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Espaço da leitora: achadinhos na Riachuelo

Por Renata Poskus Vaz

Duas leitoras super especiais do Blog Mulherão mandaram fotos de suas últimas aquisições plus size. Sônia Ribeiro, 59 anos (Soninha, o que é isso, não parece a idade que tem!) e sua filha Rafaela Caiana Rosa, 28 anos, visitaram a Riachuelo do Shopping Buriti em Aparecida de Goiânia, Goiás. Sairam de lá encantadas com a quantidade de roupas plus size. E plus size de verdade, com modelos amplos e moderninhos. E com preços baixos, é claro, do jeitinho que a gente gosta!

Olha só o modelo escolhido por Sônia:

Sônia! Arrasou com esse miniveste pink! A amarração atrás é perfeita para deixar a peça mais acinturada. Você usou com legging, mas também pode usar ela só como vestido, se quiser! A sapatilha rosa, combinando, ficou um  charme. Mas se quiser você pode ousar e combinar com sapatos de outras cores, bem contrastantes. No verão pode tudo! Agora, com certeza nossas leitoras vão concordar que esse seu maxi colar ficou um show e deu um up na blusa! Tá linda, muito linda!

Rafa, essa sua calça é tudo! Confortável e super feminina com essa estampa florida. Olha, por você não ter o quadril muito largo, acertou em cheio em escolher uma calça estampada com blusa mais escura, deixando seu corpo proporcional. Entretanto, mesmo que seu quadril fosse bem mais largo, essa calça seria uma boa escolha, pois o fundo escuro da calça não aumenta tanto assim a silhueta, ao contrário de uma calça estampada com fundo claro. Arrasou! Com um saltão e roubando o maxi colar da sua mãe, tá pronta para a balada! rsrsrs

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Obrigada, meninas, por dividirem as comprinhas com nossas leitoras! Se mais alguém tiver uma novidade bacana assim para mostrar, escreva para blogmulherao@hotmail.com

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Espaço da leitora: Ana Beatriz

Por Renata Poskus Vaz

No último Dia de Modelo realizado em São Paulo, Ana Beatriz Novaes chamou muito a atenção de todos por seu jeito mega estiloso de se vestir. Foi ela mesma que se produziu para a nossa sessão de fotos. Quando a entrevistei, abordei assuntos relacionados à moda. Mas Bia mostrou ser especial não somente no guarda-roupa.

1) Como escolhe seus looks?

Escolho de acordo com o momento, o evento, o dia…. Estaria mentindo se dissesse que é super fácil encontrar uma roupa que caia (e caiba) bem em mim! Como toda pessoa obesa, sofro também com esses perrengues. Hoje já é mais acessível devido as inúmeras lojas plus size que temos por aí. Mas ainda é pouco! Mesmo porque os modelos existentes não são lá muito a “minha cara” e geralmente são caros! Nunca estudei moda, mas penso, às vezes, em criar uma grife com roupas mais fashionistas, contemporâneas… Sei lá, algo diferente do que costumamos ver! Quem sabe um dia.

2) Como definiria o estilo dos seus looks?

Nossa! É difícil essa! Autêntica… Singular… Fashion…. Colorida…. Look Bia talvez! kkkkkkk Não sei… Sou da área artística, então acho que eu faço minha própria moda! Não sou muito de seguir tendências, modinhas…. Uso aquilo que gosto e me faz bem. “Dizem que sou louca, por eu ter um gosto assim…” A pior coisa do mundo é você ter que vestir ou fazer algo só porque o outro diz que é legal!!!

 3) Que cuidados você toma na hora da escolha das peças?

Os cuidados que todo mundo deveria tomar! Em primeiro lugar, o conforto, pq coisa muito apertada ou larga demais não dá ! Depois, a combinação de peças e cores, estilo de roupa pra certas ocasiões… Não é pq vc tem excesso de peso que deverá se cobrir com uma burca preta, mas ao mesmo tempo, não vá colocar um micro shorts com uma blusa da sua filha de 4 anos, né!!!! Na maioria das vezes, o menos é mais! Mas em outras, necessitamos mesmo de um algo a mais e mais e mais!!!!! É claro que têm dias que nem a melhor roupa do mundo me deixa feliz! Antes que qualquer coisa, pra estarmos bem dentro de uma roupa, precisamos estar bem com nós mesmos!

