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“Emagreci tomando remédios”

Antes

Depois

Por Renata Poskus Vaz

Gente, eu não costumo dar “control c, control v descaradamente” nos textos de blogs alheios. Mas hoje a Pâmela do Grandes Mulheres publicou o depoimento da minha amiga Alinne Rosa, que já pesou quase 100 Kg e emagreceu tomando remédios, se reeducando e com acompanhamento médicoAssim como a Pâmela destacou em seu blog, o depoimento da Alinne é importante para que vocês compreendam que uma pessoa não pode ser desqualificada por querer emagrecer.

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“Meu nome é Alinne Rosa, tenho 29 anos, 1,65m de altura e cheguei a pesar 96 kg. E essa é a história de como fiz as pazes com o espelho.

Minha luta contra a balança começou a ser travada desde a adolescência. Com 15 anos já pesava mais de 70 kg. Aos 17, fiz uma dieta na qual tomava sopa no almoço e no jantar (argh!). Ao final de seis meses, cheguei à incrível marca de 54 kg. Quanto tempo consegui manter isso? Sei lá! Foi tão pouco que esqueci! Depois disso vieram outras inúmeras dietas, academias, shakes e remédios, mas a verdade é que eu não tinha tomado consciência do meu corpo. Tinha objetivos incompatíveis com o meu biótipo e isso gerava a frustração de nunca alcançá-los.

Em 2002, pesava aproximadamente 67 kg, mas me achava gorda. Comecei a namorar o meu marido e daí a coisa só piorou: as inúmeras saídas para jantar, as idas e voltas da academia, o início e a retomada de dietas e uso de remédios geraram um verdadeiro efeito sanfona. Mas o maior peso até então atingido era nada perto do que eu um dia chegaria (mal sabia eu que sempre pode ser pior!).

Em 2008 veio o casamento e eu não consegui emagrecer mais que 2 kg, mesmo com remédio. O stress e a ansiedade dos preparativos não me deixaram eliminar mais peso. Assim, no dia do casório, estava pesando uns 84 kg e o vestido dos sonhos teve de ser adaptado para cobrir os braços enormes dos quai sempre me envergonhei.

Dois anos de casada e mais 12 kg! Um total de 96 kg!!! Aff, como eu pude fazer isso comigo?

Eu tinha um marido que me amava do jeito que eu era, uma família que se preocupava comigo, um bom emprego, mas não era feliz! Evitava o espelho, escolhia roupas para me esconder, recusava convites para sair com amigos, principalmente os que não me viam há muito tempo, porque já imaginava os comentários: “Nossa como ela engordou! Está irreconhecível! Não era assim quando estudávamos juntas! Seu rosto está deformado!!!”. Perdi o casamento de uma das minhas melhores amigas da faculdade; minha glicemia chegou no limite do aceitável, o colesterol (já geneticamente alterado) estava altíssimo e a autoestima no fundo do poço!

Comecei então um blog, para ser uma válvula de escape entre o meu isolamento do mundo (na medida do possível, já que não podia evitar sair de casa pra trabalhar, visitar os parentes, ir ao mercado etc.) e a necessidade de me expressar.

Através dele conheci o que eu chamo carinhosamente de “Plus World” e descobri muitas mulheres bonitas, vaidosas, fashion e felizes com seu corpo, independentemente de vestirem manequim 38 ou pesarem 50 kg. Mulheres reais, modelos de beleza atingíveis, mais próximos do meu biótipo.

Concomitantemente, minha mãe, cansada de ver o mal que estava fazendo a mim mesma, me deu um ultimato: “Marquei o médico pra você! E você vai e pronto!” E eu fui! E se soubesse o bem que ia fazer para mim mesma, teria ido antes.

Em dois meses, já tinha eliminado quase 10 kg e voltei a me reconhecer no espelho. Hoje, passados sete meses, lá se foram mais de 20 kg e com a ida deles recuperei a autoestima, a vontade de me maquiar, vestir bem, sair para ver o mundo e ser vista!

Alguns amigos, colegas de trabalho, chegaram ao ponto de entrar no elevador e não me cumprimentarem por não me reconhecerem… Se fiquei chateada? Não! Achei ótimo e me diverti!

Sim! Tomei remédio para emagrecer! Essa é a primeira coisa que me perguntam! Mas com todo acompanhamento e respaldo médico, depois de realizar todos os exames necessários, manipulado e sem efeitos colaterais! E já com um plano de reeducação alimentar e manutenção traçados.

