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Experimento explora rejeição que pessoas acima do peso sofrem

Por Renata Poskus Vaz

Outro dia eu contei aqui no Blog Mulherão como funciona o Tinder, um aplicativo do celular para conhecer pessoas, paquerar etc. O site Catraca Livremostrou uma experiência do Simple Pickup envolvendo o Tinder, para mostrar como a aparência é importante nas redes sociais.

Nessa experiência, eles pegaram modelos que tinham perfil no Tinder e os transformaram com maquiagem e enchimento para parecerem bem mais gordos. Ou seja, a pessoa ia ao encontro pensando que encontraria um homem ou uma mulher com corpo escultural, mas chegando lá encontrava um gordinho (a).

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A maioria dos homens que encontraram pessoalmente a gordinha, inventaram desculpas para ir embora. Alguns diziam que eram casados e outros saiam para ir ao banheiro e desapareciam. Já as mulheres que conheciam o gordinho foram mais atenciosas, educadas e ele ganhou até mesmo um beijinho.

Os organizadores do experimento, ao elaborarem a ideia, relataram que: “o maior medo de uma mulher ao participar de aplicativos online de encontros é que ela vá se encontrar com um serial killer. O maior medo dos homens é que a mulher seja gorda”.

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Na minha opinião, a gente nunca tem que mentir como é fisicamente. Postar uma foto de 10 anos atrás, magra, não deixa de ser uma forma de iludir quem está conversando com você. Para mim, está no mesmo nível de um cara dizer que é solteiro, mas na verdade ser casado. Ao postar uma foto magra, você ficará refém da internet, nunca poderá encontrar o cara pessoalmente. E se encontrar corre o risco de levar um baita fora. Assuma-se. Como já disse e não canso de repetir, tá cheio de cara por aí querendo uma gordinha linda.

Não consigo ter raiva dos caras do experimento que desdenharam a gordinha, pois se um cara fizesse isso comigo, mentisse uma característica física etc, eu também pularia fora. Não pelo físico em si, mas pela mentira. Quem mente uma vez, mente sempre.

A pesquisa é interessante, mas ao meu ver, foi tendenciosa. A modelo de corpo escultural marcou encontro apenas com caras sarados, jovens etc. Qual seria a reação de um cara normal, um gordinho etc ao vê-la diferente das fotos do Tinder? Será que um cara que era magro e engordou não toleraria o fato da gordinha ter omitido que engordou e que não tem mais aquela silhueta da foto?

E vocês, o que acham?

Vejam os videos:

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“Sua gorda!” – Pelo direito de não me ofender com a realidade

Por Isabella Trad

Antes de começar, quero que prestem atenção no vídeo abaixo:

Passei a minha vida inteira aprendendo que ser gorda não é legal. Que eu não seria amada, atraente e muito menos teria sucesso, que eu não seria digna de elogios. Como muitas de vocês, criei a imagem de um monstro e fui repreendida e rebaixada diante de várias situações por conta do meu peso.

Familiares diziam que eu se eu ficasse magra tudo seria diferente, tudo seria mais fácil e sabe o que eu aprendi? Que a vida é difícil pra quem dá desculpas pra viver. E o que o vídeo tem haver? Bem, a intenção óbvia dos brasileiros foi fazer uma piada com essa garota gringa, linda e gorda.  Eu não ri. Fiquei com vergonha.

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Ela é gorda, mas eles não tinham o direito de usar o adjetivo como defeito. Ela é gorda e linda, é gorda e tem cabelo liso, ela é gorda e quem decide encarar como elogio ou defeito é ela e não vocês!

Eu sei que se ela soubesse falar português provavelmente se sentiria ofendida e o meu recado pra ela é: Não se sinta. Meu recado pra todas vocês é esse, não se sintam ofendidas por ela e não se sintam ofendidas por serem chamadas de gordas, obesas ou baleias.

