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Gorda que se ama faz dieta?

Por Renata Poskus Vaz

Lembre-se:  antes de ser gorda,  você é  uma mulher bem resolvida. E ser bem resolvida independe do seu peso. Amor próprio não está condicionado a um corpo imutável. Se você tem personalidade bem definida, caráter e autoestima, emagrecer ou engordar não te fará uma mulher mal resolvida. Os motivos que te levam a engordar e emagrecer sim, podem representar a falta de amor próprio. Emagrecer para ter mais saúde ou mais disposição é uma coisa, emagrecer para agradar alguém que não você mesma, é outra.

Nós envelhecemos e aprendemos a manter nosso amor  próprio mesmo com as rugas que o tempo nos traz. O tempo passa, o corpo muda, e o amor próprio continua lá. Podemos também mudar o cabelo,  pintá-lo, cortá-lo,  alisá-lo ou enrolá-lo e todas essas mudanças não são sinônimo de insatisfação pessoal, é apenas desejo de variar e se reinventar, sem perder sua essência. Com nosso peso é a mesma coisa.

“Se você se gosta gorda, por qual motivo quer emagrecer?”,  irão te perguntar. E você, se quiser, nem precisa responder. Afinal, se o dono da pergunta se amasse de verdade não estaria tomando conta da sua vida. Neste caso, vale a pena perder seu tempo e responder para alguém que nada entende de amor próprio?

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O jejum do espelho

Por Renata Poskus Vaz

Você ficaria um mês ou até um ano sem se olhar no espelho, para recuperar sua autoestima? Esse é o tema de uma matéria do Jornal Fala Brasil da Rede Record, que deve ir ao ar amanhã por volta das 8h30 e que conta sobre algumas blogueiras americanas que fizeram o jejum do espelho. Elas pararam de se olhar no espelho por longos períodos e repassam essa técnica para suas leitoras, já que consideram que o hábito de monitorar a aparência no espelho seja uma mania doentia, que deva ser evitada.

Durante a entrevista para o Jornal Fala Brasil, eu disse justamente o contrário do que defendiam as blogueiras americanas. Se não gostamos de nossa imagem, fugir do espelho ajudaria esse resgate do amor próprio? Creio que não. O que é determinante não é o fato de se olhar ou não no espelho, mas a forma como você se enxerga. Estamos acostumados a valorizar nossos defeitos e acabamos deixando nossas qualidades em segundo plano. Eu, por exemplo, ao invés de prestar atenção no meu narizinho de tucano, agora valorizo meus lindos olhos amendoados. Todo mundo tem qualidades únicas, basta valorizá-las.

 Isso me lembra a Terapia do Espelho que a Keka ensinou aqui no Blog (recorde aqui). Você se olha para o espelho e repete: “ai, como sou linda! Ai, que gostosa!”. E por aí vai. E isso não é mentir para si mesma já que, lá no fundo, por mais que negue, você sabe que é merecedora de todos esses elogios.

 O bacana não é fugir do que te deprime, mas tentar enxergá-lo de outra forma, mesmo que seja para seu corpo, aquele que você renega. Óbvio que não é do dia para a noite que uma pessoa que não se gosta passará a se valorizar e a amar a própria imagem refletida no espelho. Isso leva tempo. É como um namoro. Primeiro você se olha, de longe, com uma certa desconfiança. Aí presta atenção em suas qualidades. Observa o que tem de único, um charme, um detalhe que ninguém mais no mundo tem. Aí você percebe que é diferente, mas que ser diferente pode ser um tanto quanto especial. E é neste exato momento que você se apaixonará por si mesma.

 Hoje, morro de amores pelo que vejo todos os dias no meu espelho.

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A culpa não é sua, ele que complica

Por Keka Demétrio

Sempre adorei analisar as pessoas, suas emoções e reações diante dos acontecimentos, e muito do que tenho aprendido vem destas observações, inclusive observando o meu próprio comportamento nos últimos anos e diante de situações bem diversas. Toda este amontoado de informações, me levaram a concluir, ao menos por enquanto, que por mais que tenhamos vidas diferentes, sentimentos são sentimentos e o que nos diferencia é a intensidade com que cada um de nós sente as alegrias e os temores que todos, absolutamente todos os tipos de sentimentos nos proporcionam.

Não sei porque desde sempre o mundo diz que as mulheres são complicadas, que é impossível entender o que nós desejamos, mas ando chegando a conclusão é que complicado mesmo é o tal sexo masculino. Saber o que nós mulheres queremos não é assim tão difícil, é só analisar como reagimos diante das ações dos homens.

Não é preciso ser uma mulher que possui autoestima baixa porque sofre com uma sociedade hipócrita que mensura o caráter das pessoas através do ponteiro de uma balança, enquanto valores morais e éticos estão ficando fora de moda, ou porque cresceu ouvindo que temo rosto lindo como se todo o resto não servisse para nada, fazendo com que enterrasse em um buraco muito fundo todas as outras coisas boas que poderia oferecer, mas que passou a esconder por vergonha de criticas, para embarcar em relacionamentos confusos, onde costumeiramente confundem ‘as coisas’.