Um dia, assistindo o programa “Bem Estar” da Rede Globo, adorei ouvir um endocrinologista, em defesa da venda controlada de remédios para emagrecer, que agem no sistema neurológico, dizer algo como: “Ora, o diabético precisa de remédio para manter a glicemia sob controle, o que tem colesterol alto, também. Porque os obesos, que são pessoas do mesmo modo doentes, não podem fazer o mesmo?” E mais: “Alguns desses pacientes tomarão o remédio por um tempo e depois conseguirão manter sua glicemia, colesterol ou peso sob controle, apenas mantendo uma alimentação regrada. Outros precisarão do remédio o resto da vida!”. Por fim, mas não menos importante: “Como nós, médicos, poderemos ajudar os obesos sem remédios que ajam no sistema neurológico, se sua doença é fundamentalmente psíquica, resultado de uma ansiedade e compulsão incontroláveis?”.

Não tenho dúvida que algumas “Grandes Mulheres” por aí vão dizer que traí o “ movimento”, que não sou digna de me dizer plus size, falar sobre o tema ou participar de eventos do ramo. Por quê? Por que fui lutar pela minha saúde e autoestima com as armas disponíveis no momento? Vocês não dizem que o importante é ser feliz e se amar do jeito que somos? Então, foi atrás disso que eu fui! Foram vocês que me ensinaram a me amar e aceitar do jeito que eu sou, a ter objetivos reais, atingíveis, padrões de beleza compatíveis com o meu corpo. Meu modelo de mulher hoje não é mais a Gisele Bündchen, mas a Flúvia Lacerda. Ou, trazendo para uma realidade ainda mais próxima, não é a minha irmã bailarina, de 47 kg e manequim 34, que que possui DNA muito semelhante ao meu (por isso achava que podia ser como ela), mas a Silvia Neves, Renata Poskus Vaz, Tara Lynn, Candice Huffine, Robyn Lawley, manequins 44/46, ideais plenamente possíveis de serem alcançados.

Hoje me sinto mais bonita, atraente, jovem, bem disposta; me visto melhor, me maquio, vou na clínica de estética, não tenho vergonha de sair na rua, me encontro com os amigos e, segundo amigas, tenho um brilho diferente no olhar e pareço mais confiante e decidida. Uma nova mulher! E quem vai poder dizer que não gostaria de sentir o mesmo?

A vocês que foram a minha inspiração, que se amam como são, o meu muito obrigada. Àquelas que se identificaram com o meu passado recluso, com a mulher que deixei para trás: corram atrás da sua felicidade, usem das armas que puderem em busca da saúde e do amor próprio! Adquiram a consciência de seus corpos e sejam felizes!

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Minha experiência com remédios para emagrecer

balancaJá tive minha época de negar a  própria condição física e querer fazer loucuras para emagrecer. Sempre que perdemos o “eixo”, ao invés de encontrarmos amigos dispostos a alavancar nossa auto-estima, encontramos amigos da onça prontos para nos ajudar a afundar, cada vez mais.

Foi isso o que aconteceu comigo, há pouco tempo atrás. Após sair de um relacionamento conturbado, em que meu namorado tinha pavor de minhas gordurinhas extras, resolvi apelar para as anfetaminas tentando emagrecer.

Procurei um amigo, dono de uma farmácia e, sem prescrição médica, ele formulou um composto emagrecedor com diuréticos, anfepramona e prozac. Tomava 70mg diária de anfepramona por dia, enquanto o máximo permitido é 20mg.

Sentia terríveis dores de cabeça, fiquei desidratada… Vivia drogada. Emagreci muito rápido em pouco tempo. Certamente você está pensando: “que maravilha emagrecer tão rápido”, não é mesmo? Eu também pensava assim. Mas quando você para de tomar anfetaminas, passa a engordar tudo de novo, muito mais rápido do que o tempo que levou para emagrecer.

Quando comecei a tomar anfetaminas, já sabia disso. Estava plenamente ciente que assim que deixasse de me drogar, emagreceria. Mesmo assim,achei tentadora a idéia de ficar magérrima por alguns dias. Como de costume, sempre tenho uma frase filosófica de meia-tigela na ponta da língua, e dizia: “quero sentir o prazer de ser magra, mesmo que seja só por uma semana”.

E nesta novela da vida real, de querer emagrecer em tempo Record, acabei tendo um colapso. Certa vez, tomei as anfetaminas e, depois, tomei duas doses de caipirinha. Passei mal, muito mal mesmo. Achei que iria morrer. Tive taquicardia, vômitos, diarréia e quase desmaiei. Certamente você vai achar que isso só aconteceu porque eu misturei álcool com anfetaminas, mas não foi. Por outras inúmeras vezes me senti mal, com uma sensação terrível de estar morrendo.

Mesmo sem tomar anfetaminas há quase um ano, ainda sinto alguns efeitos maléficos em meu organismo, como gastrite, diarréias e fortes tremores nas mãos.

Ah, e estou quatro quilos mais gorda do que antes de começar a tomar as anfetaminas.

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