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Projeto Mulherão Saúde: em busca de um médico

renata saúde

Por Renata Poskus Vaz

Olá, meninas! Estou aqui para cumprir minha promessa de contar, todas as semanas, como está minha busca por um corpo mais saudável.

Quando decidi que ia dar um jeito na minha saúde, logo fui atrás de um médico. E não queria me automedicar e nem fazer dietas malucas que poderiam comprometer, ao invés de melhorar, a condição já debilitada do meu fígado.

Primeiro passo: marcação de consulta no posto de saúde público

No ano passado acabei ficando sem plano de saúde. Fui pesquisando, pesquisando, pesquisando e depois enrolando, enrolando, enrolando e não fiz plano de saúde nenhum. Mesmo que eu faça agora, vai levar um tempo até que possa utilizá-lo. Então, resolvi procurar um posto de saúde da prefeitura para agendar uma consulta com um clínico geral. Nem preciso dizer que fui super mal atendida. Compareci ao postinho mais próximo de minha casa e fui medida de cima em baixo pela recepcionista.

Mesmo não constando no site da Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Paulo que os moradores só podem ser atendidos por postos de saúde da região do seu bairro, a atendente insistiu que eu deveria procurar um posto de saúde perto da minha casa. Eu posso até ter cara de burguesinha, mas moro na Freguesia do ó, poxa! rsrsrs E até provar isso a ela demorou muito. Comprovada a veracidade da minha residência, ela pediu que eu ligasse na semana seguinte para saber quando o posto de saúde abriria inscrições para as consultas. Segundo ela, após as inscrições abertas, eu poderia demorar até 2 meses para ser atendida. Ou seja, se eu tiver algo mais sério do que imagino, estou f*&¨%$#.

Segundo passo: marcação de consulta no médico particular

Enquanto não consigo marcar a consulta médica pela prefeitura, resolvi marcar uma consulta com um médico particular, muito bom, recomendado por minha amiga Alinne Rosa. Ele chama Roberto Ahualle e seu consultório fica no bairro do Tatuapé. Já fui tratada por Dr. Roberto que é um daqueles endocrinologistas corretos que te consulta por quase uma hora e te pede dezenas de exames antes de te prescrever qualquer tratamento. Foi Dr. Ahualle que me disse que eu jamais poderia, conforme desejava em minha fase autoestima zero de anos atrás, pesar 57 Kg. Segundo ele, que atende muitos descendentes de lituanos, nossos ancestrais são altos e corpulentos, sem perfil para um corpo magro. Para ele meu peso ideal seria 74 Kg. Para vocês terem idéia, 74 Kg para 1,72 ainda me enquadraria na categoria de sobrepeso, o que para Dr. Ahualle não deve ser levado ao pé da letra. Bacana, né?

Vou voltar lá.

A consulta custa 200 reais e dá direito a um retorno depois de 30 dias. Ou seja, é como se você pagasse R$100 a consulta.

Mudança na alimentação

Embora não tenha seguido nenhuma dieta, tentei melhorar a qualidade da minha alimentação. Consumi mais frango e menos carne vermelha, tomei muita limonada geladinha, comi muito pepino! Senti-me melhor! Quase nem senti vontade de comer doce. Bacana, né?

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Bom, semana que vem eu volto aqui para contar as novidades para vocês.

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Como reagir quando seu médico te discrimina por ser gorda

Por Vitor Mattoso

Veja o e-mail que recebemos de uma de nossas leitoras questionando a forma como os mpedicos tratam pacientes obesas:

“Escrevo porque gostaria de ver a opinião de vocês sobre uma coisa que tem me incomodado bastante nos últimos tempos: a falta de respeito com que profissionais de saúde tratam a mulher gordinha. Vi esta notícia aqui e me identifiquei:

Comigo não chegou a tanto, mas noto uma evidente má-vontade dos médicos quando vou consultá-los. Pra ser sincera, tenho até evitado ir ao médico, porque tudo que me acontece ultimamente, para eles, é culpa da gordura. Não nego que a obesidade traz problemas de saúde nem acredito que o médico não pense na nossa saúde. Mas o que venho notando é que, para eles, o fato de estar gordo dá a eles o direito de humilhar o paciente e fazer diagnósticos apressados, muitas vezes sem nem ouvir o que temos a dizer. 
Digo por mim mesma. Tenho SOP (síndrome do ovário policístico) desde que comecei a menstruar. Todos os sintomas estão lá: menstruação abundante e dolorida, pelos em excesso pelo corpo, etc. Nunca consegui encontrar um médico que me desse um tratamento eficaz e fui, para minha infelicidade, tentar de novo, desta vez com uma médica. Depois de me examinar, ela veio me dizer que a SOP é causada pela obesidade (!!!) e que eu precisava de ajuda. Olhem, desde os 12 anos eu menstruo. Desde essa idade sofro com os sintomas. E eu era magra. Estou com 33 anos agora, será que não conheço meu corpo? De nada adiantou eu dizer a ela há quanto tempo tenho o problema. A médica disse estar ‘convencida’ de que minha obesidade está envolvida nisso e que, se eu estivesse magra,os sintomas seriam muito menores. Bom, ao que parece ela conhece mais da minha vida do que eu mesma. Lembro-me de, mesmo quando estava 30kg mais magra sofrer com a menstruação, a ponto de não conseguir levantar da cama. Ah, e lembro também de sempre ir à depiladora para remover os pelos do meu rosto. Quem sabe a cirgurgia que fiz, há 13 anos, para tirar um cisto de ovário do tamanho de uma laranja? E eu pesava pouco mais de sessenta quilos! (Tenho 1,59). No entanto, ela nem parecia ouvir o meu relato.
A médica pediu vários exames. Quase perguntei para quê ela estava fazendo isso, já que estava convencida do meu diagnóstico. Por que fazer exames, então? Não me entendam mal. Sei que devo cuidar da saúde, sei que a obesidade pode me trazer problemas. O que não me conformo é ser maltratada por um médico pelo fato de estar gorda, ou ter que ouvir insinuações, ou ser tachada de mentirosa, que foi o que essa médica praticamente fez. Ela ignorou meu histórico e pôs a culpa de tudo na minha obesidade. Saí de lá arrasada. Penso em fazer os exames, mas procurar outro médico para vê-los. Mas confesso que estou com medo, porque parece que está escrito na minha testa: ‘SOU GORDA, DOUTOR. ME HUMILHE!” É como se a magreza fosse pré-requisito para ser aceita, amada, bem-tratada por quem quer que seja. Me senti uma criminosa. E senti raiva. Porque posso mesmo estar precisando de ajuda. Mas não preciso ser humilhada para conseguir essa ajuda. Se a médica que consultei quis me chocar e me fazer acordar para o que quer que esteja na cabeça dela, o efeito foi o contrário. Não tenho a menor vontade de voltar a vê-la. 
Ao ver a notícia lamentável que citei no começo, percebi que não é só comigo. Deveríamos fazer alguma coisa para combater isso. Tenho certeza de que o médico que receitou um cadeado para essa moça nem vai ser punido. Pelo que soube, raramente o CRM condena um médico. Enquanto isso, continuaremos sendo alvo de bullying por parte de quem deveria cuidar de nós sem nos julgar. O tal juramento de Hipócrates, pelo jeito, foi parar no lixo. “

Resposta:

Querida Leitora,

Primeiramente, toda a equipe do Blog Mulherão agradece pela mensagem enviada, pois isso mostra a confiança depositada em nosso trabalho. Meu nome é Vitor Mattoso, e sou o mais novo recruta desta tropa de elite, que trabalha firme para mostrar que ser feliz independe de qualquer situação! Além de Advogado, sou Coordenador do Projeto BULLYING Nunca Mais , o qual irão conhecer melhor durante os próximos meses.
Sobre a notícia apresentada, não tenha dúvidas que todos nós também achamos um verdadeiro absurdo, e tenha certeza que uma das minhas razões de estar aqui é mudar esta realidade! Vamos, agora, cuidar especialmente de você, ok?! Não deixe de ir ao médico. Em primeiro lugar, por ser importante manter um programa de avaliação continuada; em segundo, por ter a certeza que você irá encontrar um profissional que é do seu agrado!
Eu mesmo já passei por uma situação semelhante, só que com problemas respiratórios! Até encontrar um médico de confiança, foram mais de 8 anos! Veja pelo lado positivo: você conhece muito bem o seu corpo e como ele reage em determinados períodos, concorda?! É só uma questão, agora, de acertar o profissional e ver como as coisas irão bem! Faça esses exames sim, leva até ela sim, e, caso não goste das respostas, procure outro médico sim! Sim, sim, sim, simples assim!
Em todas as profissões irão existir os bons profissionais e os “nada profissionais”, afinal, ser um PROFISSIONAL não é só ter um certificado bonitinho na parede. É amar, respirar e viver o que escolheu como forma de ajudar na construção de um mundo melhor!

