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Ela reduziu o estômago, eliminou 80 Kg e recuperou a saúde

Por Renata Poskus Vaz

Como o prometido, esta semana vou postar uma série de matérias e depoimentos sobre redução de estômago. A idéia não é estimular ninguém a operar. Mas mostrar os prós e contras de uma intervenção cirúrgica em um processo de emagrecimento visando o resgate da saúde.

Depoimento de Patrícia Roschel, advogada, paulistana 

Sempre fui gordinha, desde criança. Na adolescência cheguei a emagrecer, mas peguei hepatite e lá se foi meu regime. Fiz várias tentativas frustradas e sempre engordava o dobro do que tinha emagrecido.

Cheguei no fundo do poço de 2005 para 2006. Estava com depressão, não por ser obesa, mas por outras situações que me sentia despreparada psicologicamente para enfrentar. Eu fazia faculdade (sou bacharel em Direito), sempre tive bastante amigos, mas tinha um namorado há três anos que após certo tempo de namoro começou a me maltratar muito. Eu sofria com isso, ele me falava coisas horríveis, me chamava de gorda, dizia que eu era feia e que estava comigo por pena. Para completar, falava que eu não teria coragem de terminar com ele, já que euy tinha consciência de que ninguém mais iria me querer por eu ser do tamanho que eu era. Ele chegava bêbado em casa, ia dormir e me deixava sozinha. Nessas situações eu fazia uma panela de brigadeiro para me consolar.

Cada dia que passava, eu me afundava mais. Sentia-me triste, amarga, me afastei da minha familia, dos meu amigos e não consegui me desprender deste homem que só me fazia mal.

Em uma dessas ocasiões em que fiquei sozinha enquanto meu namorado dormia bêbado, assisti um programa sobre a cirurgia de redução de estômago. Foi quando decidi que eu tinha que mudar de vida, precisava sair daquela tristeza em que vivia. Na época, eu pesava 162 Kg, usava calça 62, tinha pressão alta e tomava 5 remédios para controlá-la.

calça antes, número 62 – depois, número 46

 

Pesquisei sobre o médico, sobre a clinica, sobre quem já tinha feito  e conversei com a minha mãe, que foi minha fortaleza. Marquei, então, a consulta. Conversei como meu namorado e mais uma vez ele desdenhou. Fui ingênua achando que ele me daria força.

Eu não tinha convênio médico e a cirurgia custava muito caro. Meu pai não tinha como pagar pra mim, mas eu estava decidida a operar. Refinanciei meu veículo e com o dinheiro marquei minha cirurgia para o dia 18 de outubro de 2006. Estava com medo, mas a vontade de mudar de vida era bem maior. Tive um acompanhamento psicológico, acho isso fundamental. Ainda faço terapia até hoje. Essa cirurgia precisa ser muito bem pensada. Não é fácil! Você praticamente nasce de novo, reaprende a comer, a beber, a mastigar, é como se fosse um bebê….. Não adianta pensar “ah, Vou reduzir o estômago e pronto, meus problemas estão solucionados!”. Muito pelo contrário, os efeito colaterais são imensos e por isso é fundamenal o preparo psicológico. Você não deve operar somente o estomago, deve operar primeiro a cabeça.

No dia 17 a noite, encontrei esse meu ainda namorado para lhe dar o endereço do hospital, caso ele quisesse me visitar. Ele pegou o papel, amassou sem ler e  jogou pela janela do carro. Fui para casa arrasada, arrumei minhas coisas, dormi e acordei para o dia do meu renascimento.

Graças  a Deus a cirurgia foi muito bem. Depois de 4 dias fui pra casa, me recuperei, não tive complições nenhuma, graças a Deus. Não vou negar que tive algumas dificuldades, mas nada que não fosse superado com muita força de vontade. Ainda sou gordinha, o médico disse que meu peso jamais seria menor que 77 kgs devido a minha estrutura óssea. Hoje vario entre os 79 e 83 kg. .

O que eu gostaria de deixar dessa minha experiência, é que não se deve banalizar esta cirurgia. É uma decisão muito séria, que só se deve ser tomada em caso de muita necessidade. Não se deve engordar propositadamente para poder fazer a cirurgia, isso é perigoso. 

Voltando ao meu namorado da época, acho que o médico tirou ele de dentro de mim junto com o estomago. O dia 17 de outubro, quando ele jogou o papel pela janela do carro, foi o ultimo dia que o vi. Quando deitei na cama do hospital, decidi que tiraria de mim tudo o que me fazia mal e decidi que nunca mais iria vê-lo !

Nos 3 meses seguintes à minha operação de redução do estômago, conheci uma pessoa muito especial e hoje estamos de casamento marcado para o dia 08 de outubro deste ano.

 

Beijo meninas

 

Patricia Roschel

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USP apresenta novo tratamento para obesidade

 “Preservativo intestinal” pretende reduzir em 30% o peso de paciente com obesidade grave

Por Renata Poskus Vaz

Mais do que uma solução mágica de emagrecimento, as interferências cirúrgicas no estômago e/ou intestino visando a redução de peso em tempo recorde, podem representar a chance de viver para alguns pacientes que alcançaram níveis preocupantes de obesidade. O único problema é quando essas técnicas são usadas em pacientes que simplesmente poderiam reeducar a sua alimentação. Ou então, em pacientes com obesidade mórbida, mas que não fazem acompanhamento psicológico associado à cirurgia. Ou seja, emagrecem, mas continuam com a “mente gorda” e, após algum tempo, por conta dos maus hábitos alimentares e ociosidade, voltam a engordar tudo de novo.

Manga endoscópica que parece uma camisinha, reduz absorção de alimentos

De acordo com matéria de Iberê Thenório, do G1, a nova técnica criada pela USP trata-se de uma prótese semelhante a uma camisinha, instalada no intestino sem a necessidade de cirurgia. O equipamento tem 62 cm de comprimento e impede cerca de 20% da absorção do alimento depois que a comida passa pelo estômago. O produto foi testado pelo Hospital das Clínicas da USP em 78 pessoas e proporcionou uma média de perda de peso de 30% .

Além de emagrecer, 90% das pessoas que tinham diabetes tipo 2 conseguiram controlar a doença. Isso ocorre, segundo o pesquisador, porque a prótese estimula a produção de insulina e diminuiu a resistência do corpo a essa substância.

O teste foi realizado com pacientes que já tinham indicação de cirurgia do estômago, mas que não podiam fazê-la por causa das más condições de saúde causadas pela obesidade. Participaram da pesquisa pessoas que tinham obesidade mórbida (com índice de massa corporal, IMC, maior que 40) ou obesidade grave (IMC entre 35 e 39,9) com diabetes ou hipertensão.

Para saber mais, clique aqui.

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