4) No dia de modelo vc escolheu usar tomara que caia. Para você, gordinhas têm alguma restrição na hora de se vestir?

Amo vestidos! Acho que eles nos deixam femininas com um toque de sensualidade! A escolha do tomara que caia foi exatamente por isso! Como falei anteriormente, você tem que vestir aquilo que você gosta. Contanto que não seja algo exagerado, no seu tamanho correto, acredito que não tenha problema em uma gordinha usar um tomara que caia, uma mini saia ou talvez uma calça saruel!!!!

5) Vc sempre foi gordinha?

Sim, principalmente por causa da genética da minha família (a fat family white). Costumávamos dizer que a única magrinha em casa era minha cachorrinha!!!! Danço desde os 4 anos, mas nunca fui magérrima. Sempre sofri do famoso efeito sanfona. Dietas? Todas possíveis e imagináveis. Emagreci mais na época em tive acompanhamento do endocrinologista, com o auxilio de controladores de apetite e exercícios físicos 5 dias por semana, há quase10 anos atrás. Na real nunca segui nada muito a risca, afinal prezo a saúde, mas não sou de me privar das minhas vontades! Fiquei com uns 69 kg.

Mais magra

Quando terminei a graduação em Dança, engravidei e, sem remédios, exercícios e a base de puro repouso em casa, acabei engordando 22 Kg repentinamente. Depois não consegui voltar ao meu peso anterior. De volta ao velho efeito sanfona (engorda 2 kg e perde meio grama), ainda tive que encarar a cirurgia de uma mama acessória que surgiu por causa do aumento de peso. Essa cirurgia me deu de presente uma cicatriz enorme na axila que não me deixa usar qualquer tipo de roupa! Imagina: mãe solteira, gorda, barriga flácida, cheia de estrias, celulites e ainda com a porcaria da cicatriz! A auto estima foi parar no buraco mais fundo que pudesse existir!

Bia e a filha

A única coisa que me dava força pra seguir era minha filha! E por ela, aos poucos fui percebendo que tinha que encarar a realidade e mudar o que tanto me afligia! Voltei a dançar, sair, curtir, paquerar (e o resultado é positivo), estudar, a me respeitar e amar como sou! Me descobri mulher! Ou melhor, um baita mulherão!!! Sete anos depois continuo do mesmo modo, às vezes mais gorda, às vezes mais magra, mas com uma enorme diferença: cada vez que me olho no espelho tenho a certeza de que minhas estrias e cicatrizes são as marcas da vida de uma mulher guerreira que lutou contra tudo e todos pra conseguir realizar o sonho de ser mãe; e as celulites… Ah, as celulites significam “eu sou gostosa” em braile.

Adolescência: fase complicada na hora de se vestir

6) Vc sempre se vestiu bem?

Pelo que me recordo sim. Na adolescência foi mais complicado. Acho que todo mundo já passou pela fase calça jeans, camisetona e blusa amarrada na cintura! Que horror! Sem contar as modinhas que surgem e dali uns 5 anos olhamos nossas fotos e nos matamos de rir com as coisas que usávamos! Mas sempre costumo ouvir elogios relacionados ao meu modo de vestir e isso me deixa muito orgulhosa!!! Uma vez, uma amiga me levou no shopping, me deu uma certa quantia em dinheiro e disse: Bia, por favor compre as roupas que vc quiser, mas me deixe mais bonita e feliz! Caramba, que responsabilidade! E nesse momento percebi que não adiantava escolher o que eu gostava em mim, mas sim o que ficaria bem pra ela! Pra mim foi um grande aprendizado! Me vi como uma personal stylist! E não é que por fim a brincadeira deu certo! Adorei!