A intenção desses idiotas foi de ofender, usaram a palavra gorda como ofensa, mas no final, quem escolhe se ofender é VOCÊ. Prefere ser a gorda cheia de coitadismo que deixa os outros opinarem na sua vida e se e ofende com uma realidade que só você pode escolher se é boa ou ruim? A atitude da garota inocente, dando sorrisos de satisfação mesmo sem entender o que estava acontecendo é digna.

Se todas nós não tratássemos nosso peso como defeito, talvez as pessoas não o enxergassem como um. Bem, eu sou gorda, baixinha e ruiva e escolhi que nenhum desses adjetivos são defeitos.

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Sua saúde vai bem, mas você está gorda!

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Por Giovanna Sbrissia

Sempre fui gordinha, então, desde pequena, ouço dos médicos a mesma ladainha sobre peso – ok, muitas vezes correta e como precaução – mas uma coisa começou a me incomodar com o passar dos anos: Poderia eu estar com gripe, ou então ter quebrado o dedinho da mão, tudo iria acabar se relacionando com meu excesso de peso, de formas muitas vezes constrangedoras.

“Vou te receitar um antigripal, e também te encaminhar para um colega meu nutricionista” E quando as cirurgias bariátricas passaram a ser, também, tratadas de forma mais estética: “Você nunca pensou em operar? Sua saúde está ótima agora, mas em breve você poderá ter problemas!”

Ok, todas nós sabemos que o excesso de peso traz sim alguns tipos de danos a saúde, e eu não estou aqui para levantar uma bandeira pró gordura mas, sim, para conscientizar de que ser gordinha não precisa ser sinônimo de pessoa doente. Minha saúde? Vai muito bem, obrigada.

Da mesma forma que existem pessoas magras, que tem péssimos hábitos, existe gordinhas e gordinhos que tem uma ótima qualidade de vida, praticam exercícios e são saudáveis.

Chega de preconceito! Abaixo, mostraremos alguns relatos das nossas leitoras sobre situações constrangedoras em consultórios e hospitais. Você já passou por algo assim?

Conte-nos nos comentários!

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“Fui fazer um teste admissional para entrar em um emprego, o médico era um cirurgião plástico, um dos maiores de Goiânia e ele me perguntou se eu tinha inúmeros problemas por causa do peso. Eu respondi que não tinha nada, e ele me disse que iria me aprovar por caridade, pois eu não estaria apta para trabalhar pois estava gorda. Depois disso ele me indicou a clínica dele pra eu me tratar, eu fiquei boba, mas como era meu primeiro emprego e eu precisava, tive que engolir tudo que ele disse. Eu estava com 90 kg.” (Jossana Lauria)

“Tive cólica renal, e fui ao posto para uma consulta e pedir requisição para um ultrassom. O médico era Endocrinologista e a todo o momento me aconselhava a ligar para o seu consultório para fazermos um tratamento.”
(Jussara Nilsen)

“Fui em uma ginecologista pois queria engravidar, e ela foi super grossa. Disse que eu nunca conseguiria por conta do meu peso, e corria risco de morrer e deixar o filho largado no mundo.” (Day Duvale)

É claro que muitos são os médicos que realmente se preocupam com a saúde do paciente, mas e quando isso se torna um preconceito CLARO? O que devemos fazer? A quem recorrer? A gordofobia infelizmente segue sendo um dos preconceitos “aceitos” em nosso país.

 

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Magras que engordam como forma de auto-sabotagem

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Por Renata Poskus Vaz

Outro dia, uma leitora me disse que em sua terapia descobriu que engordou como uma forma de se punir por ser muito bonita. Ela afirmou com todas as letras que a forma que encontrou para diminuir o assédio sexual que sofria na adolescência foi engordar.  Parece algo absurdo e até um tanto quanto prepotente, mas será que isso não é realmente possível? Engordar como uma forma de se auto-sabotar?

Hoje sabemos que podemos ser bonitas, sensuais e bem-resolvidas mesmo gordas. Mas como era o conceito que fazíamos do sobrepeso antes, na adolescência?

