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Ser gorda me fez mais sensual

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Por Renata Poskus Vaz

Tem mulher que praticamente já nasce sensual. Eu não sou uma dessas. Cresci como uma garota magra e entrei na primeira fase adulta de minha vida com menos de 60 Kg. Alta, loira, magra, características que, modéstia à parte, muitas mulheres gostariam de ter. Menos eu. Eu era estranha, não curtia meu próprio corpo. Queria emagrecer, mudar, aumentar isso ou diminuir aquilo, em uma insatisfação comigo mesma que parecia não ter fim. Nessas, ser sensual parecia algo impossível. Pode ser que um ou outro me enxergasse sensual, mas eu não. Eu não me via assim. E ao não me ver assim, transmitia isso para as pessoas. Eu as repelia.

Engordei. No começo não queria. Lutei contra isso. Como podem ver, do alto dos meus quase 90 Kg, perdi a batalha. E nessa de aceitar a “derrota” e aprender a conviver com os quilos extras, fui redescobrindo um novo corpo e uma sensualidade que deliciosamente me transbordava.

Os quilos extras se alojaram nos lugares exatos:  maças do rosto mais salientes, seios fartos, um bumbum que não existia e finalmente resolveu aparecer.  As pernas ganharam contornos. Lá estava eu:  um mulherão! E ao me enxergar assim, despertei minha sensualidade. Eu me via bonita. E mulher bonita e bem-resolvida, independente do peso, é sensual.

Aprendi que o olhar, que não me emagrece e nem me engorda, é responsável pelo menos por 50% da nossa sensualidade. Uma mulher com olhar seguro se torna irresistível. Uma mulher que olha para si mesma com menos crítica e mais doçura, se torna mais sensual. A nossa sensualidade nos faz sorrir, conversar, observar, conquistar, sem esforço e sem medo. Mulher sensual se destaca. Mulher sensual nunca está sozinha.

Mulher sensual pode ter 50, 100 ou 150 Kg. É a sensualidade que conquista, não o corpo. O corpo é  apenas complemento.  😉

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Como se tornar uma gordinha sexy

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Tess Munster, top model, mostrando como é que se faz… rsrsrs

Por Renata Poskus Vaz

Oi, garota! Você é um mulherão super sexy, ciente de suas infinitas qualidades e amante de cada curva do seu próprio corpo? Parabéns, hoje, esse texto não é para você.

Agora se você busca uma receita milagrosa de como se tornar um mulherão sensual e provocante, mesmo com alguns quilos extras na balança, temos muito o que conversar. Porém, já vou logo adiantando: não existem milagres!

Sensualidade vem de dentro para fora. Ok, sei que provavelmente você já deve escutar muito isso.  E parece algo muito óbvio e ao mesmo tempo inaplicável. Coisa que a gente sabe bem como funciona na teoria, mas na prática não consegue aplicar. Certamente deve pensar: “como eu que engordei tanto, que me acho feia, posso me sentir sexy?”. É, se não se ama, não pode mesmo. E aí talvez esteja a grande solução para esse seu desafio de redescobrir a própria sensualidade: a autoaceitação. Um passo de cada vez.

Primeiro você deve se observar, como se fosse uma segunda pessoa. Como se estivesse se olhando de longe. Agora se pergunte: “eu não tenho nenhuma qualidade mesmo?”. Impossível! Todo mundo tem qualidades e isso não é conversa de mãe. Observe-se com atenção… Pare de se fazer de vítima! Você com certeza tem qualidades como mulher que nenhuma outra tem. E, de quebra, qualidades físicas também.

Cuide-se. Não é se cuidar para os outros, mas para si mesma. Unha, cabelos, pele, alimentação…  Cuidar do corpo e da beleza dá um baita “up” na autoestima. Vista-se bem, nem  que seja para ir só até a padaria. Crie um ritual de beleza. Desfile.  Sorria.

Ser sexy não tem a ver com bunda, peito e muito menos com calcinha de periguete… Inclusive, também não estou falando de vulgaridade. Ser sexy tem a ver com estado de espírito. Quer um exemplo? Não é um cabelão que faz daquela mulher sexy, mas a forma como ela joga aquele cabelo de um lado para outro. Ou até mesmo a falta dele e como aquela mulher sustenta com poder a estilosa careca. Ser sexy é ter atitude.