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Quer contar a sua história no Blog Mulherão? Envie para: blogmulherao@hotmail.com. Título do e-mail: Espaço da leitora

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Espaço da leitora: Carol Lages

Por Renata Poskus Vaz

No último Dia de Modelo conheci uma leitora muito especial e com quem me identifiquei muito. Talvez seja pelo fato dela, assim como eu, ser apaixonada por dança. Carol é uma mulher iluminada, bem resolvida e muitíssimo bem amada. Pedi que ela contasse um pouco da história dela para vocês. Segue o depoimento da Carol:

“Ninguém acorda uma bela manhã manequim 52, isso não acontece da noite para o dia. Engordar sempre faz parte de um processo, porém se aceitar assim é um processo muito maior e mais gratificante.

Desde sempre lembro de estar acima do peso, das pessoas falando que eu era gordinha, fofinha. Chamavam-me de vitamina, proteína, a mais gordinha da família e meu pai deixava isso claro me apelidando carinhosamente de “ baconzitos” e Miss Pig. Cresci e a insegurança também. Até os 18 anos nunca tinha namorado e era tímida, do tipo que “fica perdida mas não pede informação”.

Cansada de esperar tudo mudar sem fazer nada, decidi ir atrás do que eu gostava. Larguei o magistério e fui dançar e estudar teatro, pra espanto de todos ao meu redor. Participei de uma oficina de dança contemporânea com o melhor bailarino e ser humano que conheci neste meio, o Sandro Borelli, que tinha como princípio que a dança é uma arte de movimentos que qualquer corpo disposto a isso realiza. Foi o primeiro passo para a minha aceitação!

 Nesta mesma época entrei para um grupo de teatro, emagreci – eu, na minha fase mais magra alcancei, no máximo, o manequim 42 – e me percebi como pessoa e mulher, mas num meio muito cruel que é o das artesem geral. Vireia “gostosona” e descobri o lado B do que eu tanto gostava, porém apreendi a ter jogo de cintura, sair dos testes do sofá e a ter classe lidando com todo tipo de gente. Tudo dando certo, me profissionalizei na área do teatro e da dança, me especializei na cultura cigana e no trabalho com o feminino, o corpo e a aceitação do mesmo.

Em 2004 conheci meu atual marido, em 2006 engravidei e tive o melhor presente da minha vida. Descobri o que era amor de verdade, amor de mãe. Mas como nem tudo são flores, engordei 22 quilos na gravidez e logo após o parto precisei de remédios fortes e além de dores tive que encarar um total de 50 quilos a mais num corpinho que já não era tão “inho”. O pior de tudo não foi a doença, nem o tratamento, foi a reação das pessoas !

 Eu praticamente fui apagada do meio, sempre que encontrava alguém era uma cara de espanto seguida de “nossaaaa como você tá diferente !!!” e eu sabia que não era pra melhor. Isso foi acabando comigo. Não pude mais dançar (evento gorda, nem pensar). Resolvi estudar, fui cursar fisioterapia, encontrei mais preconceitos e depois de 3 anos precisei de ajuda. Não tinha como negar, mas isso tudo estava acabando comigo. Eu estava me largando, só tinha vontade de chorar até o mundo acabar e depois de um assalto (que foi só a gota dágua) me peguei com pânico das pessoas e de sair na rua.

De médico em médico a indicação de todos era a cirurgia bariátrica para os meus 126 quilos da época. No final do processo para a cirurgia, com exames prontos e etc, resolvi que iria tentar de novo. Achar gente muito feliz depois deste procedimento seriíssimo que é a cirurgia é fácil, mas fui atrás de quem estava mal por ter dado errado e os casos eram muitos e chocantes. Não queria aquilo pra mim, não valia a pena arriscar perder a saúde só por causa da pressão do mundo em prol da magreza. Era um tal de tô sem força muscular, não consigo andar, com problema disso e daquilo, precisando de ajuda para as atividades diárias, mas valeu a pena porque estou magra. É um absurdooo. Depois de achar um médico psiquiatra muito fofo combinamos um tratamento alternativo e abdiquei da cirurgia, comecei a  emagrecer com toda a calma do mundo, voltei a dançar e levei a sério os convites para trabalhos como modelo pluz size.