Não foi a primeira vez que escutei ou li esse tipo de comentário. Uma querida amiga, por exemplo, dona de lindos olhos azuis, inteligentíssima, sentia-se cobrada por seus pais. Ela era, aos olhos deles (mesmo que disfarçassem e não assumissem isso publicamente) melhor em diversos aspectos que a irmã. E quanto mais bonita ela ficava, mais cobranças acerca da sua beleza ela recebia. Ao engordar essas cobranças pararam. Ela deixou de ser considerada “acima da média”, virou a “inteligente da família”, enquanto a irmã era a “mais bonita”, aos olhos dos que as cercavam.

Nasci um bebê com peso normal e sempre fui muito ativa. Fazia volei, natação, ballet… Brincava de corre-corre, pique-esconde… Nas férias vivia no mar e andava todos os dias quilômetros e mais quilômetros de faixa de areia. Era uma criança magra.

Aos 12 anos, de uma hora para a outra, enormes seios surgiram no meu corpinho esguio. Surgiram também a cinturinha fina e o quadril largo. Porém, continuava magra. Aos 14 anos pesava 52 Kg e já tinha 1,72m.

Com esse corpo novo surgiram novas cobranças: “sente de perna fechada, mocinha não pode ser assim”. “Não estufe essa barriga!”… Para completar, tenho uma tia poucos anos mais velha do que eu. Ela é mais uma espécie de irmã mais velha do que tia, a Laiza, que sempre foi muito magra e linda. Óbvio que me comparavam com ela. E isso, para uma criança, dói.

Na escola, ouvia piadas e histórias de que eu tinha não sei quantos namorados, mas a verdade é que eu demorei pacas para dar meu primeiro beijo na boca, era tímida e encalhada e mesmo assim diziam que eu “transava com sei lá quem”. Isso para mim era humilhante. Eu tinha o sonho de casar virgem, pura e mais um monte de lenga-lengas românticos e me sentia desrespeitada. Acontece que eu era uma menina com corpo de mulher e isso talvez tenha dado margens à imaginação daqueles garotos idiotas e das meninas invejosas.

Na rua, ouvia cantadas de homens mais velhos, com idade para serem meus avós. Foi aí que aprimorei minha capacidade de ser grosseira e respondia sempre com agressividade a esses tarados.

Ser magra e bonita, realmente era um inconveniente! Além do mais, porque eu era, modéstia à parte, muito inteligente. E, por incrível que pareça, até mesmo por parte dos professores havia a ideia de que alunas bonitas são burras. Foram diversas as vezes em que tive que comprovar que minhas redações eram realmente minhas e que eu merecia as notas altas que recebia.

Com o tempo, deixei de me dedicar na escola. Tirar notas médias e baixas e engordar era uma boa forma de não ser notada, de ser como todas as outras garotas.

Hoje encaro meu corpo de outra forma e sei que esse engorda/emagrece/engorda também foram responsáveis pela Renata que hoje sou. Entretanto, o vício da auto-sabotagem, não só a do corpo, também refletiu em outros aspectos de minha vida. E é disso que eu preciso cuidar, hoje.

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Uma mensagem aos incomodados com nosso peso

Por Cintia F Rojo

“Infelizmente, até hoje percebo, MUITO, o incômodo que uma mulher como eu provoca quando está com roupas menos volumosas, digamos assim…” (mensagem de uma leitora via facebook)

Pinup plus size na janela

Tenho recebido muitos relatos de mulheres lindas que descobriram que não precisam esconder o corpo dentro de um casaco super largo ou de qualquer outro esconderijo. Tudo começou com a confissão da Melissa McCarthy, contada nesse post aqui, que escolheu um casaco gigante, não valorizando suas curvas, para fazer a capa de uma edição especial da Revista ELLE americana no final do ano passado. Então pipocaram os relatos  incríveis na caixa de comentários e nas redes sociais.