Atitude não se fabrica, mas você pode se arriscar e colocá-la, pouco a pouco, em prática. Para isso, perca o medo. Perca o medo de ser você mesma, de olhar, de falar… O medo nos limita (li isso em algum lugar!rsrsrs)! Automaticamente você passará a ter atitudes que condizem mais com a personalidade da nova mulher que você quer se tornar.

Agora que você já sabe que deve reconhecer suas qualidades, parar de se vitimizar e ter atitude,  lá vem a  última lição e mais valiosa de todas: não tenha vergonha do seu corpo!

Quando você tinha um corpo magro, certamente se preocupava com as pequenas e pouquíssimas gordurinhas que de repente poderiam aparecer, não é mesmo? E no relacionamento isso se traduzia em luzes apagadas na hora “h”, posições hiper, super, calculadas para esconder a barriguinha. Agora, relaxe! Se for esconder as gordurinhas na hora de namorar, terá que namorar de burca porque as gordurinhas aumentaram, né? E, olha, nem os árabes namoram de burca, te garanto. Relaxe e… Aproveite.

Olha, uma coisa te digo. Tá cheio de cara por aí que super vai se amarrar nas suas gordurinhas. O que você vê  como defeito, eles veem como presentes do céus. Acredite! Seja sexy!

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As gordas chatas e a mídia

Por Cíntia F Rojo

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Lembram da polêmica envolvendo a Melissa McCarthy na capa da revista ELLE americana? Pois na edição de fevereiro, também com múltiplas capas, a publicação voltou a ser alvo das críticas. Mindy Kaling, atriz, comediante, produtora e roteirista, foi fotografada com outras beldades da televisão americana. Mindy foge dos padrões estéticos da indústria do showbizz: não se enquadra no padrão esquelético da maioria das atrizes, é de origem indiana e não é branca. Ela não é gorda mas a considero um Mulherão com “M” maiúsculo por ser reconhecida não só entre atores, roteiristas e produtores mas, principalmente, entre os comediantes norte-americanos – um universo essencialmente masculino.

Eu, particularmente, achei a capa super linda mas várias pessoas se manifestaram contra a publicação alegando que a foto, em preto e branco e com enquadramento no rosto e não no corpo, fora pensada para não mostrar demais a atriz. A própria Mindy, em seu twitter, disse que se achou “cool” (algo como o nosso bacana) e se mostrou bem feliz com o resultado das fotos.

Então, conversando desprentesiosamente com uma amiga comentei o assunto e ouvi: “mas você não acha que as gordas estão ficando muito chatas?”. Tirando o fato dela ter se referido às gordas como se eu não fosse uma – fato que achei engraçado – confesso que  esse questionamento ficou martelando na minha cabecinha grande por vários dias.

No começo de tudo, reclamávamos que as gordinhas não estampavam as capas das revistas femininas. Então elas começaram a aparecer – com alguns deslizes, é verdade – mas está se tornando cada vez mais frequente ver artistas e celebridades com manequins maiores em fotos bem feitas e produção de alto nível.

Eu adorei a capa de Mindy e tenho que admitir que a Elle está mandando muito bem ao colocar Mulherões como ela e Melissa nas suas edições especiais. Mas conheço “ativistas” plus size que reclamaram, sistematicamente, de cada uma das aparições das estrelas gordinhas em veículos de mídia populares e, sim, elas ficaram marcadas como gordas chatas. Ao invés das reclamações, então, porque não dar audiência e prestigiar? Será que dessa forma não vai ficar mais evidente que o público é receptivo e apóia a diversidade de manequins na mídia? O que vocês acham: no ponto em que o segmento plus size se encontra, no Brasil, ainda precisamos bater o pé e apontar o dedo para ver mais mulheres gordinhas na mídia ou é o momento de mudar de estratégia e prestigiar a aparição dos Mulherões-Celebridade?

(Foto: Internet/Divulgação)

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Quem quer casar com um milionário?

Por Cíntia F Rojo

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Não, não estou falando sobre o clássico filme de Marilyn Monroe. Foi uma pergunta direta mas, se você quer fisgar um partidão e está acima do peso, esqueça! A psicóloga Eliete Medeiros, da agência de casamentos Eclipse Love, deu algumas “dicas” à Revista Veja SP:

 “Ninguém gosta de mulher carrancuda. Milionários são ocupados e não têm tempo para crises de mau humor.