 Neste processo precisava de um lembrete visual, tipo esses que a gente cola na mesa de trabalho ou na porta da geladeira. Então, encarei uma mudança radical com meu cabelo, passei máquina dois e me surpreendi quando me senti linda mesmo careca e acima do peso. Fui obrigada a olhar além do rosto e do cabelão (foco de toda gordinha em fotos) e me vi como um todo: uma mulher feminina, forte e poderosa mesmo sem as longas madeixas.

Foi neste momento, onde consegui dar a volta por cima e me amar além de qualquer pressão externa, que me descobri um mulherão de verdade. Mulherão de carne, curvas, osso, muita sabedoria e amor próprio.”

Veja o ensaio fotográfico que a Carol fez durante o último  Dia de Modelo Plus Size: 

  

 

 

 

Fotos realizadas no Dia de Modelo Plus Size. Fotógrafo: Hilton Costa. Make: Jovianny Sierascky. Cabelo: David Oliveira. Produção: Barbara Poskus, Nathy Arias, Fê Avila e Mayara Russi. Direção: Renata Poskus Vaz.

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Espaço da leitora: Amanda Franco

Meu nome é Amanda Franco, tenho 23 anos e agora MULHERÃO mais que assumido!

Sempre fui uma nega muito perua e inventava muita moda com pouco, no truque. Nunca fui uma manequim, me encaixava na ala das gostosas rsrsrss. E adorava!

Aos 20 veio a gravidez, precoce, porém abençoada. Mas a nega se perdeu no tempo, era difícil conviver com o manequim e o espelho dizendo a cada dia adeus ao 44 (sim já usava 44), sofri muito com isso, me cobrava muito e aceitar, então, parecia coisa impossível.

Lembro-me que ia ao shoppings nos horários mais vazios pra não correr o risco de encontrar alguém que me conhecia de antes da gravidez. Não queria ouvir aquelas frases tão temidas “NOSSA COMO VOCÊ MUDOU NÉ”, ou “NOSSA AINDA NÃO VOLTOU AO PESO NORMAL”…  Era tudo difícil: sair com os amigos, ir ao mercado, me sentir a vontade no sexo…. Logo eu, que adorava um bapho, uma bagunça, um buxixo, de repente sentia vergonha dos holofotes, e preferia não ser notada.

A depressão me pegou, e um dia numa crise dessas que a gente se esconde com frio na coberta, come todos os doces do armário (sim, eu faltava ao trabalho) e chora, liguei a TV e, mudando de canais, vi um desfile lindo com modelos gordinhas, que me chamou atenção imediatamente. Parei e sentei e vi a Renata lindaaa contando como se assumiu um mulherão.

Só pensava em quanta coragem ela teve, como devia ser bom se aceitar e se amar estando acima do peso e como ela convivia com tudo tão naturalmente.

No dia seguinte, no trabalho, acessei o blog, e fui devorando todas aquelas informações, vendo o quanto eu estava me acabando por nada. Meu casamento estava difícil porque eu estava muito infeliz e claro que, por conseqüência drástica, prejudicando meu marido.

Descobrir o BLOG MULHERÃO que me encaixou no mundo novamente, me fez ver que eu podia me sentir bonita e segura. Ninguém precisava saber o meu peso. Eu precisava era resgatar toda aquela segurança a autenticidade… E consegui!

Comecei a procurar por moda plus size, porque não tinha nada que me deprimisse mais do que entrar numa loja e ver que as calças terminavam no 44. E mesmo que encontrasse alguma 48, ela com certeza vestiria só o 44.

Resgatar tudo isso foi muito importante, pude rever tudo que eu havia deixado de lado por causa do peso: o senso de humor, a originalidade, a criatividade, o emprego… Voltei a me vestir bem, a me sentir desejada.

Com isso, queria que minhas amigas pudessem resgatar também tudo isso que eu consegui. Falei com uma amiga que é fotógrafa e levei-as para uma sessão fotográfica. Foi um presente muito especial, pra elas e pra mim.

