexy, mas a forma como ela joga aquele cabelo de um lado para outro. Ou até mesmo a falta dele e como aquela mulher sustenta com poder a estilosa careca. Ser sexy é ter atitude.

Atitude não se fabrica, mas você pode se arriscar e colocá-la, pouco a pouco, em prática. Para isso, perca o medo. Perca o medo de ser você mesma, de olhar, de falar… O medo nos limita (li isso em algum lugar!rsrsrs)! Automaticamente você passará a ter atitudes que condizem mais com a personalidade da nova mulher que você quer se tornar.

Agora que você já sabe que deve reconhecer suas qualidades, parar de se vitimizar e ter atitude,  lá vem a  última lição e mais valiosa de todas: não tenha vergonha do seu corpo!

Quando você tinha um corpo magro, certamente se preocupava com as pequenas e pouquíssimas gordurinhas que de repente poderiam aparecer, não é mesmo? E no relacionamento isso se traduzia em luzes apagadas na hora “h”, posições hiper, super, calculadas para esconder a barriguinha. Agora, relaxe! Se for esconder as gordurinhas na hora de namorar, terá que namorar de burca porque as gordurinhas aumentaram, né? E, olha, nem os árabes namoram de burca, te garanto. Relaxe e… Aproveite.

Olha, uma coisa te digo. Tá cheio de cara por aí que super vai se amarrar nas suas gordurinhas. O que você vê  como defeito, eles veem como presentes do céus. Acredite! Seja sexy!

12 Comentários

Arquivado em comportamento

Oferecer a outra face ou mandar para a p.q.p?

Renata Poskus

Por Renata Poskus Vaz

Mesmo quem não é cristão,  no Brasil, cresce ouvindo os ensinamentos de Jesus. Na escola, em casa, na rua, sempre vai existir alguém te dando um conselho que, na verdade, leu no evangelho ou reproduziu sem nem ao menos saber de onde vem.

E eu sempre achei isso tudo uma chatice. A morte para mim era ouvir o “ofereça a outra face”, quando um “inimigo” me agredia. Eu achava tão babaca essa história de oferecer a outra face! Pensava: “ah, tá, Jesus não tinha que aguentar esse povo que eu aguento. Eu serei uma babaca se não revidar!”. E estava lá eu seguindo a Lei de Talião e distribuindo sopapos para todo lado.

Se você não sabe o que é a Lei de Talião, eu te explico.  É a lei do “olho por olho, dente por dente”. As primeiras inscrições sobre essa lei datam de  quase 2 mil anos a.C. Então, a sugestão de Jesus de “oferecer a outra face”, veio para tentar reverter essa história de fazer justiça com as próprias mãos, vingança e retaliação.

Só que eu,  toda trabalhada no rancor (não fui sempre assim, mas por uma série de fatores fui ficando meio azedinha), acabei adotando e praticando com afinco a lei do “olho por olho, dente por dente”. E nessas, com o tempo, de tanto “olho por olho,  dente por dente”, acabei cega e banguela. E quem não enxerga e não tem dentes para de perceber a beleza da vida e o sabor doce que ela pode ter.

Sempre, desde pequena, atrai inveja, cobiça e a ira de muita gente (sou linda e inteligente, desculpa, fazer o quê?!  :p ). Eu me recordo, por exemplo, de quando tinha uns 7 anos de idade e fui à uma festinha de uma criança do  meu prédio. Eu era uma garota boazinha. Lá, a mãe de uma menina, alcóolatra, começou a ridicularizar a mim e ao meu irmão. Dizia: “a roupa de vocês é descartável? A cada festa vocês estão com uma roupa nova? Vocês se acham melhor do que os outros?”. Hoje, como adulta, imagino que aquela mulher estivesse com inveja, ou até mesmo decepcionada consigo mesma, em ver que minha mãe podia nos dar uma roupinha nova a cada festa e que ela não poderia fazer o mesmo por sua filha. Mas na época eu era uma criança e simplesmente não entendia aquele ataque desnecessário. Eu nem percebia que estava com roupas novas enquanto outras meninas usavam roupas repetidas. Isso é coisa de adulto! Eu chorei,  guardei aquelas palavras e jurei para mim mesma: “quando eu for grande, ninguém vai falar assim comigo”.

E eu fui crescendo e “aprendendo” a me defender atacando. Com o Blog Mulherão, ataques injustificáveis, inveja, ira e provocações contra mim continuaram. Coisa baixa mesmo, de gente medíocre que precisa atacar e acabar com a vida dos outros para se sentir menos insignificante. E eu que trabalho certinho, com muita dedicação e afinco, me sentia injustiçada. Dava valor demais para quem não merecia. Respondia, atacava, brigava, pois acreditava que eu tinha direito à retaliação. E de certa forma, até tinha mesmo. Mas no final, eu sofria. E era muito sofrimento mesmo, que me causava noites de sono mal dormidas, minha saúde, minha paz.

Ao não dar a outra face, eu recebia toda aquela emanação de ódio e a cultivava e a alimentava, dentro de mim. De repente, eu não era mais vítima, mas algoz. A minha própria algoz!