Agora, vem a parte mais importante da resposta:

Você está PROIBIDA de pensar coisas negativas, ouviu?!?! Isso não irá ajudar em absolutamente nada!! Portanto, mocinha (“mocinha” sim, afinal, você tem apenas 33 aninhos), trate de levantar esta cabeça e pensar que você é mais do que tudo isso, e que pode conseguir tudo o que deseja! É só uma questão de ter a mente aberta e a atitude correta!
Sobre o seu pedido, tenho boas notícias: já estamos fazendo alguma coisa – ou melhor, MUITA coisa – para combater isso! Veja só a bela parceria que se formou entre o Blog Mulherão e o Projeto BULLYING Nunca Mais?!
E acredite: isso é apenas o começo! 2013 que nos aguarde!!

Fico à sua disposição, assim como de todas as leitoras (e leitores) do Blog Mulherão, naquilo que me julgarem útil e estiver ao meu alcance.

Vamos em frente!

Vitor Mattoso
www.vitormattoso.com.br

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“Emagreci tomando remédios”

Antes

Depois

Por Renata Poskus Vaz

Gente, eu não costumo dar “control c, control v descaradamente” nos textos de blogs alheios. Mas hoje a Pâmela do Grandes Mulheres publicou o depoimento da minha amiga Alinne Rosa, que já pesou quase 100 Kg e emagreceu tomando remédios, se reeducando e com acompanhamento médicoAssim como a Pâmela destacou em seu blog, o depoimento da Alinne é importante para que vocês compreendam que uma pessoa não pode ser desqualificada por querer emagrecer.

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“Meu nome é Alinne Rosa, tenho 29 anos, 1,65m de altura e cheguei a pesar 96 kg. E essa é a história de como fiz as pazes com o espelho.

Minha luta contra a balança começou a ser travada desde a adolescência. Com 15 anos já pesava mais de 70 kg. Aos 17, fiz uma dieta na qual tomava sopa no almoço e no jantar (argh!). Ao final de seis meses, cheguei à incrível marca de 54 kg. Quanto tempo consegui manter isso? Sei lá! Foi tão pouco que esqueci! Depois disso vieram outras inúmeras dietas, academias, shakes e remédios, mas a verdade é que eu não tinha tomado consciência do meu corpo. Tinha objetivos incompatíveis com o meu biótipo e isso gerava a frustração de nunca alcançá-los.

Em 2002, pesava aproximadamente 67 kg, mas me achava gorda. Comecei a namorar o meu marido e daí a coisa só piorou: as inúmeras saídas para jantar, as idas e voltas da academia, o início e a retomada de dietas e uso de remédios geraram um verdadeiro efeito sanfona. Mas o maior peso até então atingido era nada perto do que eu um dia chegaria (mal sabia eu que sempre pode ser pior!).

Em 2008 veio o casamento e eu não consegui emagrecer mais que 2 kg, mesmo com remédio. O stress e a ansiedade dos preparativos não me deixaram eliminar mais peso. Assim, no dia do casório, estava pesando uns 84 kg e o vestido dos sonhos teve de ser adaptado para cobrir os braços enormes dos quai sempre me envergonhei.

Dois anos de casada e mais 12 kg! Um total de 96 kg!!! Aff, como eu pude fazer isso comigo?

Eu tinha um marido que me amava do jeito que eu era, uma família que se preocupava comigo, um bom emprego, mas não era feliz! Evitava o espelho, escolhia roupas para me esconder, recusava convites para sair com amigos, principalmente os que não me viam há muito tempo, porque já imaginava os comentários: “Nossa como ela engordou! Está irreconhecível! Não era assim quando estudávamos juntas! Seu rosto está deformado!!!”. Perdi o casamento de uma das minhas melhores amigas da faculdade; minha glicemia chegou no limite do aceitável, o colesterol (já geneticamente alterado) estava altíssimo e a autoestima no fundo do poço!