Ver o resultado, ver como se sentiram lindas mesmo acima do peso, com o brilho voltando ao olhar, foi uma experiência inesquecível. Senti que podia mais e resolvi escrever, falar sobre o que eu sei, e o que eu gosto muito que é moda, poder inspirar várias gordinhas que ainda não se descobriram.

Mas minha batalha pra fazer o que gosto esta só começando, agora quero ser mais abusada, e vou buscar meu lugar ao sol, ter minha confecção GG, modelar também. Porém ainda tenho que driblar alguns obstáculos. Trabalho com contabilidade, esse não é meu ideal da vida toda, mas sei que é ela que vai me levar onde quero chegar, e sei que tudo que absorvi aqui será minha base pra administrar minha loja, às vezes as profissões erradas nos levam ao caminho certo.

É difícil, mas olhando pra trás é só mais uma barreira. Ainda há os que me colocam pra baixo dizendo que trabalhar com moda, pra mulher, é igual pra homem querer ser jogador de futebol. Mas assim como os jogadores de futebol, só alguns batalham e conseguem fazer a diferença. Eu estou batalhando e disposta sim a fazer a diferença, o primeiro passo já dei e sei que o caminho é longo, mas não tenho pressa.

Para conhecer os Blogs da Amanda, clique aqui e depois aqui.

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Espaço da leitora: Jemima Pompeu

Vizinhos de útero

Em 09 de Abril de 1969 eu e minha vizinha de Útero, viemos ao mundo. Nossa infância foi divertida. Éramos muito unidas, tínhamos sintonia e cumplicidade. Brincávamos e brigávamos com a mesma frequência. Na adolescência, ela escolheu estudar nos Estados Unidos e eu escolhi ficar. A partir daí, perdemos nossa sincronia. Hoje temos uma relação civilizada, porém, superficial. Na distância, sentimos aquele tipo de amor esquisito que não amadureceu. Uma ligação atrofiada. Nossa vida é marcada por desencontros – mas ninguém tem culpa nisso. Durante muito tempo eu não entendi essa distância emocional, essa lacuna que minha irmã gêmea provocou em mim. Mas hoje eu sei que nunca foi intencional nem proposital. Eu a amo incondicionalmente. Não há rancor. E é justamente por estar liberta deste conflito, que me senti preparada para criar o Blog Vizinhos de Útero. Hoje compartilho meus sentimentos sem medo, porque não dói mais.

 

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Espaço da leitora: O corpão da Beyoncé

Por Vanessa Ferreira

Olá Gente,

Olha, estou aqui para fazer um desabafo. Estou muito indignada com a cobrança que a mídia faz em relação à estética das artistas. Estava toda feliz da vida, com meus 70 kilos, quando entro no site Ego para ver as notícias e fofocas vejo uma chamada: Cadê o corpão? Beyoncé aparece vários quilos a mais na França.

Como pode? A mulher toda linda, maravilhosa, gostosa e feliz e ele perguntando cadê o corpão da Beyoncé? Tudo isso só porque ela engordou alguns quilos… E daí? Agora sim ela está com um corpo violão e virou um mulherão! Será que pra ser vista linda pelos olhos da mídia, tem que estar sempre magra e igual a Vitória Beckhan?

Um beijo para todas!

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Espaço da leitora: Vivi Oliveira

“Fui recusada em um trabalho por causa da minha raça”

Pensei bem antes de escrever este texto, com medo de parecer piegas ou que as pessoas o entendam de forma pejorativa. Nunca levantei bandeira contra o preconceito racial, por considerar isso um tanto quanto pequeno em pleno século 21, além de,  sinceramente, acreditar que acima da raça encontra-se o ser humano. Entretanto, para minha absoluta surpresa e também para que eu comprovasse o quanto ainda sou imatura cedendo a pedidos dos quais desconheço a procedência exata, decidi não só escrever-lhes, mas também fazer um alerta. Jamais enviem fotos a desconhecidos ou divulguem as mesmas em sites dos quais não saibam efetivamente a conduta dos responsáveis por ele.

