Por Renata Poskus Vaz
Aprendi na própria pele que o barato pode sair caro, muito caro. E que sempre que temos pressa acabamos comendo cru. Minha amiga Simone Fiuza se casou no último fim de semana. Passei quase dois meses combinando com minhas outras amigas os vestidos que usaríamos no grande enlace da Fiuza. Um montão de modelos plus size reunidas mereciam vestidos lindos. Mas deixei para fazer o vestido de última hora e pensei que economizaria na confecção do meu modelo escolhido.
Não tinha nada em casa luxuoso e que me vestisse bem, já que engordei um bocado e minhas roupas já não me servem. Visitei algumas lojas e vi muito do mesmo nas vitrines. Lembrei de uma costureira que me fora muito bem recomendada e que havia me prometido a confecção de um vestido em troca de divulgação.
Erro 1: achar que vestido feito na costureira sai mais barato
Embora eu não tenha pago o feitio do vestido, tive que comprar o tecido. Fui à GJ, uma casa de tecidos na ladeira Porto Geral, em São Paulo, pertinho da 25 de março, na saída do metrô São Bento. Comprei 4 metros de cetim e 4 metros de renda. O valor da renda era de R$69,90 o metro. Achou caro? A minha era uma das mais simples e baratas, e olha que essa loja fica em uma rua de comércio popular. Lá há rendas que podem ultrapassar os R$2 mil. O total em tecidos saiu R$300. Se eu fosse pagar o serviço da costureira certamente o valor do vestido ultrapassaria o das lojas especializadas. E isso porque nem computei o valor com combustível para os meus deslocamentos.
Erro 2: achar que em 1 semana é possível se fazer um vestido de festa
Pesquisei alguns modelos de vestido de festa e optei por um modelo rendado, estilo sereia, com um ombro só. Tive a ilusão de que seria um modelo simples a se fazer. Meu maior erro, sem dúvida, foi achar que em 1 semana seria possível se fazer um vestido de festa perfeito. Perguntei para a costureira e ela disse que levava 2 dias para fazer um vestido. Acreditei. Mas pelo que percebi não é tão fácil assim. Não pude ir no dia da prova de roupa, no outro dia a costureira é que não poderia me atender. Fiz a prova no sábado. E o casamento era no domingo. Tudo muito corrido, infelizmente.
Erro 3: confiar plenamente no trabalho de um profissional
A costureira que estava fazendo meu vestido poderia realmente ser maravilhosa, conforme me disseram, mas o pouco tempo para confecção do vestido talvez não tenha permitido que ela se dedicasse ao meu modelo como eu gostaria e merecia (mesmo não tendo pago o feitio, pois a idéia era divulgá-la aqui). O erro da profissional foi ter aceitado fazer o vestido mesmo sabendo que neste tempo era impossível. Sou leiga nisso, óbvio que eu queria o vestido para ontem. Fazendo o vestido ás pressas, sem estrutura, comprometeu o resultado do trabalho.
Resultado
Quando fui buscar o vestido no domingo, já maquiada e penteada, só de olhar vi que ele pouco tinha a ver com o modelo que eu escolhera. O resultado ficou péssimo. O que recebi foi um modelo extremamente largo e mal acabado. Fiquei me sentindo um saco de batatas. A manga de renda que era para ser justinha no braço ficou larga. A minha cintura não ficou marcada. A barra ficou reta, bem diferente da referência que passei. O vestido que deveria ser sereia parecia um quadrado. O que menos gostei foi do busto largo, que não dava sustentação ao seio e a renda e o forro que ficou torta na parte superior. Fiquei envelhecida. Nem a avó da noiva usaria um vestido daqueles.
Mas até aí, eram já 15h de domingo e o casamento estava marcado para as 16h.
Fiquei muito triste e decepcionada. Esperei muito por aquele momento e estava vendo tudo indo por água abaixo. Agradeci gentilmente à costureira que, bem ou mal, se privou do fim de semana para fazer o vestido pra mim.
No carro, olhei para meu namorado e disse: “eu não vou assim. Estou péssima!”. Já estava pensando nas desculpas que inventaria para a Fiuza não ficar brava com minha ausência em seu casamento, mas achei muita sacanagem. Acompanhei de perto todos os preparativos e sei que embora não seja sua amiga de infância, eu integrava uma seleta lista de convidados e minha presença era sim esperada.
Então, fui para casa e vasculhei algo que não fosse muito pobrinho e que coubesse em meu novo manequim 48. Encontrei um vestido que ganhei do meu ex-namorado em 2007 e que eu usei uma única vez em um Dia de Modelo. Depois, emprestei para umas 2 ou 3 garotas fotografarem com ele e nunca mais ele foi usado. Embora não fosse um vestido de tecido plano, era perfeito para um casamento realizado à tarde, no campo. Não fique linda, maravilhosa, mas me senti confortável e apresentável para confraternizar com os noivos e meus amigos.
Olha só o vestido que usei:

A foto não está muito boa, porque foi tirada por celular.
Amanhã vou mostrar os vestidos das outras convidadas. Elas sim arrasaram. 🙂
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