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Pelo direito de ser bem-resolvida mesmo sendo gorda, virgem e andando de fusquinha

Por Renata Poskus Vaz

Paula Bastos, uma das minhas blogueiras plus size brasileiras predileta, autora do Grandes Mulheres, encabeçou uma campanha no Twitter e Facebook, para que Walcyr Carrasco, autor da novela Amor à Vida, mude o destino da personagem Perséfone, vivida pela atriz Fabiana Karla. Na trama, Perséfone é enfermeira, dirige um fusquinha e é virgem.

Segundo Paula, com suas palavras transcritas na íntegra, Perséfone é a amiga gorda encalhada que dirige um fusquinha velho e sonha com o príncipe encantado. Ela ainda acrescenta “Em nome de toda uma parcela da população que tem lutado para conquistar mais respeito te peço: Walcyr, muda o destino da Pérsefone Fortino. Faça dela uma mulher forte, não forte de robusta, mas mostre ao Brasil a força que essa personagem pode ter dando a volta por cima e se tornando um exemplo. Não precisamos desse caricato de coitada sonhadora encalhada que já está mais do que disseminado: seja diferente dos outros autores, inove e retrate essa mudança.”

fabianakarla

Concordo com a Paula que seria maravilhoso ter uma mocinha na novela das 9 que fosse um exemplo de perfeição, mesmo pesando seus mais de 100 Kg. No entanto, discordo dessa campanha. Não vejo problemas em Perséfone. Ela é linda, usa looks que valorizam seu tipo físico. Nada de roupas largas, de malha… Outro detalhe que acho importante salientar é que Perséfone não é a gorda engraçadona. Ela é querida não por ser a piadista, mas por ser atenciosa, meiga, inteligente e confiável.

Perséfone é enfermeira de um Hospital particular de São Paulo. Isso mostra o quanto é bem-resolvida profissionalmente. Para ter uma noção de salários, veja o que extraí do site de um dos mais conhecidos hospitais de São Paulo, o Albert Eisntein, sobre o salário de seus enfermeiros:

salário einstein

Ou seja, na trama, Perséfone já trabalha no mesmo Hospital há mais de 10 anos. Ela ganha, no mínimo, R$5 mil. Se tratando de Brasil, esse não é um salário ruim, não acham? Quantas de nós ganham R$5 mil de salário por mês? O fato da personagem ter um fusquinha não significa insucesso profissional ou social. Há muito tempo que aqui na capital paulista que ter um fusca não é sinal de pobreza. Fusca ainda é um dos carros mais almejados por ladrões e virou artigo de colecionador.

Veja só, no Web Motors um fusca ano 68 ou 70, conservado, custa R$12 mil.

fusca

Com R$1,5 mil a menos, é possível comprar um  Fiat Palio ou um Renault Clio, 30 anos mais novos:

fusca 2

Outro detalhe importante de se ressaltar é que não há problema algum em ser gorda e virgem por opção. Eu mesma perdi minha virgindade com vinte e muitos anos e sempre fui descolada, linda, inteligente e independente. Tenho centenas de leitoras gordas, adultas, bem-resolvidas e virgens que esperam  pelo príncipe encantado por convicção religiosa ou porque não querem mesmo sair dando para qualquer um por aí. Antigamente nós julgávamos aquelas que perdiam a virgindade cedo, hoje estamos julgando quem não perde. Isso é uma questão muito individual e nem começou a se desenrolar na trama. Chato será Perséfone querer dar seu corpinho lindo pelo simples prazer sexual e nenhum homem querer possuí-lo. Isso sim me deixará decepcionada, ela querer dar e não ter pra quem. Mas se a intenção dela for encontrar um amor de verdade, para toda vida, qual o problema dela esperar? Qual o problema dela sonhar?

Se transar fosse sinal de realização pessoal, prostituta não tinha problema psicológico e sairia dando de graça (desculpe o linguajar, meu povo!).

Gente, imagine se todos os personagens tivessem que seguir a linha politicamente correta, para evitar estereótipos? Não teríamos aquele vilão maravilhoso da novela Amor à Vida, que é o personagem Félix. Ele é gay, a “bicha má”, como dizem pela internet. E um dos melhores vilões de todos os tempos.