É preciso ser magra, saber se portar em público e ter nível superior.

Nada de escândalos em público. Deve-se engolir o ciúme.

Não é simpático dizer que é muito ocupada. O ricaço quer alguém com agenda maleável.

Sabe a Aline, da novela Amor à Vida? Tem de ser como ela. Só não pode cegar o marido! Os milionários são carentes e querem mulheres receptivas e carinhosas.”

Bem,  eu e meu manequim 48 estamos definitivamente fora da disputa (hahaha). Mas fiquei pensando: tendo em vista que a maioria das mulheres reclama da dificuldade em emagrecer, será que alguma estaria disposta a perder peso para fisgar um partidão? O que vocês acham?

 Foto: Caro Emerald, cantora holandesa cheia de curvas (internet)

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Magras que engordam como forma de auto-sabotagem

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Por Renata Poskus Vaz

Outro dia, uma leitora me disse que em sua terapia descobriu que engordou como uma forma de se punir por ser muito bonita. Ela afirmou com todas as letras que a forma que encontrou para diminuir o assédio sexual que sofria na adolescência foi engordar.  Parece algo absurdo e até um tanto quanto prepotente, mas será que isso não é realmente possível? Engordar como uma forma de se auto-sabotar?

Hoje sabemos que podemos ser bonitas, sensuais e bem-resolvidas mesmo gordas. Mas como era o conceito que fazíamos do sobrepeso antes, na adolescência?

Não foi a primeira vez que escutei ou li esse tipo de comentário. Uma querida amiga, por exemplo, dona de lindos olhos azuis, inteligentíssima, sentia-se cobrada por seus pais. Ela era, aos olhos deles (mesmo que disfarçassem e não assumissem isso publicamente) melhor em diversos aspectos que a irmã. E quanto mais bonita ela ficava, mais cobranças acerca da sua beleza ela recebia. Ao engordar essas cobranças pararam. Ela deixou de ser considerada “acima da média”, virou a “inteligente da família”, enquanto a irmã era a “mais bonita”, aos olhos dos que as cercavam.

Nasci um bebê com peso normal e sempre fui muito ativa. Fazia volei, natação, ballet… Brincava de corre-corre, pique-esconde… Nas férias vivia no mar e andava todos os dias quilômetros e mais quilômetros de faixa de areia. Era uma criança magra.

Aos 12 anos, de uma hora para a outra, enormes seios surgiram no meu corpinho esguio. Surgiram também a cinturinha fina e o quadril largo. Porém, continuava magra. Aos 14 anos pesava 52 Kg e já tinha 1,72m.

Com esse corpo novo surgiram novas cobranças: “sente de perna fechada, mocinha não pode ser assim”. “Não estufe essa barriga!”… Para completar, tenho uma tia poucos anos mais velha do que eu. Ela é mais uma espécie de irmã mais velha do que tia, a Laiza, que sempre foi muito magra e linda. Óbvio que me comparavam com ela. E isso, para uma criança, dói.

Na escola, ouvia piadas e histórias de que eu tinha não sei quantos namorados, mas a verdade é que eu demorei pacas para dar meu primeiro beijo na boca, era tímida e encalhada e mesmo assim diziam que eu “transava com sei lá quem”. Isso para mim era humilhante. Eu tinha o sonho de casar virgem, pura e mais um monte de lenga-lengas românticos e me sentia desrespeitada. Acontece que eu era uma menina com corpo de mulher e isso talvez tenha dado margens à imaginação daqueles garotos idiotas e das meninas invejosas.

Na rua, ouvia cantadas de homens mais velhos, com idade para serem meus avós. Foi aí que aprimorei minha capacidade de ser grosseira e respondia sempre com agressividade a esses tarados.

Ser magra e bonita, realmente era um inconveniente! Além do mais, porque eu era, modéstia à parte, muito inteligente. E, por incrível que pareça, até mesmo por parte dos professores havia a ideia de que alunas bonitas são burras. Foram diversas as vezes em que tive que comprovar que minhas redações eram realmente minhas e que eu merecia as notas altas que recebia.

Com o tempo, deixei de me dedicar na escola. Tirar notas médias e baixas e engordar era uma boa forma de não ser notada, de ser como todas as outras garotas.