O trecho que está em destaque é de um desses Mulherões que também ficou indignada com a escolha de Melissa e compartilhou a experiência de ter ido à uma costureira para confeccionar um determinado modelo sob medida. O curioso é que a tal costureira tentou dissuadí-la da idéia,  dando mil justificativas diferentes. A nossa amiga respondeu, então, que queria a roupa exatamente daquele jeito. Pra fechar o episódio, a costureira terminou seu trabalho dizendo que dava para ver a felicidade estampada no rosto do mulherão “mesmo ela sendo gorda”. E a palavrinha usada por ela e que acredito que traduza bem situações como essa que lemos é INCÔMODO.

Os padrões impostos pela mídia são especialmente cruéis com as mulheres gordas. Entretanto, o fortalecimento do movimento plus size, a relevância e o destaque que a moda GG vem recebendo no mercado e a valorização de diferentes padrões estéticos, de certa forma, nos ajudaram na luta pela libertação dessa opressão e ditadura da beleza. Entretanto, gente magra também sofre com a imposição desses padrões e a amiga do parágrafo acima quase respondeu à costureira: “dá para ver sua infelicidade mesmo você sendo magra”.

A grande verdade é que os padrões estéticos vieram com força total sobre qualquer pessoa, gorda ou magra, mas só vai causar estrago se tiver espaço para tal. O padrão photoshopado de beleza é inatingível simplesmente porque ele não existe e sabendo/aceitando/entendendo isso não vamos nos acabar de tristeza ou nos esconder porque temos espinha no rosto,  celulite no braço e estria na barriga. E se nós não estivermos incomodadas com isso, porque dar ouvidos aos comentários azedos de gente como essa costureira?

No final das contas, descobrimos que os incomodados com a nossa auto-aceitação são justamente aqueles insatisfeitos com o próprio corpo. “Como é possível essa gorda estar tão felizinha com o corpo que tem se eu, que sou magra, não estou?”. E eu não tenho uma fórmula secreta ou uma resposta correta para responder isso. Esse é o grande mistério da beleza genuína, aquela beleza que desfila na rua, no metrô, no shopping e – de  biquíni! – na praia e não está plastificada na capa das revistas.

(Foto: Internet via Google Images)

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Photoshop que esconde magreza

“Para editores de grandes revistas, a visão de magreza perfeita não existe”

Leah Hardy (ex-editor da Cosmopolitan).

Por Cintia F Rojo

karlie kloss

Aposto que ao ler o título desse post, você arregalou os olhos e perguntou: Oi? Ou então voltou ao título e releu… ou clicou em todos os hyperlinks do post pra saber se tinha algum erro na concepção desse conteúdo. E depois de ter feito tudo isso você entendeu direitinho: editores de moda, das principais revistas do mundo, agora também usam o photoshop para retocar as magrinhas. Será que eles cansaram de “emagrecer” as gordas ou de “plastificar” a beleza natural das mulheres? Não, não é bem isso…

A matéria veiculada no site catraca livre sobre o uso de photoshop para disfarçar a magreza excessiva de algumas mulheres, comenta um artigo publicado por um ex-editor da revista Cosmopolitan, que aqui no Brasil se chama NOVA. Dentre os figurões citados, ela traz o depoimento de Robin Derrick, diretor criativo da Vogue, e Jane Druker, editor da britânica Healthy (palavra que significa “saudável”). Druker admitiu ter editado muitas fotos de modelos que pareciam magras demais e pouco saudáveis. Já Derrick disse: “Passei os primeiros dez anos da minha carreira fazendo meninas parecerem mais magras – e os últimos dez tentando deixá-las maiores”.

Oras, vamos pensar bem levando em conta a frase de Leah Hardy, em destaque no começo do post, e em tudo que nós, mulheres acima do peso já enfrentamos nessa vida no quesito “padrões estéticos”. Já estávamos fartas de ver campanhas publicitárias com mulheres que foram vítimas do photoshop do mal. Vocêm lembram a vergonha alheia dominando geral em 2013, depois da divulgação da campanha da C&A, em que Preta Gil está com um pescoço que parecia do Anderson Silva. Algum tempo depois, a Sabrina Sato também tinha levado um banho de retoques malignos na capa de outra publicação feminina. Nem a lindona sarada escapou do photoshp e ficou com aparência de estátua de cera.   

