Por Renata Poskus Vaz
No último sábado arregaçamos as mangas e fizemos um mutirão de doação de sangue e medula do Blog Mulherão.
Eu já fiz esse desabafo lá no meu Facebook, mas foi pouco para mim.
Então vamos lá, recapitular.
Quando criei aqui no Blog Mulherão uma lista de 8 desafios solidários e 8 desafios pessoais, não pensava apenas em mim e tampouco pensava unicamente em filantropia. Via muitas leitoras em casa, obcecadas em ser modelo. E sei que muitas delas querem ser modelo para preencher um vazio existencial, para se sentirem especiais etc. Infelizmente não consigo empregar ou encaminhar para trabalho tantas modelos em potencial assim.
Minha ideia, então, foi criar eventos solidários em que pudesse incluir as leitoras, da concepção à execução das tarefas. Eventos em que elas pudessem conhecer pessoas em situações sociais e de saúde muito mais delicadas do que a delas e, desta forma, conseguissem refletir sobre sua própria existência, além de se sentirem especiais para elas e para os outros.
Os desafios pessoais seguem essa mesma linha. Pagarei micos fantásticos sugeridos por minhas leitoras e realizarei tarefas físicas me superando. Parece besteirinha, brincadeira idiota, mas no fundo pretendo mostrar que podemos ser felizes com pequenas ações e brincadeiras, que podemos reservar um tempinho do nosso dia para sorrir.
Tudo isso me faria muito feliz também. Ocuparia meu tempo e também me faria sentir mais especial.
Ok, desabafei a primeira parte.
Foto: Thalita Jeovanini
A segunda parte é que neste último sábado aconteceu nosso primeiro desafio solidário, o mutirão de doação de sangue e cadastramento para doação de medula. Eu tive a presença preciosa de algumas pessoas muito especiais. Mas é claro que, com um Blog com mais de 300 mil acessos mensais, 35 mil seguidores em nossa Fan Page, 9 mil seguidores em minha Fan Page pessoal eu esperava uma adesão maior.
O mesmo evento que fiz em São Paulo foi reproduzido no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, no mesmo dia, na mesma hora, com a presença apenas das organizadoras Juliana Ricci (RJ) e Gabriela Schio (Porto Alegre) e 1 acompanhante cada.
A mãozinha linda da Blogueira carioca Juliana Ricci e de sua irmã, após a doação
A modelo catarinense Jussa Nilsen participou de uma campanha em sua cidade
O que dói é lembrar que esse desafio foi sugerido por inúmeras leitoras, e não uma única. E as mesmas pessoas que o sugeriram não compareceram.
Algumas pessoas simplesmente se fizeram de mortas e não se manifestaram. E isso inclui modelos famosas e blogueiras que poderiam servir de exemplo e fazer a diferença. Outras deram milhares de desculpas e a principal delas foi: “tenho baixa quantidade de plaquetas”, “tenho anemia” e “estou doente”. Não queria forçar a barra com ninguém, pois acho que seria uó alguém realmente doente doar sangue sob pressão, o que poderia prejudicar a saúde e até poder matar o receptor. Porém, em um grupo de mulheres que não admite que se diga que obesidade é doença, achei nosso grupo bem debilitado. Todo mundo podrinho. Fiquei até com dó. Não, não fiquei. Estou sendo irônica.
Eu sei que muitas pessoas não doam sangue por preguiça. Afinal, acordar sábado de manhã e esperar horas para doar não é para todo mundo. Mas também sei que muita gente tem medo de doar sangue. E, olha, tenho que assumir que doar sangue dói mesmo. Dói, mas salva.
O que aprendi com a vida é que algumas pessoas nascem solidárias. E há aquelas que aprendem a ser solidárias quando precisam. Não queiram precisar para aprender!
Eu agradeço aos meus amigos que doaram sangue comigo porque quiseram, mesmo sabendo que não teria imprensa no lugar, que não ganhariam brindes e que não ficariam famosos por isso. Vocês fazem a diferença e podem contar sempre comigo!
Doamos em 19 pessoas, cada doação pode salvar até 4 vidas. Ou seja, 76 pessoas podem ser salvas com a nossa ação. Decidimos que todos os anos vamos repetir esse ato, se nossa saúde permitir.
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As fotos abaixo são de Thalita Jeovanini:
Eu, linda (e modesta!)
Simone Fiuza
Yuri Matsumi
Thalita Massaroto
Janaína Ruy
Alessandra Carlos
Mah Tavares
Aninha Lima
Erik, maridão da modelo plus size Carol Lages (como ela não podia doar, porque teve bebê, pediu para o esposo representá-la)
Cristiano, esposo da Yuri