Hoje encaro meu corpo de outra forma e sei que esse engorda/emagrece/engorda também foram responsáveis pela Renata que hoje sou. Entretanto, o vício da auto-sabotagem, não só a do corpo, também refletiu em outros aspectos de minha vida. E é disso que eu preciso cuidar, hoje.

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Uma mensagem aos incomodados com nosso peso

Por Cintia F Rojo

“Infelizmente, até hoje percebo, MUITO, o incômodo que uma mulher como eu provoca quando está com roupas menos volumosas, digamos assim…” (mensagem de uma leitora via facebook)

Pinup plus size na janela

Tenho recebido muitos relatos de mulheres lindas que descobriram que não precisam esconder o corpo dentro de um casaco super largo ou de qualquer outro esconderijo. Tudo começou com a confissão da Melissa McCarthy, contada nesse post aqui, que escolheu um casaco gigante, não valorizando suas curvas, para fazer a capa de uma edição especial da Revista ELLE americana no final do ano passado. Então pipocaram os relatos  incríveis na caixa de comentários e nas redes sociais.

O trecho que está em destaque é de um desses Mulherões que também ficou indignada com a escolha de Melissa e compartilhou a experiência de ter ido à uma costureira para confeccionar um determinado modelo sob medida. O curioso é que a tal costureira tentou dissuadí-la da idéia,  dando mil justificativas diferentes. A nossa amiga respondeu, então, que queria a roupa exatamente daquele jeito. Pra fechar o episódio, a costureira terminou seu trabalho dizendo que dava para ver a felicidade estampada no rosto do mulherão “mesmo ela sendo gorda”. E a palavrinha usada por ela e que acredito que traduza bem situações como essa que lemos é INCÔMODO.

Os padrões impostos pela mídia são especialmente cruéis com as mulheres gordas. Entretanto, o fortalecimento do movimento plus size, a relevância e o destaque que a moda GG vem recebendo no mercado e a valorização de diferentes padrões estéticos, de certa forma, nos ajudaram na luta pela libertação dessa opressão e ditadura da beleza. Entretanto, gente magra também sofre com a imposição desses padrões e a amiga do parágrafo acima quase respondeu à costureira: “dá para ver sua infelicidade mesmo você sendo magra”.

A grande verdade é que os padrões estéticos vieram com força total sobre qualquer pessoa, gorda ou magra, mas só vai causar estrago se tiver espaço para tal. O padrão photoshopado de beleza é inatingível simplesmente porque ele não existe e sabendo/aceitando/entendendo isso não vamos nos acabar de tristeza ou nos esconder porque temos espinha no rosto,  celulite no braço e estria na barriga. E se nós não estivermos incomodadas com isso, porque dar ouvidos aos comentários azedos de gente como essa costureira?

No final das contas, descobrimos que os incomodados com a nossa auto-aceitação são justamente aqueles insatisfeitos com o próprio corpo. “Como é possível essa gorda estar tão felizinha com o corpo que tem se eu, que sou magra, não estou?”. E eu não tenho uma fórmula secreta ou uma resposta correta para responder isso. Esse é o grande mistério da beleza genuína, aquela beleza que desfila na rua, no metrô, no shopping e – de  biquíni! – na praia e não está plastificada na capa das revistas.

(Foto: Internet via Google Images)

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De gorda tímida a nova blogueira do Mulherão

Por Isabella Trad

Isabella Trad (5)

Olá! Tudo bem? 

Sabe aquela vontade de levantar e dizer ao mundo que eu existo e posso conseguir tudo que eu quero,  aquela  vontade de gritar que eu sou capaz e posso ser feliz do jeito que eu sou? Então, passei por isso assim como várias outras mulheres e sempre deixei minha timidez e insegurança me impedir de sorrir.

Todos os dias levantava, me olhava no espelho e procurava todos os defeitos que as pessoas apontariam ao longo do dia , e como um modo de defesa, sempre escondi  todos esses defeitos com roupas pretas, largas, compridas e muitas das vezes bem masculinizadas.

 Tinha vergonha de buscar pizza quando era entregue na porta de casa, não comia direito na casa de amigos e parentes e sempre me calava ao escutar comentários sobre o meu peso e saúde.  Eu meu achava inferior pelo simples fato de ser gorda.