Portanto, note que as gordas não agradaram e as magras também não agradam mais! Isso comprova o que repetimos incansalvemente: não adianta ir contra sua natureza nem projetar sua felicidade na conquista de padrões estéticos. Esses padrões opressores – não queria usar essa palavra mas é a verdade (humpf!) – foram construídos pela mídia e agora ela própria admite que tais padrões não servem mais. Uma de minhas melhores amigas é saudável, usa manequim 36 e sempre ficou brincando, em tom de gozação, que não precisava fazer esforço para ficar com as costelas aparentes como as meninas das passarelas. Pois, amiga, trago notícias: você está ficando fora de moda!

Honestamente, não sei mais o que esperar. Tenho a impressão que amanhã, quando acessar minha revista feminina favorita (que é a Aquarius, de Dubai) vou encontrar uma modelo-robô, uma mulher que não existe, mas ela estará vestindo as últimas tendências da moda e usando as melhores marcas de maquiagem. E mesmo que eu , plus size, ou minha amiga, manequim 36, não nos identifiquemos com a mulher-robô, não teremos outra alternativa a não ser fingir que aquela beleza é real e acessível a qualquer mulher em qualquer lugar do mundo.   

(Foto: Karlie Kloss, via Catraca Livre)

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Preconceito contra quem gosta de namorar gordinhas

preconceito contra gordas

Por Renata Poskus Vaz

Ontem recebi e-mails de leitoras sobre uma postagem que consideraram ofensiva no Facebook. Fui verificar e notei mais do mesmo: um escancarado e comum preconceito contra mulheres gordas. Nela, o autor do post criticava o autor da novela das 9 por, entre muitas coisas, colocar situações socialmente irreais, como uma gorda “feia pra dedéu” sendo disputada por dois homens bonitos.

Vejam essa postagem clicando aqui. Depois de debatermos na página do rapaz e em nossa própria Fan Page, fiquei pensando nessa idiotice e no efeito que pode causar nas gordas e o pior, naqueles homens que são apaixonados por elas. Sim, embora existam por aí tantas gordas e tantos homens lindos dispostos a namorá-las, a sociedade ainda enxerga com maus olhos a silhueta e o amor alheio.

Fico pensando que nós, gordas, já convivemos todos os dias com pequenas doses de preconceito que nos tornam já calejadas a essas manifestações. Mas rapazes que sempre foram magros ou atléticos e, do nada, se veem diante dessa situação, devem sofrer muito.

Pedi para um amigo apaixonado por mulherões escrever um pouco sobre o que enfrenta por sentir atração por gordinhas:

“Meu nome é Antônio Donizeti, sou de Goiânia, tenho 23 anos, solteiro, estudante de Engenharia Civil na PUC Goiás. Sou moreno, tenho 1,88 de altura e estou meio gordinho (aproveitar a chance pra fazer minha propaganda também kkk).

Hoje comentei com a Renata sobre o preconceito que nós admiradores de gordinhas sofremos na sociedade, pois esta nos obriga a termos namoradas magras e/ou saradas.

Esse preconceito acontece na família quando você vai apresentar a namorada e seus pais e parentes falam “puxa, fulano, mas você é tão bonito e ela é gordinha”. A mãe mais ciumenta solta: “imagina quando ela engordar depois da gravidez”. Já o pai: “ela é gente boa pelo menos”. Entre seus amigos geralmente surge: “Fulano, você é otário demais, só pega gorda”. Quando não aparece aquele inconveniente que fala: “tá fazendo caridade com aquela baleia, cara”.

O preconceito sobre nós admiradores de gordinhas é terrível. Ontem mesmo eu vi em um site um link com o título “Casal Estranho”, em que tinha um homem bombado abraçado com sua companheira BBW, tratando como se fosse um absurdo alguém que pratica esportes ter uma companheira gordinha. Recentemente, um colega me disse sobre uma menina conhecida nossa em comum: “Ow a gente faz engenharia, temos que nos valorizar. Não dá para pegar aquela gordona não porque senão queima nosso filme”.