Não quero para mim esse tipo de “café-com-leite”. Quero que o autor seja livre para escrever, que me faça sonhar ou até ter pesadelos, porque não?!. Tenho certeza que Perséfone terá um final maravilhoso, sem precisarmos obrigar o autor a isso. 😉

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Programa Bem Estar fala sobre obesidade, com presença de Fabiana Karla

Por Wirlany Machado, correspondente de Goiás do Blog Mulherão

Na quinta-feira, 8 de dezembro, o assunto obesidade foi abordado de uma forma bem tranqüila apesar de superficial no Programa Bem Estar. Contou com a presença do médico endocrinologista Alfredo Halpern e da atriz Fabiana Karla. O Dr. Alfredo explicou que a obesidade não é falta de vergonha da pessoa. É uma doença. E que existem forças engordativas pra pessoas serem obesas (comer mais, gastar menos calorias, fazem mais gordura e dificuldade de queimar gordura). Deixando claro que é possível estar acima do peso e ser saudável. Foi falado sobre como os gordos e obesos sofrem preconceito da sociedade nos momentos de comprar roupas e nas horas de conseguir um emprego. Gente, não consigo acreditar que ainda passamos por isso!

 A atriz Fabiana Karla ainda falou de sua personagem Dra. Lorca no Programa Zorra Total, de sua vivência como gordinha e da dificuldade de comprar roupas. E ainda disse que manda fazer roupas sob medida. Simplesmente a adoro! A atriz abordou com graciosidade o assunto. Ainda temos a participação do engraçadíssimo ator Leandro Hassum. A parte que ele mostra o closet, o blazer que não fecha e as várias camisetas da mesma cor é hilária.

Leitores (as), se você não viu o programa Bem Estar neste dia, recomendo que veja. Sabe como? Acesse:

http://g1.globo.com/videos/bem-estar/t/edicoes/v/gordos-e-obesos-sofrem-preconceito-da-sociedade/1723901/

Ser gordinho não é problema. Ame-se e se aceite! Caso não esteja sentindo-se bem, procure um endocrinologista de sua confiança. O importante é ser um gordinho saudável!

Gente! Confesso que ser gordinha pra mim já foi problema. Hoje aprendi a me amar e a valorizar o que tenho de melhor. Mulher tem que estar sempre poderosa! Gordinha ou não. Cabelo arrumado, maquiagem impecável, cheirosa, depilação em dia, unhas pintadas e uma roupa legal. Olhem pro espelho e gostem do que estão vendo! Cuidem-se!!!!

Beijos

Wirlany Machado

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Personagem de novela vira modelo plus size

Por Renata Poskus Vaz

Contribuição: Wirlany Machado/ Carolina Barbosa/ Ricardo Barbosa

O sonho de muitas mulheres acima do peso foi tratado hoje na novela Aquele Beijo, que passa por volta das 19h na Globo. Marieta, uma personagem gordinha vivida pela atriz Renata Celidônio, diz ter sido descoberta por um caça-talentos de modelos plus size. Assim como muitas modelos GG da vida real, Marieta recebe apoio de alguns, mas também é ridicularizada por outros. Veja um resumo da novela:

“Um inocente passeio no shopping pode mudar a vida de Marieta (Renata Celidônio). A esposa de Olavo (Ernani Moraes) chega em casa e conta que foi abordada por um caça-talentos à procura de uma modelo. “Ele quer que eu faça umas fotos para ser modelo plus size, GG”, anuncia a ruiva.

De primeira, Olavo tem dificuldades para entender o que a esposa está falando, mas Taluda(Priscila Marinho) explica que são modelo com mais corpo. “Exatamente! É para lançar uma coleção de lingerie para mulheres saudáveis como eu. Para mulheres que fogem do padrão esquelético das modelos”, explica Marieta, orgulhosa de suas curvas.