Passei anos tentando me esconder e achando que todo mundo ao meu redor me notava e reparava no meu peso o tempo inteiro. Jurando que todas as pessoas que cruzavam o olhar comigo eram donas de um pensamento negativo e maldoso. Foi depois de um tempo que eu comecei a prestar atenção em quem me amava e realmente me dei conta de que aquelas pessoas não pensavam e nem se importavam com o meu porte físico.

Foi  reclamando do meu peso pra uma dessas pessoas que escutei a seguinte frase:
– Você reclama tanto do seu peso, as vezes me parece que você só ta criando um escudo pra que as pessoas saibam como você é. É como se você quisesse que as pessoas sentissem dó de você por isso. Eu não sinto dó de você. Você é linda, saudável e não precisa desse escudo.

Eu fiquei com muita vergonha.

Eu esperava algo como ‘’Você reclama tanto do seu peso, por que não emagrece?’’ mas não foi isso, essa minha amiga me abriu os olhos pela primeira vez, eu não era inferior e ninguém precisava sentir pena de mim por isso.

Depois de um tempo, mantendo essas amizades e quem me ama por perto,  fui criando uma certa independência sobre o meu porte físico. Foi como se eu fosse reeducada e foi quando me apresentaram as modelos Plus Sizes pela primeira vez.

Eu tive vontade de ser uma delas, era como se eu conseguisse esse posto poderia realmente me amar e aceitar. Participei de concursos, tirei diversas fotos, fui a eventos, agencias e no final eu descobri que não precisava de nada disso.

Eu já me amava, eu superei toda essa timidez pra tentar ser algo que eu não precisava ser. Eu já  sou uma dessas mulheres. Eu já sou linda, gorda, saudável e amada.

Lendo blogs, conversando com outras meninas senti a necessidade de passar isso pra todas, criei um grupo, reuni as gordas e lá fiz outras amizades, conheci outras historias e aprendi muito mais sobre o amor próprio.

Antes que eu me esqueça:  Meu nome é Isabella, tenho 19 anos, peso 88kg, tenho de 1,55 de altura e me sinto cada dia mais um mulherão.

E como cheguei  a ser uma Blogueira aqui? Isso eu não conto! É um segredo que um mago da gordolândia compartilhou comigo em uma dessas historias.

Um beijo! E até mais! Isabella Trad (4)

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Photoshop que esconde magreza

“Para editores de grandes revistas, a visão de magreza perfeita não existe”

Leah Hardy (ex-editor da Cosmopolitan).

Por Cintia F Rojo

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Aposto que ao ler o título desse post, você arregalou os olhos e perguntou: Oi? Ou então voltou ao título e releu… ou clicou em todos os hyperlinks do post pra saber se tinha algum erro na concepção desse conteúdo. E depois de ter feito tudo isso você entendeu direitinho: editores de moda, das principais revistas do mundo, agora também usam o photoshop para retocar as magrinhas. Será que eles cansaram de “emagrecer” as gordas ou de “plastificar” a beleza natural das mulheres? Não, não é bem isso…

A matéria veiculada no site catraca livre sobre o uso de photoshop para disfarçar a magreza excessiva de algumas mulheres, comenta um artigo publicado por um ex-editor da revista Cosmopolitan, que aqui no Brasil se chama NOVA. Dentre os figurões citados, ela traz o depoimento de Robin Derrick, diretor criativo da Vogue, e Jane Druker, editor da britânica Healthy (palavra que significa “saudável”). Druker admitiu ter editado muitas fotos de modelos que pareciam magras demais e pouco saudáveis. Já Derrick disse: “Passei os primeiros dez anos da minha carreira fazendo meninas parecerem mais magras – e os últimos dez tentando deixá-las maiores”.

Oras, vamos pensar bem levando em conta a frase de Leah Hardy, em destaque no começo do post, e em tudo que nós, mulheres acima do peso já enfrentamos nessa vida no quesito “padrões estéticos”. Já estávamos fartas de ver campanhas publicitárias com mulheres que foram vítimas do photoshop do mal. Vocêm lembram a vergonha alheia dominando geral em 2013, depois da divulgação da campanha da C&A, em que Preta Gil está com um pescoço que parecia do Anderson Silva. Algum tempo depois, a Sabrina Sato também tinha levado um banho de retoques malignos na capa de outra publicação feminina. Nem a lindona sarada escapou do photoshp e ficou com aparência de estátua de cera.   