Infelizmente, embora me sinta atraído por elas, tenho tenho dificuldade em me aproximar das meninas gordinhas, pois elas mesmo duvidam de minhas intenções. Fico imaginando se por ventura pensam se sou uma espécie de psicopata que quer sequestrá-las, ou então que sou um mero aproveitador que quer apenas dar uns “pegas” na gordinha pra não ficar sozinho.

Digo com propriedade que a maioria dos homens são admiradores de gordinhas, mas infelizmente por causa desse preconceito os homens tem vergonha de assumir. Mesmo com todas essas dificuldades e preconceito eu ainda sou um grande admirador da beleza das gordinhas, pois além de bonitas, são simpáticas, inteligentes e são motivos para que eu lute para conseguir o coração de uma menina gordinha para o resto da minha vida. Quem me conhece a muito tempo sabe que eu apoio sim essa luta para o respeito igualitário pois todas as pessoas são diferentes e cada uma tem a sua beleza de acordo com os olhos de sua alma gêmea.”

E desta vez minha pergunta vai também para os rapazes, vocês já passaram por isso?

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Bar de Salvador faz piada sem graça com gordas e recebe críticas de internautas

Por Renata Poskus Vaz

O 30 Segundos Bar, localizado no Rio Vermelho, em Salvador, publicou uma imagem em sua Fan Page do Facebook com a intenção de fazer piada, mas que conquistou a ira de alguns internautas. A imagem mostra uma moça gorda, vista através do copo com uma silhueta fininha. Na legenda, os seguintes dizeres: “Beba com moderação… O resultado pode ser desastroso”.

Acho que não preciso explicar a piada sem graça, mas vamos lá… O que eles quiseram dizer é que se beber demais, o cara corre o sério risco de cometer o terrível engano de ficar com uma gorda.  O post foi apagado, mas muita gente reclamou e continua reclamando. E o mais bacana é que tem muita gente magra indignada também.

Piada sem graça com quem é gordo e com quem gosta de gordo. Não sou de Salvador, mas se fosse, certamente faria uma passeata da banha na frente deste estabelecimento, regado a muito beijo na boca entre magrinhos e gordinhas.

postagem ofensiva com gorda

Colaboração de Lou Oliveira. 

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Como as crianças magras veem pessoas gordas

luizitaLuizita com sua roupa de gordinha, no Dia de Modelo/ Foto: Katia Ricomini

Por Renata Poskus Vaz

Recebo muitos e-mails de mães gordas e magoadas porque seus filhos as discriminam por causa do peso. Sim, muitas mulheres sofrem preconceito dentro de casa e quando essa discriminação vem dos próprios filhos, pequenas e puras crianças, o sofrimento parece ainda maior. Mãe quer ser exemplo para seus filhos, quer ser admirada por eles.

Não tenho filhos, mas tenho uma irmãzinha linda, de 4 anos chamada Luiza, que me fez entender mais ou menos como funciona essa ideia de como as crianças enxergam pessoas gordas.

Luiza nasceu na mesma época em que o Blog Mulherão começou a fazer sucesso. Eu já tinha 27 anos. Ou seja, ela poderia ser minha filha, mas virou uma espécie de irmãzinha-sobrinha-afilhada-companheira. Por uns dois anos ela morou conosco. Desde pequena sempre foi muito vaidosa e adorava me observar colocando roupas bonitas, salto alto, me maquiando etc.

Ela também sempre acompanhou o Dia de Modelo. Muitas de vocês que já fizeram o Dia de Modelo devem se lembrar da pequena Luizita lá, observando aquele bando de mulheres gordas, felizes, super bem produzidas. Ela também já esteve em alguns Fashion Weekend Plus Size, vendo toda aquela correria, mulheres lindas desfilando… Luiza cresceu com isso, com a ideia de que pessoas gordas se vestem bem, são felizes, charmosas e interessantes.

