Por Keka Demétrio
Nesta vida perdemos tantas coisas, outras nós mesmos fazemos questão de deixar para trás. De tudo que vai ficando, algumas se perdem apenas por momentos, retornando às nossas vidas porque precisam nos auxiliar de alguma forma.
Perde-se a infância, a inocência nas transformações do nosso corpo, perde-se o primeiro amor, que nunca chegou a ser nosso de verdade, mas que ocupava um espaço tão grande em nosso peito que parecia ser ele o dono total de todas as nossas emoções.
Com o tempo e as perdas, vamos aprendendo que pouquíssimas coisas são realmente nossas, porque no percurso da vida, na medida em que vamos nos alimentando de experiências e sensações passamos a ter necessidade de substituições. Mas tudo o que vem para as nossas vidas vem por um porque, embora nem sempre concordamos com as explicações que a própria vida e o tempo nos dá. Quando isto acontece, e começamos a pensar que somos coitadinhos infelizes, é bom que acalmemos o coração em Deus para nos reerguermos mais fortes.
A forma como estas perdas influenciam nossas vidas nos fazem perder coisas preciosas, pedras lapidadas pelas mãos de Deus, mas que não tivemos coração e sensibilidade suficientes para percebermos. Talvez porque estivéssemos com os olhos ocupados com outros valores, fechados dentro de um mundo imaginário, cultivando sonhos e alimentando ilusões.
De tudo o que perdemos, nossos sentimentos são os mais importantes. Nossas escolhas podem nos levar a perder amor, carinho, atenção, sorrisos. Perder a auto estima, o amor próprio, a dignidade, a integridade física, e até moral, mas quando pensamos que o lodo pegajoso do fundo do poço não vai nos deixar reerguer, vem a fé e nos dá asas. Vem a vida e nos coloca diante de perspectivas que fazem nossas esperanças renascerem, vem uma luz nova e nos faz entender que sempre irá existir uma outra chance, uma outra oportunidade para perdermos mais um monte de coisas que vai fazer com que nós nos encontremos cada vez mais.
O mais importante não são as perdas, mas o que elas podem nos ensinar. Não é o que ficou para trás, mas o que e como, vamos fazer de agora para frente.