Portanto, note que as gordas não agradaram e as magras também não agradam mais! Isso comprova o que repetimos incansalvemente: não adianta ir contra sua natureza nem projetar sua felicidade na conquista de padrões estéticos. Esses padrões opressores – não queria usar essa palavra mas é a verdade (humpf!) – foram construídos pela mídia e agora ela própria admite que tais padrões não servem mais. Uma de minhas melhores amigas é saudável, usa manequim 36 e sempre ficou brincando, em tom de gozação, que não precisava fazer esforço para ficar com as costelas aparentes como as meninas das passarelas. Pois, amiga, trago notícias: você está ficando fora de moda!

Honestamente, não sei mais o que esperar. Tenho a impressão que amanhã, quando acessar minha revista feminina favorita (que é a Aquarius, de Dubai) vou encontrar uma modelo-robô, uma mulher que não existe, mas ela estará vestindo as últimas tendências da moda e usando as melhores marcas de maquiagem. E mesmo que eu , plus size, ou minha amiga, manequim 36, não nos identifiquemos com a mulher-robô, não teremos outra alternativa a não ser fingir que aquela beleza é real e acessível a qualquer mulher em qualquer lugar do mundo.   

(Foto: Karlie Kloss, via Catraca Livre)

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“Quero ser feliz enquanto não emagreço”

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O texto abaixo foi escrito por Suzane Barbosa, a linda da foto acima. Ela postou este texto e esta foto como uma espécie de desabafo em seu Facebook. Até agora este texto com a foto acima teve mais de 300 compartilhamentos. Vale a pena ler. Expressa muito o desejo de muitas de nós que desejam um emagrecimento saudável, mas que não querem esperar para ser feliz.

“Essa sou eu de biquini e a barriga que eu odeio mais que tudo nessa vida e que estou lutando pra fazê-la sumir. Até então, já se foram 26 Kg. Tenho 1,63 de altura, 88kg, 23 kg acima do meu peso ideal. Eu sou assim. Essa sou eu, sem corset, sem cinta, sem truques de moda pra disfarçar e alongar a silhueta, sem maquiagem, sem cabelo arrumado. Eu sou assim.

Por que estou postando essa foto? Porque estou em um processo lento de emagrecimento (explico mais abaixo o porquê de ser lento) e cansei de esperar alcançar o peso desejado pra ser feliz. Cansei de me esconder, cansei de disfarçar, cansei de deixar de fazer o que eu queria por causa do meu peso, cansei de deixar as pessoas me colocarem pra baixo, cansei de deixar as pessoas fazerem com que eu me sinta inferior por causa do meu peso, cansei de deixar que se metam na minha vida.

Eu vou emagrecer sim! Mas será que eu posso ser feliz em quanto isso não acontece? Será que eu posso parar de disfarçar meu peso pra não te incomodar? Pra você não olhar torto pra mim?

As pessoas logo taxam os gordos de preguiçosos, de relaxados, mas esquecem que existe casos e casos. Eu luto com a balança desde quando me conheço por gente, claro que já chutei o pau da barraca e fiquei muito tempo sem fazer nada por mim, porque passei por algo que conhecemos como “depressão”. Perder peso não é fácil pra mim, e meu médico me explicou o porquê: Sempre fui gorda, desde bebê, já nasci maior do que deveria. Meu médico disse que eu deveria ter atingido meu peso ideal ainda quando criança, algo que deveria ter sido cuidado pelos meus pais já que criança não tem noção dessas coisas, e eu não ligava. Tive uma infância feliz, sempre muito rodeada por amigos, mas não culpo meus pais. Creio que pra quem passou por uma infância com comida escaça, ache difícil negar algo pra sua filha.

Enfim, tanto tempo acima do peso, que meu organismo acabou aceitando isso como “saudável”, tanto que não tenho nenhum problema de saúde, mas na verdade não sei se tem relação uma coisa com outra ou se é só sorte, rs. Então, quando começo a emagrecer, meu organismo acha que tem algo errado comigo, que estou doente, e o metabolismo desacelera justamente para evitar o emagrecimento que ele acha que não é necessário.

