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O príncipe que desejamos, o cafajeste que esperamos

príncipe ou cafajeste

Por Renata Poskus Vaz

Você pede para Deus um príncipe. Um príncipe gentil, educado, que te de toda a atenção do mundo e te trate como a princesa que você é. De repente Deus te escuta. Manda aquele gentleman que você diz desejar. E o que você faz com ele? O transforma em seu melhor amigo, um ser assexuado, porque embora diga que deseja um príncipe, lá no fundo, o que você quer mesmo é um cafajeste para chamar de seu.

“Pô, Renata, não generalize! Nem toda mulher gosta de um cafa”. Concordo. Nem toda mulher gosta, mas a maioria das solteiras que conheço, que desejam um relacionamento sério e que estão sozinhas há tempos, reclamando da homarada e da solidão, é porque mira no príncipe, mas acerta no cafajeste.

Para essas mulheres, cara certinho não tem graça. É previsível demais, chato, cansativo, entediante… Um cara sem sal! Já os safados parecem homens irresistíveis e sempre interessantes. Só que é óbvio que os cafajestes jamais as assumirão. Essa história é mais ou menos assim: o príncipe que ama a princesa, que ama o cafa, que não ama ninguém.

Calma, não estou falando de algo consciente, é algo que foge da nossa razão.  Li alguns livros sobre isso e, em resumo, posso afirmar que relacionamento com cafas, que não nos dão valor algum, cria uma espécie de agitação em nossa vida. É uma relação turbulenta que preenche um vazio existencial. O cara vai lá, te leva para sair, faz um lepo lepo memorável e não te liga no dia seguinte, nem nas semanas seguintes, nem nunca mais. E quando liga, te usa, te maltrata, faz pouco de você. Sai com mais umas 5 ao mesmo tempo e não se importa que você fique sabendo, mesmo que você tenha deixado claro que não quer só uma amizade colorida ou sei lá o quê. Aí você sofre com isso, se ocupa com todo esse sofrimento e com suas próprias reclamações. E, garota, quer saber?  Jamais alguém que goste de você de verdade liga o foda-se para o seu sofrimento!

E tem ainda um outro tipo de cafajeste. Aquele que se faz de príncipe,  te engana, te ilude etc. Cabe a você ter sensibilidade para detectar se os sentimentos do cara são genuínos, ou uma reprodução em série de juras de amor para você e a torcida feminina inteira do Flamengo. Eles são tão confiantes que sempre, sempre mesmo, acabam dando sinais de que não valem o que comem, literalmente. Dissimulam, manipulam, mentem. Uma hora você descobre e  eles reagem negando. Simples.  Você vai sacar.

E antes que me pergunte, não, ele não vai mudar.

Por que você permite essa situação em sua própria vida? Por que se sente apaixonada por um cara desses? Provavelmente seja seu medo de sofrer. Você acaba preferindo um sofrimento previsível com um cafa, desde o início, do que correr o risco de ser feliz com um príncipe encantado. Isso mesmo, medo de ser feliz! Medo de ser feliz e um dia isso acabar, pois a dor poderia ser bem maior. Mas nesta de “poderia”, você deixa de vivenciar experiências bacanas com um cara realmente legal.

Às vezes, achamos que não somos merecedoras de uma história bonita, de fidelidade, carinho e respeito. E temos preconceito com caras legais, dispostos a nos valorizar, amar e apoiar. Nós os olhamos como bobos, quando na verdade são tudo o que lá no fundo precisamos, queremos e merecemos. A vida com um príncipe não precisa ser enfadonha. Muito pelo contrário. Príncipes são encantados. E há sempre surpresas neles. Mas essas surpresas você só descobrirá se permitir que ele entre em seu reino de faz-de-conta. Inclusive, príncipes podem ser cafajestes, mas apenas na hora “h”,  se você permitir,  e só com você.

Então, princesa. Dá um chega pra lá no seu cafa para seu príncipe poder chegar até você. 🙂

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Quero Folga.

Por Keka Demétrio

Você está rodeado de gente e se sente sozinho e entediado.  Valha-me deus, porque será que nós só nos sentimos vivos se o coração estiver batendo em ritmo descompassado? Paixão, amor, tesão, atração, ou quaisquer outras cositas mais que me esqueci de colocar na lista. O mais engraçado é que o coração fica cheio de um sentimento que faz com que a vida pulse em um ritmo delicioso, mas a danada da cabeça insiste em te lembrar a todo instante que as coisas não são bem um conto de fadas, que o príncipe encantado não existe e que você vai ter sempre que lutar muito pra conseguir o que deseja.

Quero folga. Quero um bom tempo longe desses pensamentos que me fazem ter atitudes que dificultam de verdade a vida. Não quero acordar e de imediato já deixar minha cabeça mandar em meu coração. Acordar me lamentando como o dia será longo e que tenho mil afazeres inadiáveis não vai alterar os compromissos que já assumi, mas a forma como penso sobre eles pode fazer toda a diferença. Então, quero ao despertar, dar um tempo para espreguiçar longamente meu corpo, deixar as lembranças de momentos fantásticos que vivi outro dia tomar conta de mim e estampar em meus lábios um sorriso lindo, isso dá ânimo e vitalidade. Quero poder dizer bom dia para mim mesmo, afinal, sou a peça mais importante do meu próprio dia.

Vou deixar a minha emoção explicar algumas coisas para a minha razão, e que se dane o se, o por quê, o talvez, o quem sabe, quero mais é acreditar que tiro todos eles de letra, e que eu sou a dona das minhas ações e não as convenções existentes.

Definitivamente não quero matar um leão por dia. Pensar assim é aterrorizante e me dá a sensação de que realmente as coisas são muito difíceis e que sempre precisarei de um esforço homérico para viver. Eu não quero acreditar nisso, sou muito sonhadora para achar que a vida é uma eterna luta. Não quero pensar em dificuldades, quero que meu coração ensine à minha cabecinha que eles podem trabalhar em sintonia e que eu não perderei a sensatez e nem as rédeas da minha vida por causa disso, agindo assim, apenas vou deixá-la mais leve.

Quero mais é viver a vida dia após dia com o mesmo entusiasmo de uma adolescente que acabou de se apaixonar, oferecendo sorrisos, afagos, carinho, amor, e criando um conto de fadas cheinho de emoções, que é para o meu coração ficar sempre muito descompassado.

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