Por Renata Poskus Vaz
Conheço algumas celebridades plus size que já fizeram operações plásticas estéticas. Uma arrebitou o nariz, colocou silicone e fez lipo, a outra reduziu o tamanho dos mamilos e deu uma empinada nas peitolas, uma outra fez lipoaspiração no papinho. Teve uma que fez plástica na barriga e outra que além da plástica na barriga, botou silicone nos seios e ainda nos lábios.
Algumas delas assumem publicamente e defendem a realização de cirurgias, como é o caso da blogueira Hannah Perez, minha amiga, que após perder 50 Kg e, ainda gordinha, operou o braço (veja mais clicando aqui). A cirurgia se chama braquioplastia. Hannah preferiu ficar com uma cicatriz enorme a ter o incômodo do excesso de pele e gordura que ela tinha que carregar nos seus braços e que não saiam com reeducação alimentar e exercícios físicos. Ela ficaria anoréxica, mas aquele peso e incômodo continuarian ali.
Hannah é um exemplo de personalidade e amor próprio. No entanto, há personalidades plus size que também se amam, mas negam ou omitem suas cirurgias. Algumas temem sofrer pressões de suas fãs e seguidoras (hey, garotas, às vezes vocês são muito cruéis e impiedosas). Outras plus size simplesmente se preservam, por encarar plástica algo íntimo, o que é natural, já que ninguém é obrigado a sair falando por aí sobre essas coisas.
Você pode se perguntar: mas será que uma mulher que se ama precisa diminuir o tamanho dos mamilos? E eu respondo: o mamilo é seu? É você que tem que ficar se preocupando com ele escapando por cima do biquini? É você que fica constrangida, vez ou outra, quando sai com um vestido mais decotado e percebe que seu mamilo está aparecendo? Olha, acredite, é perfeitamente possível você se amar e odiar seu mamilo!
Esse assunto é muito delicado. Acredito que muitas pessoas façam plásticas por motivos errados. Há quem faça para recuperar o amor do ex-namorado, outras para ganhar concursos de beleza (não precisa disso, gente, agora no mundo plus size é só ter dinheiro e comprar a sua faixa), há quem faça para impressionar a família ou causar inveja nas amigas. Tem quem faça para se sentir bonita. Todas essas razões podem causar sofrimento e frustração, caso os objetivos pós-plástica não forem atingidos.
Quando falamos de mulheres acima do peso fazendo plástica, isso me preocupa, claro. Temo por quem faça plástica para “emagrecer” e todas nós sabemos que emagrecimento saudável não acontece de fora para dentro. No entanto, acredito que existam sim mulherões que se amam, que se achem bonitas e que, mesmo assim, se submetam às cirurgias estéticas.
Não tive filhos, mas amigas dizem que aquela barriguinha saliente que fica após a gestação na obesidade, é muito incômoda. Deixa de ser algo puramente estético a partir do momento que afeta a qualidade de vida dessa mulher. E eu imagina que seja mesmo, pois quando estava com quase 100 Kg, fiquei com uma “pochetinha” bem grandinha, já que todo meu excesso de peso se concentrou na barriga. Era ruim para sentar e coçava horrores no verão. Eu me coçava tanto na barriga, que chegava a fazer feridinhas. Emagreci um pouco e ela diminuiu. Continuo com uma barriguinha delicinha, mas nada que me incomode. Mas muitas das mulheres plus size que engravidam, normalmente, mesmo perdendo alguns quilos, continuam com a barriga incomodando.
Meus seios são enormes. E é claro que são naturalmente caídos :p . Amo meus seios, não sinto minhas costas doendo. Mas conheço mulheres plus size que sentem fortes dores de coluna, que andam curvadas e que querem e merecem diminuir os seios. Então, quer dizer que se elas operarem, que estarão declarando que não se amam? Nada disso! Nós não nos resumimos a peitos. Quando eu for mais velha e se meus seios se aproximarem mais do meu umbigo, eu operarei. Isso também será uma prova de amor por mim!
Amo meus cabelos loiros escuros, mas já fui ruiva, morena e loira sueca e mudar minha aparência não representou uma falta de amor próprio. Óbvio que cirurgia é algo muito mais sério, mas não deixa de ser uma mudança estética, embora permanente e com todos os riscos que qualquer operação possa oferecer.
Acredito que a cirurgia seja dispensável para mim, ao menos por enquanto, e para muitas mulheres plus size também. Para outras, a cirurgia pode ser uma forma de corrigir algumas “imperfeições” que, para nossos olhos não fazem diferença, mas que para essas mulheres pode ter um impacto até mesmo em sua saúde e qualidade de vida.
Sejam menos rigorosas com nossas amigas que fizeram plásticas. Um dia, acredite, você pode querer ou precisar passar por isso também. 😉