Fim de semana passado, recebi um telefonema no qual me propunham um trabalho. Durante a conversa, ela me pediu que enviasse duas fotos, uma maquiada e outra sem maquiagem, pois a marca que desejava meus préstimos gostaria de conhecer meu rosto. Prontamente e “burramente” enviei as mesmas.

Após alguns minutos, recebi um retorno da mesma pessoa que me procurou anteriormente, evidentemente sem jeito e pisando em ovos ela me disse: Oi Vivi, me diga o que você se considera…. Negra, mulata, morena ou branca? Só pude rir e dentro do meu eterno humor responder que me considerava “japonesa”, evidentemente à resposta foi dada num tom ácido. Ela educadamente, afinal notava se seu constrangimento emendou que eu me encaixava em tudo, mas que por eu ser negra não poderia fazer o trabalho… Tudo isso rodeado de mil desculpas, avisando que no próximo me chamaria e que ela cometeu o “”erro””  pois antes de perguntar minha descendência, pediu minhas fotos. Ou seja, sem querer me vi a frente de duas situações lamentáveis, uma por ter sido recusada para um trabalho por ser negra e outra que além de lamentável é bizarra, ter sido questionada sobre minha raça, sobre minhas raízes. 

O questionamento sobre o que me considero, além de burro demonstra uma imensa ignorância e uma dose de bizarrice com hipocrisia. Vivemos num país mestiço onde poucos podem afirmar descender de uma “raça pura”, sejam brancos, negros ou amarelos. Lamento passar por este tipo de constrangimento em um país onde no último SENSO constatou se que mais de 50% da população é mestiça.

Minha indignação resume se a apenas dois fatos: ainda haver atitudes racistas num país que se diz moderno, democrático e isento de racismo, em pleno século 21 e, mais ainda, por hoje em dia sermos passíveis de rótulos. Se eu me considerar negra sou negra, se me considerar branca viro branca e por aí vai, lógico isso diante de pessoas de pouca ou nenhuma inteligência.

Reafirmo que raça pra mim não tem significado algum desde que não se torne motivo de bulling, deboche, chacota, exclusão ou até mesmo protecionismo. Digo isso sem qualquer medo ou apelo piegas, afinal eu sendo negra, sou contra esta tal cota para negros em universidade. O foco não deveria ser cota para uma determinada raça, e sim ensino decente e digno para que todos competissem em pé de igualdade como há algumas décadas atrás. 

Afirmo isso de consciência limpa, pois sou universitária, meu pai que fez colégio público é mestre assim como minha mãe, que também fez colégio público. A diferença é que meu pai fez uma universidade conceituada particular e minha mãe fez uma universidade de referência mundial pública. Logo, ambos vindos de escolas públicas tiveram a mesma chance de cursar universidade. Concluo que antes de fazer apologia a cotas, ou usar camisetas que remetam à quaisquer tipo de discriminação, seja por da raça, condição da pessoa ou situação em que alguém se encontre, o importante e o fundamental é que todos tenham o mesmo direito à saúde, educação e  a alimentação, que estas sim devem ser à base de uma nação onde as pessoas se dizem inteligentes, democráticas e avançadas.

Inadmissível é alguém hoje ser julgado melhor, pior ou inadequado para algo devido ao seu tom de pele. Horrores já aconteceram por conta da cor de pele de alguém e mesmo assim o mundo de hoje ainda se prende a estes detalhes esquecendo o bem maior: a vida, o respeito, o ser humano. 

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Espaço da leitora: Vanessa Moreira

“Minha filha de 8 anos já tem preocupação com a balança”

Sou Vanessa Moreira, tenho 30 anos moro em São Paulo e sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas (resumindo: sou “do lar”) e ADOOOOORO o blog mulherão.