Uma vez, indagada pela mãe sobre o que queria ser quando crescesse, ela não exitou: “gordinha”. Luiza já fez o Dia de Modelo Plus Size 2 vezes, como participante. E foi enfática: “Tata, separei minhas roupas de gordinha para fotografar”. Acho, que para ela, roupa de gordinha significa roupa bonita. Não sei, de fato, se ela me percebe de verdade maior do que as outras pessoas. Se ela enxerga meu excesso de gostosura como um defeito ou como uma característica qualquer. Na cabeça dela, pessoas tem olhos, cabelos, altura e peso diferentes e isso não precisa de alarde. Todos deveriam pensar assim.

No entanto, o que observo, é que Luiza não tem uma visão diferente do que qualquer criança deveria ter. O que acontece é que ela me enxerga como eu gostaria que ela me visse. Nunca me mostrei para minha irmãzinha como uma gorda triste e derrotada. Recordo-me de uma única vez em que ela me viu chorando, era bem pequena, e se desesperou. Aquilo me serviu de lição. Se ela ficou transtornada ao me ver infeliz, como ficaria ao me ver radiante? Igualmente radiante.

Crianças não tem semancol e testam nossa paciência. Se você se lamuriar por ser gorda na frente do seu filho, ao fazer birra, ele te chamará de gorda. Ele entenderá que ser gorda é um defeito, um ponto negativo seu. Ele dirá que não gosta de ter uma mãe gorda, porque é essa mensagem que você indiretamente passará a ele. Lembre-se que seu filhinho não é seu psicoterapeuta e não precisa presenciar você se autodepreciando.

Como já disse, não sou mãe. Mas fui a primeira neta de quase 20 primos, tenho 3 irmãos mais novos e por isso espero que recebam de coração este meu recado. 🙂

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“Gorda não tem direito a atendimento médico por não se preocupar com a própria saúde”

Por Renata Poskus Vaz

Calma, mulherões! A ideia acima não é minha e nem de ninguém que atua ou já atuou no Blog Mulherão. A ideia do título deste artigo foi defendida na internet por uma mulher comum, magra, que diz em seu perfil do Facebook ter estudado Direito nas Faculdades Integradas de Itapetininga e que, segundo consta, trabalha em uma empresa que vende farinha de trigo: Silvia Abrahão.

Não, eu não a conhecia. A frase chegou até mim por meio de um desabafo de uma leitora. Como a publicação foi pública e, diretamente ofendeu minha leitora e indiretamente me ofendeu, senti-me no direito de publicá-la na Fan Page do Blog Mulherão.

Vejam:

gorda

O que mais me chateou é que este comentário de Silvia, uma moça comum, representa o de milhares de pessoas por aí.  Ela não é única… Existem muitas, muitas Silvias que realmente questionam o direito do gordo a um atendimento médico de qualidade. Como se todo gordo ficasse gordo porque quer, por ser relaxado e comprometesse o atendimento médico dos outros (leia-se magros super saudáveis).

Já contei algumas vezes aqui no Blog Mulherão que minha mãe morreu aos 40 anos vítima de uma embolia pulmonar. Era gorda. Ela não gostava de ser gorda por conta das humilhações e preconceitos que sofria e evitava ir ao médico por se sentir culpada por não conseguir emagrecer. Ela merecia atendimento médico. Ela merecia estar viva.

Dizer que um gordo não merece ser tratado do joelho porque se mantém gordo propositadamente é a mesma coisa do que dizer que uma pessoa com câncer no pulmão não merece tratamento médico por ter abusado do cigarro, ou os portadores de HIV positivo não merecem tratamento porque pegaram AIDS por querer… Enfim, preconceito puro!

Até o momento, quase 200 pessoas compartilharam a infeliz declaração de Silvia Abrahão no Facebook. Espero que isso sirva de exemplo para outras pessoas ao emitirem suas opiniões preconceituosas publicamente. No mais, segue essa sugestão de leitura para Silvia. Clique e leia. 

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