Depois de alguns relacionamentos que nos ensinam algumas coisas importantes, e outras desnecessárias, pode acontecer de conhecermos um homem inteligente, culto, bonito, descompromissado, bem resolvido profissionalmente e temente a Deus (algumas vão discordar neste quesito, mas para mim é fundamental). Um homem que qualquer mulher se apaixonaria por ele facilmente, e com você não seria diferente. Isso pode acontecer comigo, com você, com quem tá solteira ou não, com quem está procurando relacionamento, ou não.

São homens que nos envolvem e quando percebemos estamos apaixonadas. Homens que entram em nossas vidas em momentos de transformações profundas, e mesmo quando vão embora, continuam nos ensinando, mesmo que através da dor da ausência das palavras bem arrumadinhas que ele nos enviava, dos links de músicas com letras que falam de histórias de amor que todos queremos viver, dos e-mails cheios de carinho, dedicação e entusiasmo, nas mensagens, telefonemas e na atenção que nos dispensava. Era maravilhoso crer que existia alguém que nos compreendia e que ao mesmo tempo nos ensinava.  Então acreditávamos que era benção, só que a realidade era bem outra.

Era outra porque um belo dia descobre-se que tudo o que ele fazia para e por você não tinha a carga de sentimentos iguais a que você acreditava ter, e quando descobrimos isso já estamos envolvidas de tal maneira que voltar a realidade dói, mas dói e não é pouco não. Vem a sensação de ter se passado por boba novamente, a sensação de que mais uma vez fracassou. E nestas horas, nos culpamos tanto, nos sentimos tão pequenas, que nem nos lembramos que não criamos este sentimento sozinhas, que o outro contribuiu efetivamente com suas ações e atenção despretensiosa para que nos entregássemos a esta história.

Somos e estamos todos muito carentes. De que? Não sei. Cada qual com seus temores internos, suas duvidas e angustias. Porém, quando encontramos no ‘outro’ um ‘alivio’ para esses males, a vida passa a ficar mais leve. Nos apegamos a esta pessoa, e quanto mais carentes, mais nos esquecemos de tudo o que acreditamos ter aprendido com dores de amores passados, cometemos exatamente os mesmos erros e tornamos a chorar. Ora, não sofra tanto, não coloque em seus ombros um peso que não é só seu, cada um com sua cota de responsabilidade. Acredite, tudo passa, e a gente sai mais forte, mais viva, mais abençoada, mais poderosa diante de tudo.

Inclusive nem acho que existam culpados. O que de verdade existe é carência de um lado e do outro um amor que é dado de forma descompromissada, chegando a ser até meio irresponsável, não porque ele assim deseja, mas porque não sabe amar de outra maneira. Nesse bolo todo, o grande problema é que carências devem ser supridas de dentro para fora, através do autoconhecimento, do engrandecimento do amor próprio que é o que nos possibilitará exercer de verdade o amor pelo outro. O amor de outra pessoa para conosco nos auxilia, nos fortalece, é bom demais, mas apenas o amor que sentimos por nós mesmos é que realmente pode suprir todas as nossas carências.

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Tudo ou nada

Por Keka Demétrio

Pensa que está amando loucamente e ao menor deslize emocional ou intelectual daquele que você acreditava ser o homem da sua vida e o castelo se desfaz.  É que passada a fase da paixão, da taquicardia involuntária só de pensar na simples existência do moço, vem a fase do tudo ou nada. Geralmente descobrimos que o nada é bem maior que o tudo.

Na linha contrária, onde o tudo é tudo mesmo, o que faz alguém descobrir defeitos e fragilidades no outro e ainda assim manter intacta a idéia de que aquela é mesmo a tão sonhada e desejada pessoa especial? Autoestima, amor próprio, capacidade de superação, de suportar, embora não sem dor (ahhh, Vinícius de Moraes), as intempéries da vida. Resiliência. Estes são os predicados de alguém que aprendeu que relacionamentos devem ser criados, alimentados, e vivido por dois seres que se respeitam, sentem vontade de compartilhar dores e alegrias, risos e lágrimas, que suportam mutuamente suas quedas, sem que isso os tornem menores ou menos dignos aos olhos um do outro. Que tenham consciência que não existe perfeição, mas que quando está ao lado de alguém, deve cuidar e ser cuidado. Alguém que descobriu que amor não tem nada a ver com a cor dos olhos, com o comprimento dos cabelos, com o formato do corpo, mas sim com a estrutura do coração, com o colorido dos olhos e a anatomia da alma.

Entende que uma conversa, mesmo que curta, mas que ambos sintam-se à vontade um com o outro, fortalece a relação muito mais do que horas e horas de um encontro cujas presenças são apenas físicas. Descobre que deixar alguém entrar na sua vida pode te trazer surpresas fantásticas e descobertas incríveis, e que o medo do sentir e o receio do que pode vir a acontecer não deve impedir a benção de amar e ser amado.

 

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