Sempre fui gordinha, tive uma adolescência meio conturbada por conta disso, mas aos 17 anos conheci meu marido, eu era mais gordinha do que sou hoje, achei que ele nunca iria se interessa por mim. Estava errada. Estamos juntos há 12 anos e 10 meses, namoramos durante 2 anos e 5 meses e nos casamos no dia 2 de outubro de 1999. E eu, é claro, sempre na a briga com a balança (rsrs). Tive 2 filhas lindas, fruto do nosso amor. A Julia tem 8 anos e a Luiza 4 anos.

Tenho 66 quilos distribuídos em 1,63 de altura, mas estou muito feliz e realizada. Adoro maquiagem, muita bijus, esmaltes, decotes e tudo que tenho direito para me deixar mais bonita. Acho que este é o segredo. Se você se vê bonita, todos te acharão bonita. Nunca saio de casa sem antes passar um lápis no olho, um na sobrancelha (pra realçar porque a minha sobrancelha é muito clarinha) e um rímel. Vou levar minha filha pra escola desse jeito, linda e feliz .

Tenho um marido que me ama e se importa comigo. Ele sempre diz que a única coisa que ele quer é me ver feliz e me fazer feliz. Somos extremamente apaixonados um pelo outro, mesmo com 12 anos juntos  ainda dizemos todos os dias um para o outro:  EU TE AMO!!! (todo mundo fala que depois de 3 anos de casado é difícil dizer eu te amo, mas eu estou aqui para dizer que é possível, sim).

A única coisa que me preocupa muito é  o futuro de minhas filhas. Eu com 8 anos de idade nem lembrava da existência da balança, mas a minha filha toda vez que passa em frente à farmácia quer entrar para se pesar. Confesso que isso está me incomodando muito, pois uma criança não deveria se preocupar com peso, mas infelizmente a nossa linda e adorada TV nos traz tudo isso, o famoso “padrão de beleza”.

Tentei por várias vezes dizer a ela que isso não importa, que temos que ter saúde em primeiro lugar e depois nos preocupar com essas coisas. Ela é uma criança que já vive preocupada com o seu peso. Acho o cúmulo e falo todos os dias que ela é linda e que não tem que  se preocupar com isso. Como é de hábito, todos os dias ligo o meu computador e a primeira coisa que faço é entrar no blog para ver as novidades. E aí, um belo dia, coloquei ela do meu lado e fui mostrei o blog. Imaginem o que aconteceu? ELA ADOROU, achou lindas as moças de biquíni, e aí ela viu que pessoas gordinhas são pessoas normais.

Depois desse dia, minha filha nunca mais ficou falando que estava gorda e muito menos que estava feia, a única coisa que ela ainda faz é subir na balança toda vez que vê uma.

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Espaço da leitora: Aline Gouvea

Mantra para não ficar chata

Ontem um velho amigo meu me falou “você já percebeu que em meia hora de conversa você já falou sobre mil defeitos seus?”. De fato, no meio da conversa eu soltava umas frases do tipo “nossa! minha unha tá horrível”, “meu cabelo tá sem corte” ou “tenho de voltar a malhar, tô gorda”.

Quantas vezes, num dia, a gente não repete essas coisas negativa sobre nós mesmas? A gente fala isso com tanta naturalidade, que nem percebe e, quando vê, esse monte de reclamações já virou uma grande verdade na nossa cabeça.

Falei pro meu amigo que ele me deu um toque muito importante, pois eu, assim como um monte de mulher que eu conheço, ando precisando gostar mais de mim. Aí ele se lembrou daquele tal bilhete que um ex apaixonado me mandou e disse: faça dele um mantra! Acredite em cada uma das palavras. Se não, você vai virar uma chata de galocha.

Po! Gorda de cabelo sem corte e ainda por cima chata? É melhor fazer o que ele, que gosta de mim, mandou: repetir que sou linda, maravilhosa e também ler este famoso bilhete, abaixo.

 “Será que você nunca reparou que pra mim não importa quanto você pesa? Em vez de tentar adivinhar isso, prefiro te abraçar e acariciar seu corpo macio. Aliás, adoro ver seu ritual de passagem de cremes: nas pernas, nos braços, na barriga. E quando você pede ajuda pra alcançar as costas, aí eu adoro ainda mais você.