Violante (Thelma Reston) e Taluda debocham do convite, mas Olavo apoia a esposa. “Se querem minha mulher de modelo, não sou eu quem vai dizer não”, afirma o síndico da Vila Caiada. Olavo decide comemorar com a família com um jantar no Sonho D’Aveiro.

Será que Marieta vai fazer sucesso? Fique ligado nos próximos capítulos de Aquele Beijo para saber! Não perca a cena, que vai ao ar na terça-feira, 06 de dezembro” Retirado daqui.

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Para os fãs do Big Brother Brasil

Apoiar Elenita, a participante gordinha do BBB 10. Este foi o pedido de uma de nossas leitoras. E agora? Aceitar ou não?

Por Renata Poskus Vaz

Para algumas pessoas, Big Brother é perda de tempo. Para mim, é laboratório da vida real. Quantas vezes você já não se identificou com algum dos personagens da casa e reconheceu nas atitudes deles – boas ou más – as suas próprias atitudes?

Meu namorado já percebeu: quando começa o big brother ele não se atreve a me ligar até que o programa termine. Segundo ele, para mim o BBB funciona como uma espécie de gaiola cheia de ratinhos, em que analiso o resultado da convivência deles como uma experiência científica.

Sim… Ah, quantas vezes não vemos mocinhos virando vilões e vilões virando mocinhos, igualzinho na vida real? Falsidade, mentiras, amores, paixões, amizades verdadeiras, conveniências… Tudo escancarado e claro, bem diferente do que encaramos no nosso dia-a-dia. Big Brother Brasil 10 começou e me arrependi amargamente de não ter feito a minha inscrição e nem ter insistido para que minhas colegas de blog fizesses. Afinal, nesta edição, fenômenos de acesso na internet garantiram seu lugar no jogo e o mulherão é um dos sites mais acessados em sua categoria. Nada mais justo que uma gordinha do nosso grupo integrasse a casa dos BBBs. Sonho? Não! Para quem já sentou no sofazinho da Hebe (sem nenhuma modéstia) ocupar um lugar na casa seria perfeitamente viável.

Sim, mas nós nem pensamos em mandar nossas fitinhas para a seleção do programa. Mesmo assim, a direção consciente ou inconscientemente colocou na casa mais vigiada do Brasil uma representante mais corpulenta, com pernas grossas e braços bem torneados. Perto daquele monte de meninas mais esguias, uma verdadeira gordinha: Elenita. Jovem, professora universitária especializada em lingüística.

Em sua entrevista no processo de seleção para a casa, Elenita pediu desculpas pela sinceridade e se definiu como alguém “muito inteligente”. Ontem, recebi um comentário de uma leitora solicitando que levantássemos um mutirão a favor de Elenita para que ela, neste primeiro paredão do Big Brother Brasil 10, não fosse eliminada.

De acordo com a opinião de nossa querida leitora, não poderíamos deixar que a única representante plus size da casa fosse eliminada. Entretanto, para desapontamento dessa e de possivelmente outras leitoras, o Blog Mulherão não vai levantar bandeira para a permanência de Elenita na casa. Ao longo dos primeiros dias de programa, a participante demonstrou se tratar de uma pessoa culta, mas não necessariamente esperta. É o que eu digo, não basta ser inteligente, é necessário ser esperto. Elenita foi instável, não soube perder, passou a se sentir perseguida após a sua indicação ao paredão, exigiu demonstrações de fidelidade de pessoas que conhecera há dois dias e passou a queimar o próprio filme sucessivamente diante de todo este desequilíbrio emocional.

Como maluca que também sou, compreendo as ações de Elenita, mas para mim é necessário muito mais do que uma identificação com o peso ou devaneios dela para elegê-la merecedora de um prêmio de R$ 1,5 milhão. Sim. Nosso peso (e o de Elenita também) é só uma entre milhares de características que possuímos. Nenhuma de nós se resume a quantos quilos são apontados pela balança. E o fato de ser “fofa” por fora não nos garante ternura por dentro.

Por isso, não apoiamos e nem deixamos de apoiar Elenita. Que vença a pessoa com o caráter mais admirável e conduta ilibida. Se for a Elenita, legal. Se não for, tudo bem.

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