Nesse momento, eu preciso maneirar na dieta e exercícios e manter o peso daquele momento, como um aviso “ei, tô legal, pode acelerar meu metabolismo novamente!” e então, depois de um tempo eu posso voltar com uma dieta mais disciplinada e exercícios mais intensos. Tenho que fazer essas pausas, por isso demoro tanto a emagrecer. A minha revolta é que por mais que eu não goste de ser gorda, é tudo mais díficil quando se é gordo. Estou lutando pra ficar mais saudável, ainda assim eu gostaria de ter o direito de ser feliz em quanto não consigo ficar como quero.

Deixei de me relacionar com pessoas por causa do meu corpo, deixei de dançar feito louca na pista por causa do meu corpo, deixei de ir a praia com os amigos por causa do meu corpo, deixei até mesmo de dar uma opinião sobre determinado assunto por causa do meu corpo, deixei de ter diversas experiências que me enriqueceriam por causa do meu corpo. Sempre, sempre escondendo meu corpo, escondendo minhas opiniões, minhas escolhas, minha forma de pensar, minhas vontades, escondendo minha vida por causa desse corpo, sempre com medo do que os outros vão pensar de mim, com medo de que elas se afastem de mim, por nojo, vergonha e etc.

Chega, gente! não posso mais viver assim, nessa insegurança, nessa inércia, não posso esperar mais. Agora está aí pra todo mundo ver como sou, não tenho mais o que esconder. Pessoas que enxergam em mim mais que um corpo continuaram minhas amigas, se você me acha ridícula, escrota, ofensiva, fique a vontade para desfazer amizade, não fará falta nenhuma.

Se você está insatisfeito com seu corpo, quer ficar saudável, mais bonito, corra atrás que vale a pena, só não faça como eu que deixei de viver a vida como deveria por anos, por algumas pessoas que colocaram na minha cabeça que eu não deveria ser feliz e que certo é ter vergonha e me esconder em quanto não atingisse meu peso ideal. Só que eu não quero mais seguir esse conselho.”

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Tenho espelho em casa sim, obrigada!

Por Renata Poskus Vaz

Preciso te dizer uma coisa: eu tenho espelho em casa.

Depois dessa revelação, peço que abandone essa obsessão de dizer que estou gorda toda vez que você me vê. Deixe de dizer o quanto eu ficaria melhor se emagrecesse uns quilinhos, ou que tenho um rosto lindo mesmo sendo gorda. Não questione o porquê de eu estar acima do peso, não me sugira dietas, não me censure se eu repetir o prato, não me diga a lista de doenças que estou propensa a morrer.

Eu sei que estou gorda, não sou idiota, alienada, e nem faço de conta que sou magra. Vejo isso todos os dias no espelho e posso te garantir que minha gordura me incomoda muito menos do que te incomoda. Desculpe-me se essa minha felicidade te assusta ou se você se sente afrontado de alguma forma com minhas curvas, ou minhas banhas, como você adora falar. Elas me pertencem.  Elas fazem parte do mulherão que hoje eu sou.

Guarde a sua opinião sobre meu corpo e minha saúde para você. Não falo do seu cabelo, da sua pele, dos seus hábitos, da sua voz… Não questiono sua inteligência… Então, por favor, não me julgue!

Saiba que tenho TV em casa e assisto com freqüência todas aqueles reportagens especiais sobre obesidade. Navego na internet, leio jornais e revistas e estou cansada de saber todos os riscos que o excesso de peso pode trazer à minha saúde. Eu sei de todos eles, juro! E não é que eu não me importe. Eu me importo sim, mas acontece que eu não quero esperar emagrecer para ser feliz.

Da mesma forma, sei da quantidade enorme de pessoas que morrem em acidentes de trânsito todos os dias, mas me nego a ficar trancada dentro de casa. É um risco estar gorda? Sim. É um risco estar viva!

Não espero que me faça elogios, que ache meu jeito de me vestir bacana, que conviva comigo se achar que uma gorda é indigna disso. Aliás, eu é que vou pensar se a nossa convivência vale à pena para mim. Do mesmo jeito que cansei de perder tempo com minhas dietas malucas, também cansei de perder tempo com gente preconceituosa e ignorante.

Agora preciso ir. Tenho que retocar o meu batom em frente ao espelho que mostra bem o que sou por fora. Pena não existir também um espelho que revele o que você é por dentro. Isso sim seria digno de pena e nenhuma dieta do mundo daria conserto.

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