Por Eduardo Soares
Fiz bem em guardar alguns textos feitos ao longo dos anos. “Navegador” foi criado quatorze anos atrás, depois de uma briga (a primeira por sinal) com a primeira namorada. E o Edu, no auge dos 19 anos, já demonstrava ser um sonhador à moda antiga. Não procure entender a história, tente sentir a preocupação de um pós-adolescente em manter o relacionamento com uma mocinha cinco anos mais velha. Para complemento de informação, o namoro durou três anos.
Ler um pensamento escrito em 1998 traz boas e más recordações. Algumas virtudes permanecem comigo até hoje. Outras, se foram com o passar do tempo. E nem sei se voltarão. Mudamos, aprendemos, crescemos. Procuramos evoluir seja através do amor ou dor. E assim a vida segue.
“Não direi que te amo/Quando estiver à procura de aventuras no Reino de pierrots & suas colombinas (seríamos fantoches movidos a crise)/Não direi que te quero/Somente para tê-la provocante/Nua na cama/Com perfume de audácia (máscara perigosa do desejo camuflado)/Porém, nunca direi que te odeio/Pois fui navegador/ E no espaço cósmico/Achei uma estrela do mar/Que me deram por pena do fracasso (regalia irônica de um amor decepcionante).
Vamos fazer uma sinfonia
Vamos ter uma filha chamada Anjo
Leia meus lábios e anote meu pedido/“Com amor, o nosso amor, até a tempestade (amiga de outrora), naufraga em si em todos os meus sonhos”/Tua alma adormece no meu coração/Impera na Terra do Pensamento/E acima de tudo, transforma meu ser/Projetando restos quaisquer de medo para o limbo.
Indícios de términos não entram na atual realidade/E para navegar num amanhã singular/Precisamos insistir no futuro/Que habita em nossos próprios corações. (1998)”