Não sei seu manequim e nem me interessa. Sei o tamanho da sua cintura pelas minhas mãos e isso basta. E se alguma vendedora de roupa me perguntar seu tamanho vou responder: do tamanho exato para caber no meu abraço e dividir minha cama.

Aliás, foi uma resposta parecida que dei quando meu irmão perguntou como você era: do jeito que eu gosto. É, menina encanada com o peso e com o manequim, você é do jeito que eu gosto. Nunca reparou nisso, né? Por isso me deixa sozinho em casa e vai pra academia suar.

Não estou reclamando de você se cuidar. Eu só quero que você se goste desse jeito aí que você já é. E se você não acredita que é tudo isso, pergunta pra mim. Pra mim, viu? E não para nenhuma daquelas suas amigas do trabalho ou da faculdade ou sei lá de onde. Nenhuma mulher confessa para um homem que outra mulher é linda.

Para de me chamar de exagerado: eu acho você linda e pronto. Eu te olho diferente do que você se olha. Você está presa a padrões de beleza, já eu prefiro olhar pra você e descobrir cada dia um detalhe que te faz diferente e bela. Por exemplo, quando você toma uma decisão e nem me consulta: vai lá e faz. Eu faço cara de chateado mas acho um charme você saber o que quer. Também gosto de ouvir que eu não mando em você. Ah, e sua carinha de brava?É a coisa mais sexy que já inventaram. Aposto que tem amiga sua que treina na frente do espelho pra ficar igual.
Quer ver você me deixar com os quatro pneus arriados? É só dizer “Tô com fome de doce” e devorar aquela barra de chocolate sozinha, em 10 minutos. Quando você abre o armário e diz que não tem roupa e fica olhando pra 3 mil vestidos e saias e calças, eu penso “vou casar com essa mulher”.

Mas sabe o que me atrai mesmo em você? É que mesmo dizendo que é muito branca, que tem celulite desde que nasceu e que precisa de outra lipo, contraditoriamente você desfila pela casa sem roupa, numa naturalidade que me deixa perplexo. Eu amo ver você nua, ver suas pernas brancas, não ver nem marquinha de biquine. Outras mulheres precisam de marquinha de biquine para serem sensuais. Você não. Você só precisa ser você. De cabelo castanho ou vermelho, longo ou curtinho. Você está sempre na moda. Você merece sempre uma poesia. E eu sou louco por você”.

Leia outros textos de Aline, clicando aqui

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Espaço da leitora: Lorena Lenertz

Que graça temos?

Ultimamente, os gordos têm sido matéria de diversos programas, através de diversos enfoques. O que me intriga é que quase sempre, em algum momento, alguém fala que os “gordinhos” têm bom humor. E fazem uma ligação entra a gordura e o bom humor, mostram amigos de gordos comentando que eles estão sempre de bem com a vida. Ou terminam mostrando humoristas gordos – como uma prova do bom humor que vem junto com a gordura.

E tem algum problema em ser bem humorado?

Claro que não!

O problema é alguns acharem que estar fora do peso “ideal” é algo tão condenável que exige a busca imediata de uma qualidade que compense. Seria como se os gordos não tivessem direito de estar de mau humor, chateados ou sem disposição em um dia difícil simplesmente porque já são gordos.

Muitas vezes, ainda completam que gordos são mais felizes porque comem o que querem. Então, só quem come o que quer é feliz? E desde quando uma refeição – por mais deliciosa que seja – tem o poder de trazer felicidade pra vida inteira? Por mais alegria que uma comida traga – e pra mim o leite condensado é a “felicidade condensada” – é apenas um momento de alegria.

Não sou feliz porque como o que quero, nem tenho bom humor porque sou gorda. Felicidade é outra coisa. E bom humor não é exclusividade de gordo.

Sou feliz e por isso vivo bem humorada: porque adoro minha vida, porque me aceito sem me preocupar com os que me julgam estar maior do que o ideal, porque me amo e amo o que está ao meu redor!

A felicidade não depende do que se come, do quanto se pesa, do quanto se tem. Então, sejamos felizes!

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