Comecei então um blog, para ser uma válvula de escape entre o meu isolamento do mundo (na medida do possível, já que não podia evitar sair de casa pra trabalhar, visitar os parentes, ir ao mercado etc.) e a necessidade de me expressar.

Através dele conheci o que eu chamo carinhosamente de “Plus World” e descobri muitas mulheres bonitas, vaidosas, fashion e felizes com seu corpo, independentemente de vestirem manequim 38 ou pesarem 50 kg. Mulheres reais, modelos de beleza atingíveis, mais próximos do meu biótipo.

Concomitantemente, minha mãe, cansada de ver o mal que estava fazendo a mim mesma, me deu um ultimato: “Marquei o médico pra você! E você vai e pronto!” E eu fui! E se soubesse o bem que ia fazer para mim mesma, teria ido antes.

Em dois meses, já tinha eliminado quase 10 kg e voltei a me reconhecer no espelho. Hoje, passados sete meses, lá se foram mais de 20 kg e com a ida deles recuperei a autoestima, a vontade de me maquiar, vestir bem, sair para ver o mundo e ser vista!

Alguns amigos, colegas de trabalho, chegaram ao ponto de entrar no elevador e não me cumprimentarem por não me reconhecerem… Se fiquei chateada? Não! Achei ótimo e me diverti!

Sim! Tomei remédio para emagrecer! Essa é a primeira coisa que me perguntam! Mas com todo acompanhamento e respaldo médico, depois de realizar todos os exames necessários, manipulado e sem efeitos colaterais! E já com um plano de reeducação alimentar e manutenção traçados.

Um dia, assistindo o programa “Bem Estar” da Rede Globo, adorei ouvir um endocrinologista, em defesa da venda controlada de remédios para emagrecer, que agem no sistema neurológico, dizer algo como: “Ora, o diabético precisa de remédio para manter a glicemia sob controle, o que tem colesterol alto, também. Porque os obesos, que são pessoas do mesmo modo doentes, não podem fazer o mesmo?” E mais: “Alguns desses pacientes tomarão o remédio por um tempo e depois conseguirão manter sua glicemia, colesterol ou peso sob controle, apenas mantendo uma alimentação regrada. Outros precisarão do remédio o resto da vida!”. Por fim, mas não menos importante: “Como nós, médicos, poderemos ajudar os obesos sem remédios que ajam no sistema neurológico, se sua doença é fundamentalmente psíquica, resultado de uma ansiedade e compulsão incontroláveis?”.

Não tenho dúvida que algumas “Grandes Mulheres” por aí vão dizer que traí o “ movimento”, que não sou digna de me dizer plus size, falar sobre o tema ou participar de eventos do ramo. Por quê? Por que fui lutar pela minha saúde e autoestima com as armas disponíveis no momento? Vocês não dizem que o importante é ser feliz e se amar do jeito que somos? Então, foi atrás disso que eu fui! Foram vocês que me ensinaram a me amar e aceitar do jeito que eu sou, a ter objetivos reais, atingíveis, padrões de beleza compatíveis com o meu corpo. Meu modelo de mulher hoje não é mais a Gisele Bündchen, mas a Flúvia Lacerda. Ou, trazendo para uma realidade ainda mais próxima, não é a minha irmã bailarina, de 47 kg e manequim 34, que que possui DNA muito semelhante ao meu (por isso achava que podia ser como ela), mas a Silvia Neves, Renata Poskus Vaz, Tara Lynn, Candice Huffine, Robyn Lawley, manequins 44/46, ideais plenamente possíveis de serem alcançados.

Hoje me sinto mais bonita, atraente, jovem, bem disposta; me visto melhor, me maquio, vou na clínica de estética, não tenho vergonha de sair na rua, me encontro com os amigos e, segundo amigas, tenho um brilho diferente no olhar e pareço mais confiante e decidida. Uma nova mulher! E quem vai poder dizer que não gostaria de sentir o mesmo?

A vocês que foram a minha inspiração, que se amam como são, o meu muito obrigada. Àquelas que se identificaram com o meu passado recluso, com a mulher que deixei para trás: corram atrás da sua felicidade, usem das armas que puderem em busca da saúde e do amor próprio! Adquiram a consciência de seus corpos e sejam felizes!

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