Não foi em um dia ou dois que eu reavaliei tudo isso. Demorou muito tempo. E não é fácil como se imagina. Dizer um: “não sinto ódio” é bem diferente de não sentir mais ódio. Mudar o discurso é fácil, mas o coração… Ah, isso leva tempo e um bocado de esforço. Percebi que a gente só sente ódio de quem a gente ama, por conta da decepção, da frustração, traição. Então, porque não transformar esse ódio em amor, novamente?

Não há como se sentir ódio de um estranho, alguém que não represente nada para a gente. Para essas pessoas, por quem não sentia nada, aprendi a trabalhar o desprezo. E desprezo não é querer mal, é simplesmente não se importar.

Alguém me mandou uma mensagem negativa, me atacando? Conheço? É importante para mim? Se não é, eu ignoro e desprezo. Se for importante para mim, eu converso (sem patadas, sem ódio, com o coração aberto).

Alguém veio me falar que fulano falou sei lá o que de mim? Desprezo quem possivelmente falou e quem trouxe a fofoca também, porque quem alimenta intrigas é possivelmente muito pior do que aquele que proferiu a inverdade.

Também comecei a me reaproximar de pessoas que eram importantes para mim, que eu amava, mas por conta desse bate e leva, amor e ódio, me afastei. Perdoar e ser perdoado, de verdade, é legal pacas. A gente percebe que é possível refazer nossa história. Se não é reescrevendo um novo começo, que seja construindo um novo final (acho que li isso em um livro).

Não, não sou santa. Ainda me pego pensando cada maldadezinha que vocês não fazem ideia. Todo dia ainda quero mandar alguém para a puta que pariu longe. Tudo é questão de treino. Mas sou um mulherão de verdade e quero, posso e preciso me aprimorar sempre. 😉

9 Comentários

Arquivado em comportamento

Carta para minha mãe que me chama de gorda

Por Renata Poskus Vaz

fat womanFoto: Marjai Judit

Mãe, ontem a senhora me chamou de gorda.

Ok, eu sei que você falou com jeitinho para não me magoar, mas magoa. A senhora fala como se eu não enxergasse o que vejo no espelho, como se eu não percebesse que há tempos já passei do manequim 50. Não que eu ligue de ser gorda, muito pelo contrário. Mas os seus apontamentos sempre vem muito carregados de preconceito. Eu me sinto rejeitada e humilhada quando você faz isso.

Quando você fala que se preocupa comigo e que tem medo que eu não consiga um namorado por causa do meu peso, eu até entendo. Mas agora, mãe, vou te dizer a verdade: eu te entendo, mas não concordo. Eu não planejei ficar gorda, mas fiquei. E quer saber? Eu me amo pacas!

Não me culpe por meus quilos extras, como se eu fosse negligente ou relaxada. Se quer saber, mãe, sempre guardei algo para não te machucar, mas se fiquei gorda também é por culpa sua.

Lembra que a senhora rasgava os bicos da mamadeira para eu mamar mais rápido? Lembra que colocava metade da mamadeira de leite e a outra metade de Neston e açúcar? Era praticamente um mingau grosso, um coquetel de diabetes, que eu mamava 5 vezes por dia.

Mãe, você se lembra que só me deixava sair da mesa quando raspasse o prato? E que a cada refeição você aumentava a quantidade? Parecia que eu sempre tinha um novo desafio, comer mais e mais para não ficar de castigo e não deixar a mamãe chateada. Quando eu não comia tudo era aquele inferno. Eu até apanhava. Você pode negar, mas eu me habituei a comer para não te decepcionar, para ser elogiada e me sentia feliz com isso.

Eu me lembro também de ouvir a senhora falar que a  Dona Matilde, nossa vizinha, era uma má mãe, porque as filhas dela eram magrinhas demais, pareciam raquíticas e deviam não comer direito em casa. “Olha como essas meninas são feinhas, magrinhas”, você dizia. Eu queria ficar bonita. Hoje, você me compara com as filhas da Dona Matilde, que são altas e magras. Você sempre me diz: “tá vendo, olha lá a Marcinha, magra e linda. Conseguiu um marido rico! Aprende com  ela!”.

Mãe, como eu disse, eu não escolhi ser gorda. Eu me tornei uma. E não sou eu a única responsável por meus quilos extras. Agora sou adulta e não vou mais chorar o leite derramado. Eu poderia fazer dietas malucas para te agradar, para emagrecer, mas minha saúde está em ordem, estou aprendendo a comer direito e isso me basta, não vou ser escrava da balança. Conviva com isso mãe. Não tenho mais a obrigação de te agradar. E se você me amar de verdade, vai me aceitar assim. Assim como sou. Gorda e feliz.

update: Garotas, esse texto é uma crônica, um “faz de conta” inspirado em dezenas de relatos de leitoras tristes com situações em que passam dentro de suas próprias casas. Minha mãe morreu há mais de uma década. Na ocasião eu pesava menos de 60 Kg. Ou seja, eu era magra. Além disso, minha mãe não cometia esse tipo de crueldade comigo (ah, sim, ela entupia minha mamadeira de  açúcar e Neston e me fazia raspar o prato, além de me dar Coca-cola na mamadeira, mas não me humilhava e nem me cobrava um corpo perfeito). Ou seja, esse texto é apenas para refletirem.

30 Comentários

Arquivado em comportamento